Marketing Digital

30 mai, 2011

A colaboração online como ferramenta de apoio educacional

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Recentemente
participei de um evento promovido pela IBM, cuja finalidade foi a divulgação do
programa “IBM Global Entrepreneur”. O objetivo do programa é incentivar o
empreendedorismo, dando orientação e apoio na geração de novas empresas
inovadoras, possibilitando com isso a criação de um planeta mais inteligente. A proposta é que ideias inovadoras ajudem
a fornecer soluções criativas nas mais variadas áreas, entre elas a educação.

Para maiores
informações sobre o evento segue o site: ibm.com/isv/startup.

Este evento
me fez recordar um artigo que escrevi, sobre o poder de uma ideia inovadora
e o alcance que ela poderá ter através da Tecnologia da Informação. No
artigo citei um exemplo de ideia inovadora, o Vizir – “seu conselheiro nas
redes sociais”. Para quem quiser conferir, o nome do artigo é “O poder de uma grande ideia no mundo da
tecnologia da informação
”. Nesse artigo eu mostro que a colaboração online ganhou
proporções e utilização muito além do ambiente corporativo. Com a popularização
das ferramentas da web 2.0, como redes sociais, blogs e Twitter, Wikis,
podcasts etc., o conceito de colaboração online invadiu os lares e se tornou tão
natural quanto o ar que respiramos.

Pegando
como base o evento da IBM, toda a colaboração online disponível hoje em dia e a
geração Y, me veio à mente os seguintes questionamentos referentes à educação:

1. Será
que nossas escolas estão preparadas para ensinar à Geração Y?

2. É
possível utilizar os sistemas de colaboração online como ferramenta de apoio à
educação?

A
resposta para a pergunta 1, na minha opinião, é não. Infelizmente as escolas ainda não perceberam todo o potencial
que está presente nas ferramentas de colaboração online disponíveis hoje. A
metodologia de ensino ainda é antiga, não acompanhou a
velocidade das mudanças e os acontecimentos “online” do nosso mundo conectado e
globalizado.

Não quero entrar muito no detalhe da metodologia adotada pelas
instituições de ensino atualmente e nem tão pouco quero criticá-la, uma vez que
não sou educadora e por este motivo não possuo o conhecimento necessário para
tanto.

Mas, em relação à pergunta 2, eu tenho condições de respondê-la com mais propriedade, uma vez que o tema questionado é objeto de
meus estudos. A resposta para a segunda pergunta é sim. É totalmente possível aliar educação e tecnologia.

A
ideia de utilizar a colaboração online
como ferramenta educacional me veio à
mente quando imaginei a utilização de blogs como apoio para aulas de Literatura
e Redação. Acho que seria muito interessante ensinar redação e literatura para
os jovens de forma mais “viva” e prática utilizando os blogs. Cada aluno teria
seu blog e os temas de redação e literatura poderiam ser expostos ali, o que
permitiria o compartilhamento de ideias. Sem contar que os alunos poderiam
aprender sobre etiqueta na web e, principalmente, sobre o que é importante e o
que não deve ser exposto em um blog ou nas redes sociais.

Outra ideia veio da minha própria experiência acadêmica: eu nunca gostei muito de Geografia, mas o Google Maps e o Google Earth
poderiam deixar minhas aulas de Geografia muito mais atrativas e criativas.
Pena que na época em que eu estava na escola essas ferramentas ainda não
existiam!

Gostei tanto
da ideia utilizar as ferramentas de colaboração online
na Educação que resolvi
procurar por este tema na Internet e, para minha surpresa, encontrei dois artigos
que abordam exatamente isso. Os artigos são de Luli Radfahrer, Ph.D. em
Comunicação Digital pela ECA (Escola de Comunicações e Artes) – USP, onde é
professor há 18 anos. Ele trabalha com internet desde 1994 e já foi diretor de
algumas das maiores agências de publicidade do país. Hoje é consultor em
inovação digital, com clientes no Brasil, Estados Unidos, Europa e Oriente
Médio. Mantém um blog com seu nome, www.luli.com.br, em que discute e analisa as
principais tendências da tecnologia. Escreve quinzenalmente no caderno Tec da
Folha e na Folha.com.

