Marketing Digital

13 mai, 2011

Criação de sites morreu: longa vida ao conteúdo!

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Uma reportagem publicada no site da Wired em 2010 “The Web Is Dead. Long Live the Internet” foi uma das mais polêmicas e comentadas na internet. 

“A reportagem é dividida em duas partes, uma sobre como a mudança
afeta a evolução da internet e do consumo de mídias digitais, e outra
sobre como o “fim da web” é resultado de uma batalha da Apple e do
Facebook contra o Google, e seus efeitos para a economia digital.”
Fonte: Blog do Estadão

No artigo, Chris Anderson defende o fato de as pessoas desejarem mais
simplicidade para acessar o conteúdo desejado. Ele mostra que o acesso à
internet via web (browser) está diminuindo cada vez mais, e o acesso
via aparelhos móveis está em ascensão.

O tema é de grande interesse, pois afeta toda “fauna” criada em torno da web tradicional. A criação de sites é uma das áreas que tem sofrido mais impacto com mudanças como CMS´s open source (Joomla!, WordPress, etc.), plataformas de blogs (WordPress.com, Blogger), Redes Sociais (Facebook, Orkut, MySpace) e diversas outras formas de publicar conteúdo na internet. 

A realidade é que a criação de sites no modelo antigo MORREU!

Era uma vez em 1998…

Em 1998, abri uma empresa chamada ArteWeb Internet Solutions com a qual achei que ficaria milionário. Veja como era o site da ArteWeb em 1998 no Archive.org.
Naquela época, o sites eram estáticos em sua maioria, e muitos
desenvolvedores utilizavam o FrontPage como editor de sites. Lembro que
era comum os sites serem cobrados por páginas: 1 página custa R$ 200,
portanto um site de 20 páginas custaria R$ 2 mil.

Para os mais novos, o ZAZ era um portal de internet da NutecNet que
posteriormente foi comprado pela Telefônica e virou o Portal Terra.
Vejam como era o ZAZ em 1997.

Era
a época pré-bolha de internet, na qual vivíamos um grande
deslumbramento com as novas descobertas e possibilidades. Mal sabíamos o
potencial que a internet teria com as redes sociais, Web 2.0 (internet
como plataforma), Google e muito mais. Foi como uma CORRIDA DO OURO,
pois todos que começaram a desenvolver sites perceberam que era “fácil”
fazer um site, portanto poderíamos ganhar muito dinheiro.

“Uma vez comentei com um cliente sobre a bolha da internet, e ele me fez uma pergunta ‘Quem ganhou dinheiro com a corrida do ouro?’.
Entendi na hora aonde ele queria chegar, afinal no final da década de
1990 vivenciamos o sonho da internet e o estouro da bolha em 2000.
Muitos “garimpeiros” acharam que desenvolver sites os fariam ricos, mas
descobrimos a duras penas que o marketing online ainda teria um longo
caminho a percorrer. Atualmente, a internet já se consolidou como
ferramenta essencial na estratégia de qualquer empresa, mas vale a pena
refletir sobre o passado para evitar o surgimento de novas bolhas.”
Fonte: Konfide – Corrida do Ouro e Internet

Vale como reflexão, pois parece que vivenciamos um momento parecido.

Site como catálogo

No início da internet, a maioria dos sites era apenas um catálogo
eletrônico cujo objetivo era causar um impacto visual no visitante. Ou
seja, era apenas uma migração da mídia impressa para o online sem
inovações. Em 2000/2001, fui sócio de uma agência chamada Tomate
Comunicação Digital e atendemos clientes como Credicard. Vejam como era a
CredicardStore, que era uma vitrine de cartões.

Era comum as empresas replicarem seus folders e catálogos na internet e afirmarem que tinham um site.

Como a internet ainda era uma novidade, os usuários se contentavam com qualquer conteúdo que a empresa publicasse na internet.

Era a fase do site como cartão de visitas.

Sistemas de gerenciamento de conteúdo

Logo as pessoas perceberam que era importante ter autonomia para gerenciar o conteúdo do site.
Os desenvolvedores criarem seus próprios sistemas de gerenciamento de
conteúdo. Alguns CMS´s se destacaram no mercado com o Publique da
Fábrica Digital e o Chilli CMS da Base64, porém a grande maioria dos
CMS´s eram desenvolvimento personalizado.

Muitos provedores lançaram os “Construtores de Sites”, que são
sistemas passo a passo para criar um site a partir de modelos
pré-elaborados.

