Os birôs de serviços, populares nos anos 70, ofereciam processamento de dados para empresas. Era um tipo de terceirização de serviços que as empresas eram “obrigadas” a fazer devido a completa falta de profissionais de informática e custos proibitivos para aquisição de hardware e software. Óbvio, custava mais barato pagar pelo processamento, por exemplo, da folha de pagamento e contabilidade do que fazê-la manualmente na própria organização.
Do final dos anos 70 até hoje, com o advento do microcomputador e outra montanha de inovações e possibilidades tecnológicas, os birôs, como conhecidos anteriormente, foram desaparecendo. Porém, ainda existem alguns que podem se ofender ao chamá-los de birôs como o Serpro, a Dataprev e os bancos. Bancos?
Sim! Bancos. Aquele lugar onde, aproximadamente, 70 milhões de brasileiros têm conta corrente ou poupança. É o lugar onde se contratam seguros, previdência, cartão de crédito e uma lista de mais de 100 produtos (serviços). Pelo serviço de manutenção de conta-corrente o cliente pode pagar, em média, R$ 20,00. Pois bem, este serviço e seus subjacentes, emissão de saldo e extrato, depósitos e saques, são quase que exclusivamente prestados por serviços de informática. Com exceção de algumas pequenas partes dos processos de abertura da conta corrente e do depósito e saque que lidam com numerário o restante é eletrônico.
Aos mais céticos que não querem concordar com essa semelhança, pode-se oferecer uma sutil diferença. Os birôs dos anos 70 serviam apenas a grandes e médias empresas e governo enquanto que os birôs/bancos atuais, prestam serviços de processamento de dados para qualquer um disposto a pagar uma “tarifazinha” e que o banco queira como cliente.
Alguns outros serviços podem ter quantidades ainda maiores de processamento de dados. Por exemplo, o serviço de cobrança para pessoas jurídicas pode ser algo puramente eletrônico, ou seja, o banco atua totalmente como birô recebendo, processando e devolvendo informações sem qualquer intervenção de atendimento a clientes.
Contudo, outros serviços, como custódia de valores pode ter boa parte do trabalho manual e usar mais características de banco do que de birô de serviços eletrônicos.
Enfim, a visão “romântica” dos bancos como empresas aonde clientes entravam e saiam com dinheiro (numerário) e bancários anotavam, recebiam e pagavam está morrendo. Agora são “birôs de serviços” que fazem isso com seus digitadores, conferentes e vendedores de soluções informatizadas, programadores de remessas de arquivos, analistas de sistemas, consultores de como se servir melhor da Internet, só está faltando trocar o nome para Birô do Brasil, Birô Brasileiro de Descontos, Birô Itaú.