Vou
transcrever abaixo alguns trechos dos dois artigos de Luli Radfahrer, como
complemento e embasamento para a minha ideia.

O primeiro
artigo chama-se “Ensino para o século 19”:

“A maioria das escolas, no entanto, ainda parece qualificar o profissional do século 19. As que frequentei, por exemplo, me
prepararam para um mundo muito diferente. Comparadas com a rotina que levo
hoje, eram quase paramilitares. Se diziam “progressivas”, mas tinham
códigos de vestimenta, horários rígidos, filas, contagens e chamadas.
Avaliações aleatórias, sem direito a consulta, eram a norma. Como também o eram
os trabalhos individuais, o preenchimento de relatórios e formulários para a
realização de qualquer tipo de atividade, as punições morais na forma de notas
e as restrições de circulação.

Mas o pior eram o que chamavam de
“aulas”: aquelas longas sessões em que informações desconexas eram
impostas por autocratas entediados a uma audiência trancafiada e imóvel, sem
poder de voto, argumentação ou debate, que tinha que decorar nomes de
organelas, fórmulas de mecânica, sistemas políticos gregos e reações de oxidação,
mesmo que mostrasse vocação para o jornalismo ou eletrônica.

Não é preciso dizer que telefones celulares,
YouTube e mídias sociais, se existissem na época, certamente seriam proibidos,
sob a justificativa de atrapalharem a “didática”. O sistema, enfim,
era mais claro em suas restrições –de movimento, de expressão e de atividade–
do que em suas propostas. Se é que existia alguma proposta além de passar em um
tal de exame vestibular para profissões hoje extintas.”

Para conferir todo o
artigo segue o link: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/906917-ensino-para-o-seculo-19.shtml

 O segundo
artigo chama-se “Ferramentas para o
ensino digital
”:

“O professor que evita a tecnologiae ntra em uma relação perde-perde: se convencer a classe que o computador e a
internet não prestam, terá criado analfabetos digitais, despreparados para
viver em um mundo de conexões. Se fracassar nessa tentativa, poderá gerar um
sentimento que a escola não presta para nada, e que tudo pode ser aprendido em
tutoriais na rede. Não sei qual cenário é pior.

Mas sou otimista. Muito otimista.
Acredito sinceramente que a maioria das tecnologias que nos tornam nerds podem
ser usadas, sem muito esforço, para construir a escola do futuro. Apresento a
seguir ferramentas, a maioria gratuitas, que podem ser usadas para incrementar
a qualidade das aulas, sem demérito do professor. Não é preciso conhecimento
técnico para operá-las.

– Blogs:
Transformam o professor em material didático de referência. Podem conter o
programa das aulas, bibliografia, exemplos e tarefas, abrir espaço nos
comentários para que os alunos publiquem suas dúvidas e criar um ambiente de
contato extraclasse. As principais ferramentas para se construir um Blog são
Wordpress, Blogger, MovableType eTypePad.

– Microblogs:
 Se a
informação for curta e menos estruturada, com pequenos conteúdos dispostos em
periodicidade aleatória (como exemplos de aplicações práticas do que foi
ensinado em classe), talvez seja melhor usar formas simplificadas de Blogs,
também chamados de microblogs. O Tumblr é a ferramenta mais conhecida para essa
tarefa, mas,Posterous, Presently e Xanga também dão conta da função.

– CMS:
Para sistemas maiores e informações mais complexas, com várias funções
integradas, talvez seja melhor usar administradores de conteúdo, sistemas
dinâmicos de publicação como Joomla, Plone, TextPattern ou Drupal –este último
é usado, por exemplo, pelo governo dos EUA em uma tentativa de aumentar a
transparência de seus dados.

