Carreira Dev

16 jun, 2025

Gestão de Projetos em 2030: como eu vejo o futuro

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Tenho refletido bastante sobre para onde está indo a gestão de projetos. Talvez eu erre em alguns pontos e tudo bem, o futuro tem dessas surpresas, mas acredito que alguns sinais já estão visíveis.

Nos últimos anos, o próprio desenvolvimento de software vem mudando de forma acelerada: ciclos mais curtos, plataformas low-code/no-code, IA generativa ajudando em código, produtos sendo ajustados em tempo real com base em dados de uso. Isso, naturalmente, muda o terreno onde o gerente de projetos sempre atuou.

Não é mais (ou cada vez menos será) aquele modelo sequencial de “grandes escopos fechados, longos cronogramas e checkpoints mensais”. Mesmo projetos grandes começam a ser quebrados em entregas menores, adaptáveis e com times altamente autônomos.

E o que acontece com a profissão?

Minha visão é que a profissão de gerente de projetos não vai desaparecer, mas está mudando de pele. Teremos espaço para menos gerentes que “controlam tarefas” e mais profissionais que orquestram, facilitam, integram visões e criam alinhamento entre múltiplas áreas, parceiros e tecnologias.

A quantidade de oportunidades? Pode ser que diminua para quem atuar de forma tradicional, mas aumente para quem se adaptar. Alguns números globais mostram crescimento ainda sólido da profissão (PMI estima milhões de novas vagas), mas com novas exigências de perfil.

Como eu me prepararia hoje (e estou tentando fazer isso)

  • Dominar o básico, mas ir além da certificação
    Sim, PMP, PMBOK, Agile, Scrum, tudo isso ainda conta. Mas é só o chão firme. Cada vez mais, o gerente de projetos precisará também entender de produto, de negócios, de tecnologia (sem ser dev, mas falando bem com devs), de finanças e de métricas de impacto.
  • Focar nas habilidades humanas
    Negociação, comunicação, alinhamento de interesses, gestão de expectativas, conversas difíceis. Soft skills são cada vez mais o diferencial.
  • Entender tecnologia como parceiro, não ameaça
    A IA vai ajudar a planejar, prever riscos, alocar recursos. Quem souber trabalhar bem com essas ferramentas terá vantagem competitiva.
  • Pensar ESG desde o início
    Projetos já nascem com compromissos ambientais, sociais e éticos. Entender frameworks de sustentabilidade passa a ser obrigatório.
  • Ser global (mesmo no bairro)
    Mesmo atuando no Brasil, as interações multiculturais aumentam. Falar outros idiomas, entender outras culturas de trabalho e saber lidar com equipes distribuídas já é quase pré-requisito.

 Outro dia mesmo, eu estava em uma call com três fusos horários diferentes, percebi que metade da minha função ali não era falar de escopo, mas ajustar expectativas culturais, interpretar silêncios e, claro, garantir que todos estavam mesmo falando da mesma coisa. Esse tipo de habilidade não está em nenhum cronograma mas muda o projeto inteiro.

O futuro da gestão de projetos não é fim da profissão. É fim de um jeito antigo de fazer, mas abertura para um papel ainda mais estratégico e relevante para quem souber se atualizar.

Essa é, ao menos, a minha leitura de agora (e posso errar muito, voltarei aqui em 20230 para ler). E, no mais, sigo estudando, porque o futuro já começou.♦


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