DevSecOps

15 mar, 2007

Gerenciamento ou Governança de TI?

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“Que COBIT que nada!”

Seguindo a escola do CIO da Rodhia mundial Xavir Rambaud, que “desdenhou” do ITIL(1), para todo mundo ouvir, este texto faz uma reflexão sobre Governança de TI.

Uma vez que Gerenciamento de TI está focado no presente e no interno e a Governança de TI está no externo e no futuro(2), os problemas das áreas de TI “bagunçadas” devem ser resolvidos com Gerenciamento enquanto problemas com gestores, ou demandantes, que “não sabem o que querem” devem ser resolvidos com Governança de TI.

No uso do COBIT 4.0 com seus 34 processos, a Organização poderia se concentrar em alguns deles e resolver de vez a questão de quem decide o que em relação a TI. Os processos que efetivamente podem lidar com os custos envolvidos para as soluções (sistemas) são:

  • PO 1.1 Gestão do Valor da TI
  • PO 4 Processos, Organização e Relacionamento
  • O Verificar quase todos os Fatores Críticos de Sucesso (FCS).
  • PO 5 Investimentos em TI
  • DS 1 Definição e gestão dos níveis de serviços.
  • O Verificar o FCS A organização de TI pode identificar as fontes de discordâncias de custos.
  • DS 6 Identificar e alocar Custos de TI.
  • ME 4.4 Gerenciamento de Recursos

Atualmente, os centros de TI têm seus custos rateados pelo total com todas as demais unidades, tudo é um bolo só. Ou, o orçamento de TI é definido pelo histórico e desejos dos executivos da área, costuma ser um dos maiores causando espanto, indignação e um sentimento de que o pessoal da TI custa muito caro, ou é improdutivo, ou desperdiça demais (3).

Se a organização conseguir mapear e distribuir os custos que cada produto gera para a área de TI (Gerenciamento) pode-se resolver o problema dos orçamentos e de quem manda nas aquisições, ou desenvolvimentos (Governança).

Por exemplo, a partir do momento que a área de RH começar a pagar, e ter noção do custo, pelo processamento e manutenção da folha de pagamento e seus aderentes, mais da metade das preocupações da teoria da Governança de TI se resolverão. O problema de se atribuir custo aos processos de TI, do ponto de vista técnico, são muito mais fáceis do que do ponto de vista político.

Quando a organização perceber que algumas áreas que não trazem contribuição (o que não é o caso da RH), ou não se justificam, para os negócios, o ônus de explicar custos e orçamentos recai sobre as mesmas. Isso pode ser muito pedagógico evitando que essas áreas demandem coisas pouco sustentáveis em comparação com outras áreas

Até que a empresa resolva encarar para valer o gerenciamento global de custos de processamento, uma dica sustentada pela Governança de TI em seu modelo Federalista(4), é criar os comitês gestores com a participação de todos os executivos corporativos. Pessimismos à parte, o máximo que pode acontecer com um grupo destes é que aqueles que choram ou esperneiam mais consigam convencer os outros sobre SUAS necessidades e não as necessidades da organização.

Enfim, o Gerenciamento de TI, que só a área de TI sabe, ou pode fazer, poderia sugerir à Governança de TI, que ainda não se sabe quem entende disso, adote como premissa básica ter os custos envolvidos com o processamento dos sistemas de cada stakeholder muito bem definido. E, se a Governança conseguisse que os demandantes de TI comprovassem o quanto cada sistema sob sua responsabilidade traz de retorno para a organização, teríamos menos discussões, conflitos e aborrecimento entre as áreas em relação a TI. Talvez tivéssemos mais gente triste, mas por outros motivos.

Concluindo, não há novidade alguma em administrar recursos sob o ponto de vista de custo e retorno. Isso é uma preocupação antiga, tão antiga quanto as Teorias Gerais de Administração (TGA). A maneira mais eficiente de se fazer com que atores desempenhem com responsabilidade, interesse, eficiência, etc., seus papéis é forçá-los a pagar por isso. Alguém duvida? Então, num esforço transdiciplinar, aproveite e estude um pouco sobre Responsabilidade Socioambiental, especificamente a legislação ambiental sobre o Princípio do Pagador Poluidor que “obrigaria” os poluidores a pagarem pelos estragos ao meio ambiente.

Fonte

  • Reportagem “Que ITIL que nada”, revista Info Corporate, Dez/2006, p.82
  • Van Grembergen, W. Strategies for information technology governance. Hershey: Idea Group Pub., 2003 cap. 2 de Ryan R. Peterson.
  • Mattos A.C.M. Sistemas de Informação uma visão executiva. Ed. Saraiva, 2005, pág. 159-164.
  • Weill Ross. Governança de TI: São Paulo: M.Books do Brasil, 2006, pág. 60-61.