– Sites:
Se o que se precisa é um site simples, estático, com algumas informações
estáticas ou que mudam pouco (como endereços ou telefones, por exemplo), o mais
fácil é usar um construtor de sites, ferramenta que automatiza sua criação sem
precisar de uma linha de código. Os principais portais do país têm essas
ferramentas, como o UOL,Terra e iG. Meu predileto é o WebFácil.

– Redes
sociais: Se não dá para ignorar o Facebook,
possível replicá-lo e criar, em aula, um pequeno sistema de relacionamento.
Escolas, afinal, sempre foram redes sociais. Digitalizar as discussões em sala
de aula pode aumentar o contato do aluno com a disciplina. As melhores
ferramentas para essa tarefa são SocialGo, Elgg, Lovdbyless eCommunityEngine.

– Ambientes:
Até mesmo sistemas completos de ensino à distância podem ser criados por um
professor qualquer, em uma sala de aula de qualquer lugar do mundo, desde que
ele tenha um computador mediano e um acesso à rede. Serviços como o Moodle,
Engrade, Atutor e Manhattan têm comunidades fortíssimas que servem como boas
redes de apoio para qualquer dúvida técnica ou de aplicação.

– Referências:
Há muito material científico compilado das bibliotecas digitalizadas peloGoogle
Acadêmico. O Projeto Gutenberg compila vários livros de acesso público e
gratuito. Sites como o Scribd são boas alternativas para a busca de conteúdo. E
se você tem medo que seus alunos copiem o material da rede, pode desmascará-los
com oCopyScape.

– Fóruns
e debates: As precursoras da Internet eram quase
só compostas por sistemas de mensagens e grupos de discussão. Mesmo hoje,
ferramentas que estimulam a troca de idéias são bastante populares e fáceis de
usar. Nelas o professor pode criar um tópico e deixar que os alunos discutam
suas aplicações. Não se preocupe se os alunos terão alguma dificuldade em
operá-los: boa parte dos repositórios de pirataria tem esse formato, eles devem
estar habituados. Boas ferramentas para a criação de fóruns sãoPHPbb, IP Board,
SimpleMachines e Bbpress –este feito pelos mesmos criadores da ferramenta de
blogs WordPress, e tão fácil de usar quanto ele.

– Wikis:
Os trabalhos de alunos não precisam mais ser impressos. Eles podem ser
transformados em verbetes de uma Wiki, um sistema de produção de conteúdo
colaborativo como se fosse sua versão própria da Wikipédia. O sistema usado
pela enciclopédia mundial é o MediaWiki, mas o Twiki e o WikiSpaces também são
muito bons. . Existem muitos serviços parecidos, que podem ser comparados no
site WikiMatrix.

– Podcasts:
Para encerrar a lista, podcasts, ou arquivos em áudio transmitidos pela rede.
Já que boa parte dos alunos têm celulares e que passam o tempo todo com eles,
nada melhor do que gravar as aulas ou conteúdos associados e torná-las
portáteis. Audacity é uma ótima ferramenta para gravar e editar som, SoundCloud
é muito boa para levar o som para as redes, LiveMocha para aprender e ensinar
línguas e TreinaTOM para criar web-aulas.

Para conferir todo o
artigo segue o link: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/913403-ferramentas-para-o-ensino-digital.shtml

Todas as ferramentas
acima, citadas por Luli Radfahrer, são ferramentas de colaboração online
e
suportam o conceito de “Gestão do Conhecimento” tão difundido no mundo corporativo. As ferramentas estão disponíveis e já fazem parte do nosso dia a
dia. Cabe aos educadores procurar a melhor forma de utilizá-las como
ferramentas pedagógicas.

Fica, então, o meu apelo: por que não aplicar a “Gestão
do Conhecimento” e todas as ferramentas de colaboração na escola, de forma que
este meio de transferir conhecimento possa ensinar aos alunos a se tornarem
pessoas mais conscientes, inovadoras e, principalmente, a fazer o nosso planeta mais inteligente.