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11 ago, 2009

Mídia Social: mito versus realidade

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A mídia social tem muito em comum com o SEO, e isso é especialmente verdadeiro em relação ao número de mitos da mídia social que se tornaram bem estabelecidos. Desde a crença de que o ROI da mídia social não pode ser medido até a  ideia de que o seu negócio pode ter sucesso se você seguir as influências certas, os mitos da mídia social crescem desenfreadamente.

Mito: ROI não pode ser medido.

Realidade: Este talvez seja o maior mito e é absolutamente uma besteira. Mídia social é mensurável, sim! Para negócios online, monitorar tráfego e conversões em destinos de redes sociais populares não é diferente de monitorar tráfego e conversões do AdWords, por exemplo. Para negócios offline, não há boas razões para que as mesmas metodologias que são frequentemente aplicadas para medir o impacto de campanhas de ‘branding’ em outras mídias sejam aplicadas na mídia social. Como há empresas medindo o impacto da mídia social em seus negócios, me sinto confortável para expressar que a maioria das pessoas que continua a repetir que mídia social não pode ser mensurada ou é preguiçosa, ou tem algo a esconder.

Mito: A mídia social ainda é imatura.

Realidade: Obviamente ainda há um desacordo sobre a definição de ‘mídia social’, mas vamos ficar no simples: comunidades de mensagens online eram populares no final dos anos 90, blogs viraram o centro das atenções na virada do milênio (você deve lembrar que o Blogger foi lançado em 2000) e o Friendster coloca o estilo atual do networking social de volta a 2003. Logo, chamar a mídia social de imatura é ser dissimulado. Se você precisa de um maior convencimento, basta considerar que sua avó pode estar no Facebook.

Mito: Mídia social só trata de conversas.

Realidade: Pode soar cínico, mas algumas vezes a mídia social se reduz a uma extensão extrema da mentalidade ‘diga ao cliente aquilo que ele quer ouvir’. Um exemplo é instrutivo para marcas: quando Andrew Hyde reclamou da política de standby (standby mesmo) da Frontier Airlines, a disposição da empresa de manter uma ‘conversa’ com ele não teve importância, porque não foi dito aquilo que ele queria ouvir. Eu, pessoalmente, admiro isso, mas sob o ponto de vista da mídia social, você pode ter certeza de que a Frontier teria ganhado muito mais elogios da mídia social se tivesse pedido desculpas quando estas não eram uma obrigação, comprometendo-se a usar o perfil do Twitter @JetBlue e fazer falsos elogios para Hyde. Em “fazer” eu quero dizer “pagar”. Literalmente.

Mito: Para marcas, autenticidade é uma necessidade.

Realidade: Para marcas, dinheiro é uma necessidade. Marcas que pretendem abrir suas carteiras podem facilmente influenciar a percepção do consumidor no mundo da mídia social. Há vários estudos que demonstram que os habitantes da mídia social são facilmente subornados. Desde usuários do Twitter que vão tuitar sobre tudo apenas pela chance de um prêmio até blogueiros que vão escrever análises sobre produtos em troca de benefícios e/ou produtos grátis, não resta dúvida: a maneira mais fácil de jogar é pagar.

Mito: A mídia social está destruindo [insira aqui o nome de uma indústria]

Realidade: A mídia social realmente impactou o cenário da mídia. Mas blogs não estão acabando com os jornais (eles estão fazendo um ótimo trabalho matando-se sozinhos), a televisão está longe de morrer etc, etc, etc. Os jogadores mais espertos estão utilizando a mídia social como ela é: um novo canal. Nada mais, nada menos. E isso não é algo do tipo “e/ou”: quando usada estrategicamente, a mídia social pode aumentar iniciativas multi-canais.

Mito: Não há especialistas em mídia social.

Realidade: Debater sobre se alguém merece ser considerado um ‘expert’ em mídia social se tornou um desperdício de tempo; você poderia argumentar que na maioria das indústrias, atualmente, as coisas se movem tão rápido que ninguém pode realmente se prender ao status de ‘expert’. A realidade é que há indivíduos experientes que têm utilizado a mídia social para beneficiar seus negócios e os negócios de seus empregadores. Já que suas experiências e seus registros não podem garantir resultados futuros, eles adquiriram mais credibilidade do que aqueles que se auto-denominam ‘experts’ mas não possuem, de fato, casos reais de estudos para apoiar o referido título. Então a real pergunta não é “Você é um expert?”; e sim “Você já caminhou tudo o que precisa?”

Mito: Mídia social é barata.

Realidade: Também são baratos os anúncios de televisão, impressos, de rádio, mala-direta etc. Mas é tudo relativo. Quando o assunto é mídia social, o verdadeiro valor de ‘barato’ não é determinado por quanto custa o registro no Twitter, por exemplo. A verdadeira medida de ‘barato’ é como os seus investimentos (incluindo de tempo e de trabalho) se relacionam com o que você consegue de retorno. Para algumas empresas, a mídia social pode ser extremamente barata. Para outras, é muito cara.

Mito: É tudo uma questão de influência.

Realidade: Há, na mídia social, indivíduos com influência suficiente para, coletivamente, criar ou destruir seu negócio? A boa notícia: em alguns casos, parece que a resposta pode ser ‘sim’. A má notícia: você provavelmente não tem como saber quem eles são. O conceito de ‘influência’ foi reduzido a uma visão mecânica e extremamente simples do mundo da mídia social. A realidade é que a ‘ciência’ da influência tem muito mais nuances e complexidades do que muitos pensam e, para as empresas, isso significa que achar o palheiro correto provavelmente é uma estratégia melhor do que achar a agulha dentro dele.

Mito: Mídia social é o futuro.

Realidade: Mídia social é o presente. O futuro é desconhecido. Se hoje sua empresa trata a adoção de mídias sociais como uma forma de lucrar futuramente, as chances são de que quando a próxima tendência chegar, sua empresa será como aquelas que ainda estão tentando entender qual o “grande lance” da internet.

Mito: Mídia social é uma moda passageira.

Realidade: Há muito barulho, mas isso não quer dizer que não haja um sinal. Lembre-se: muitos negócios fracassam quando fazem determinadas tentativas. No mundo do SEO, por exemplo, eu me aventuraria a arriscar que mais de 50% das empresas que implementaram alguma iniciativa de SEO fracassaram. Isso significa que SEO é uma moda passageira? Claro que não.

Publicado originalmente em http://econsultancy.com/blog/4293-social-media-myth-versus-reality