Carreira Dev

4 ago, 2009

TI: crise econômica não impede o fortalecimento do setor

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Em junho deste ano, o IBGE divulgou a nova taxa de desemprego no país: 8,8%. São cerca de 2 milhões de pessoas à procura de um novo trabalho. O tempo é nebuloso no mercado de trabalho, mas não em sua totalidade. Na área de Tecnologia da Informação, as nuvens são escassas.
 
A Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) estima que existam aproximadamente 40 a 50 mil vagas em aberto no segmento de software e serviços em todo o país. Outras 100 mil serão criadas até 2011.
 
Mas o aparente bom tempo na área de TI pode mudar rapidamente graças a uma preocupante constatação: o número de profissionais capacitados para ocuparem todas estas vagas é insuficiente. O alerta vem do Ministério do Trabalho e Emprego. Até 2010 o Brasil terá 60 mil profissionais para atender a demanda futura.
 
Em 2006 já era possível prever mudanças no tempo quando o Comitê Gestor da Internet-Brasil (CGI) mostrou que 42% das 188 empresas brasileiras com mais de 100 funcionários tinham dificuldades em contratar especialistas em TI. 80% reclamaram da falta de qualificação, 54% da pouca oferta de mão-de-obra e outros 54% da falta de experiência dos profissionais.
 
Para o coordenador do curso Gestão e Tecnologia da Informação do Ietec, Antônio de Pádua Pereira, a escassez de especialistas em TI é sintoma do longo período de defasagem do setor quanto à geração de oportunidades. O fraco crescimento brasileiro nas duas últimas décadas impôs a muitos profissionais a necessidade de migrarem para outras carreiras.
 
Hoje, a realidade é outra. O bom resultado apresentado pela economia brasileira nos últimos anos motivou a ampliação dos investimentos governamentais e privados, o que colaborou para o  boom do setor.
 
Nem mesmo os efeitos da recente crise econômica mundial respigaram de forma negativa em TI. Muito pelo contrário. A missão do setor agora é garantir o fortalecimento das organizações. Profissionais da área necessitam gerenciar novos sistemas de informação, como o Balanced Scorecard (BSC),  o Business Inteligence (BI), e o ERP (Sistema Integrado de Gestão). Garantir todo o suporte a este portfólio de novos sistemas passa, quase que obrigatoriamente, pelo realinhamento do profissional de TI, quer seja pelas vias da qualificação ou formas de atuação.
 
Para se precaver da tempestade que se anuncia, o conselho é um só e óbvio: investir na capacitação profissional. Mais que um conselho, podemos dizer que este é pré-requisito essencial para empresas e profissionais que buscam se posicionar no mercado de trabalho.
 
Na análise de Pádua, já é possível ver um movimento por parte das corporações em busca da qualificação interna, como forma de gerar mão de obra:  “Esse movimento ocorre porque as empresas estão cientes que a falta de investimentos em capacitação contribui diretamente para o insucesso nos negócios”.
 
O gerente de Tecnologia da Informação da Emccamp Edificação, Renato Quintão, afirma “que o mercado exige do profissional dinamismo nas informações e espera que ele se mantenha atualizado”. A opinião é compartilhada pelo coordenador de TI da Atento Brasil, Fabiano Santos: “O profissional de TI tem que ter uma formação multidisciplinar, ser dinâmico e pró-ativo. Estes são fatores imprescindíveis para que esse profissional seja eficaz. Este é o perfil que o mercado procura”.