De tempos em tempos, algum guru da área anuncia a “morte da TI”. Tem sido
assim há muitos anos. No entanto, mesmo com a queda nos orçamentos
de tecnologia da informação em 2009 e o encolhimento do mercado fornecedor, os
departamentos continuarão existindo. Certamente haverá mudanças em
especializações técnicas e atribuições de gestores, mas esses profissionais
ainda permanecerão no topo da hierarquia corporativa por muito tempo.
A disponibilidade de serviços gratuitos, atrelada à convergência entre
tecnologias voltadas a usuários finais e empresas e à demanda excessiva pela
terceirização de baixo custo indica que, realmente, o modelo tecnológico ao
qual estávamos acostumados há dez anos não existe mais. Porém, levanta também a
questão: Como será a configuração dos departamentos de TI e o papel de seus
líderes?
A resposta exata à pergunta eu não sei dizer (ainda), mas garanto que já temos
acesso a algumas pistas que indicam a direção para a qual os gestores de
tecnologia devem se voltar. Entre elas, estão algumas mudanças recentes nos
modelos de gestão da TI e que devem ser avaliados por todos que almejam uma
carreira de longo prazo na área.
O departamento de TI encontra-se em uma encruzilhada. Grandes funções que
até pouco tempo atrás eram consideradas estratégicas, como suporte aos
usuários por exemplo, atualmente são vistas como commodities. E isso não é uma
tragédia para os CIOs, já que simplesmente significa que todo o tempo e energia
designados a determinadas tarefas podem ser poupados, já que um prestador de
serviços pode fazer o mesmo com mais eficiência e menos custos.
Simultaneamente, outros segmentos da TI estão passando a ser vistos como tão
estratégicos que determinam o sucesso ou não de muitas empresas. Entre eles
estão, principalmente, as iniciativas de virtualização e projetos voltados às
comunicações unificadas. De forma mais abrangente, é possível afirmar que
atualmente os departamentos de tecnologia são mais capazes de transformar
organizações e gerar vantagens competitivas do que nunca.
Exemplo desse novo modelo de negócios apoiado na TI, a companhia aérea
JetBlue (cuja subsidiária no Brasil é a Azul Linhas Aéreas) atingiu resultados
espetaculares em um mercado tão competitivo quanto o norte-americano, graças à
adoção de uma infraestrutura tecnológica com o dever de ser 100% eficiente . O
que mostra que, ao mesmo tempo em que algumas organizações estão
“commoditizando” a TI, outras estão apostando nela para ganhar mercado.
O desafio de analisar dados em tempo real e utilizá-los para criar
oportunidades é uma das principais dores de cabeça dos CIOs atualmente.
No ambiente corporativo, essa demanda está aparecendo de maneira cada vez
mais latente, sem que os gestores de TI saibam como lidar com a questão de
assegurar o tráfego de dados, com a segurança das informações e com a
integração dos dispositivos móveis aos sistemas de gestão. Agora, que comecem
as apostas para saber se a solução virá de uma fórmula commoditizada ou
desenvolvida estratégica e exclusivamente para cada companhia.