Marketing Digital

13 jul, 2011

O que um pensamento do século 18 pode ensinar às marcas no cenário atual

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O
título deste artigo faz alusão à Filosofia, mais precisamente à obra “Do
Contrato Social” de Jean Jaques Rousseau, suíço considerado um dos principais
do Iluminismo.

Poucos
autores retratam com tanta clareza o poder de um coletivo sobre a imposição
tirânica da figura do ditador, o confronto de interesses pessoais versus o
desejo da maioria como ele. Franceses unidos fizeram de suas teorias uma
prática inevitável com a Grande Revolução. A ruptura estava anunciada e
conceitos liberais se tornavam leis. A soberania passava então a residir na
multidão e a ecoar nos quatro cantos do planeta anos depois.

A
essa altura, você deve estar se perguntando o que um autor datado há três
séculos pode acrescentar a um tempo em que intensas transformações acontecem,
como o atual. Eu lhe digo, muito.

Estamos
presenciando uma ruptura nas relações humanas causada principalmente pelo uso da
internet. Se Rousseau abordou uma nova ordem de convivência social, cultivando
valores agregados ao capital coletivo, hoje convivemos com uma sociedade
digital, 24 horas por dia conectada, cujo comportamento norteia as ações de
comunicação de todas as marcas.

Uma
sociedade que como no século XVIII, está aprendendo a questionar imposições, agindo
a favor do fluxo da coletividade e é forte oposição a qualquer obstáculo quando
quer se posicionar. Quando falo obstáculo me refiro à vontade soberana de se
relacionar com aquilo que deseja, de participar de decisões, de contar suas
próprias histórias. Em contrapartida, observamos que o pensamento centralizador
ainda é a ordem em muitas mentes que insistem em subjugar o fato de não mais
termos uma propriedade intelectual, de sermos parte de uma rede indivisível,
que não pode retroceder.

Quantas
marcas ainda resguardam o direito (obviamente garantido pela propriedade) de
não serem discutidas? Ora, se o conceito de criar experiência com o consumidor
é amplamente difundido, o que seria isso senão abrir a marca para a inteligência
que surge do coletivo? Estamos certos de que todo e qualquer tipo de produto e
serviço é amplamente debatido e questionado em redes sociais. Não querer
participar desse embate engessa a comunicação, tornando-a mais e mais
imperativa apesar da “maquiagem social” e, no final, apenas mostra quanto o
objetivo do plano de marketing está centrado em escoar positivamente uma
produção, reter uma bela receita mensal e ponto. Não há como fugir, a web é um
espelho.

Jean
Jaques Rousseau e tantos outros pensadores revolucionários nos mostram que seus
conceitos são atemporais e priorizam a liberdade das relações humanas a
qualquer preço. Falar sobre revolução digital vai além de abordar novas
tecnologias, é sobretudo levantar a bandeira de um novo pensamento. Uma nova
visão que há séculos está aí, à nossa disposição.