Dos 100 milhões de internautas no Brasil, 50% acessam a web via celulares e smartphones. Deste total, 60% pesquisam informações no Google e demais sites de buscas. Para Claudia Sciama, diretora de vendas do Google, que revelou estes dados durante o evento Fórum E-Commerce Brasil 2014, o novo comportamento traz mudanças significativas não só no tipo de pesquisa que as pessoas realizam, como também na forma como elas escolhem produtos, marcas e empresas.
Quem faz pesquisa no celular geralmente está fora de casa ou do escritório, tem pressa e quer informação referente a um interesse imediato, que pode ser um produto ou serviço nas proximidades (como restaurantes, lavanderia ou uma gráfica expressa). O tipo de informação também difere. Enquanto quem pesquisa no desktop ou notebook tem mais tempo para conhecer detalhes, no celular o que interessa são as informações de contato e localização, como telefone, endereço e horário de atendimento.
O Google acompanha o impacto do mobile no comportamento e vem adaptando seus serviços para esta nova realidade. Na área de buscas, a última novidade foi apelidada de Google Pigeon, pombo em inglês. De acordo com o site Search Engine Land, responsável pela notícia, o pombo foi escolhido por ser uma ave com forte senso de direção e que sempre volta para casa, esteja onde estiver.
Anunciado em julho, o Google Pigeon prevê que cada vez mais os resultados das buscas serão diferenciados de acordo com o aparelho (device) utilizado. Ou seja, a pesquisa em um notebook ou desktop tenderá a ser diferente do que a realizada em um smartphone ou tablet. Nos aparelhos móveis, a prioridade dos resultados estará relacionada à localização das empresas e do usuário.
“O Google Pigeon vai tornar as buscas por dispositivos mobile muito mais dinâmica. Os resultados vão se adaptar ao local em que estivermos”, avalia Eduardo Rathke, especialista em SEO da Clínica Marketing Digital. Para ele, restaurantes, salões de beleza, empresas de aluguel de automóveis, imobiliárias e pet shops estão entre os segmentos mais impactados com a atualização. “Mas, em geral, todo o ‘comércio de rua’ será afetado de alguma forma”.
Por enquanto, o Google Pigeon está sendo aplicado apenas nos EUA, mas o algoritmo deve chegar ao Brasil em breve. Para transformá-lo em mais uma oportunidade (e não em uma ameaça) para o seu posicionamento no Google, Rathke recomenda que as empresas adotem uma estratégia específica para o chamado “mobile search”.
Para melhorar o posicionamento nas buscas em dispositivos móveis, o especialista em SEO da Clínica Marketing Digital ressalta como aspectos fundamentais:
- Desenvolvimento de site responsivo (que se adapta ao tamanho da tela do dispositivo em que está sendo acessado). “Mas não basta apenas mudar o formato, é necessário criar um novo site que priorize as informações de contato e localização”, afirma.
- Tempo de carregamento ganha ainda mais importância no mobile devido às limitações de processamento dos celulares. Atenção ao tamanho de imagens e outros conteúdos que possam “pesar” no site.
- Cadastramento nos serviços do Google relacionados à localização, como Google Maps e Google Places.