Nessa fase, os desenvolvedores disputavam a liderança para ter o
gerenciador de conteúdo mais poderoso, mas fácil de usar, mais barato,
mais qualquer coisa a mais para conquistar o cliente. 

Surgiram sites especializados em fornecer a solução de construção de sites online. O www.Weebly.com é um dos mais conhecidos, mas existem players como o www.basekit.com.br com operação no Brasil. Vejam uma demo do Weebly:

No Brasil, não temos a cultura do faça você mesmo, portanto nem todo
pequeno empresário ou profissional de marketing tem disposição para
criar o site a partir de um construtor de sites.

De qualquer forma, para a pessoa disposta a APRENDER existem dezenas de opções para construir seu site em poucas horas.

Joomla! e WordPress – A força da colaboração

O Linux foi o líder de uma nova forma de criação de software denominada Open Source (Código Aberto).

 “Os defensores do movimento Open Source sustentam que não se trata
de algo anticapitalista ou anarquista, mas de uma alternativa ao modelo
de negócio para a indústria de software. O modelo colaborativo de
produção intelectual oferece um novo paradigma para o direito de autor.
Algumas grandes empresas como IBM, HP, Intel eDell também têm investido
no software de código aberto, juntando esforços para a criação do Open
Source Development Lab (OSDL), instituição destinada à criação de
tecnologias de código aberto.” Fonte: Wikipedia

Com a crescente demanda por gerenciamento de conteúdo na internet,
surgiram diversos CMS´s open source (CMS = Content Management System),
sendo o Joomla! e o WordPress são os dois mais populares. O WordPress
nasceu como plataforma de blogs e se popularizou muito graças ao site www.WordPress.com, que permite criar um blog gratuito em minutos. 

Quais as vantagens do Joomla! e do WordPress em relação a outros CMS´s Open Source?

Ambos são muito simples de usar e instalar. Além disso, possuem
centenas de plugins e extensões que adicionam novos recursos com
rapidez. Em hospedagens de sites Linux, com o painel de controle CPanel, é
possível instalar o Joomla! e o WordPress em minutos, porém os grandes
provedores já oferecem pacotes de instalação que facilitam ainda mais a
instalação dos dois pelos usuários.

Em vez de destacar apenas diferenciais técnicos, eu gostaria de destacar uma das maiores vantagens que percebo quando alguém decide adotar plataformas Open Source: a COMUNIDADE

As comunidades Joomla! e WordPress estão entre as mais colaborativas e
ativas no segmento de CMS´s. Existem encontros anuais em todos os
países para compartilhar conhecimento e trocar experiências. Sou
palestrante no Joomla! Day Brasil desde
sua primeira edição em 2007. Porém, também tive o privilégio de
participar do WordCamp Brasil 2009, que foi o primeiro encontro da
comunidade WordPress no Brasil. O próprio Matt Mullenweg – criador do
WordPress – participou do evento. Vejam o vídeo com uma dinâmica no
final do evento.

Vida longa ao conteúdo

A evolução do gerenciamento de conteúdo mostra que criar um site e
publicar conteúdo deixou de ser uma atividade complicada, portanto, o
valor agregado do serviço não está mais na criação do site.
O designer defende que é necessário ter um “design diferenciado” e o
programador fala que “o meu CMS é muito fácil de usar”. O fato é que
ambos tentam justificar a sua prestação de serviços. Algumas metáforas
combinam bem nesse contexto: Como a “Máquina de Escrever” quando os
computadores entraram no mercado ou as “câmeras digitais”. A Olivetti
era líder no mercado de máquinas de escrever, e a Kodak era sinônimo de
máquina fotográfica.

SEO (search engine optimization) e Conteúdo

O Google se tornou sinônimo de busca, mas busca do quê? Conteúdo!

A maioria das empresas despendem muitos esforços na criação e produção do site, e deixam de lado o conteúdo. Isso é uma miopia de marketing, pois quando as pessoas realizam buscas no Google estão interessadas em conteúdo. Se as pessoas buscam “como cadastrar um curriculo grátis“, a Curriculum.com.br
aparece em primeiro lugar. O design é importante, mas se o site não
aparece nas primeiras colocações, o número de visitas será muito menor.

“Bonito é aparecer no Google” – Marcio Okabe

O diferencial não é o meio (sistema de gerenciamento), mas o conteúdo!

O conteúdo sempre foi o fator mais importante. Não importa qual
máquina (fotográfica ou de escrever) foi utilizada, o mais importante é a
qualidade do conteúdo.

Alguém pode sugerir frases sobre o tema CONTEÚDO?

Referências: