Marketing Digital

4 mai, 2010

Redes sociais e o mercado editorial

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Há poucas semanas, o jornal O Estado de S. Paulo noticiou a chegada, no Brasil, da Ediciona, rede social espanhola especializada no mercado editorial. Será em agosto e a Ediciona.br terá agenda de lançamentos e calendário de eventos locais. Brasileiros poderão divulgar trabalhos, criar blogs e se informar sobre tendências do setor. A ideia, segundo o Estadão, é desenvolver projetos ligados à contratação de serviços editoriais. 

As rede sociais verticais (ou de nicho) são aquelas especializadas em determinado ramo, interesse ou segmento. Quando associadas ao mercado editorial, como é o caso da Ediciona, tendem a encontrar um campo prolífico pela frente. E isso diz respeito a todos os envolvidos, inclusive (e principalmente) aos leitores, de todas as faixas etárias. 

Nos EUA, soubemos, recentemente, da criação da rede social InkPop, projeto da editora HarperCollins, cujo objetivo maior é atrair leitores e escritores adolescentes com uma combinação de características da comunidade editorial, conteúdo gerado pelo usuário e elementos de rede social. Não se trata da primeira rede social vertical criada pela editora americana, que também administra a Authonomy, uma rede similar à InkPop, mas direcionada a escritores adultos. 

O funcionamento das duas redes é bastante similar. Os inscritos podem fazer o upload de suas obras para que estas possam ser lidas e criticadas por outros usuários da rede. As obras que obtêm melhor posição no ranking, mensalmente, são apreciadas por um grupo de editores da HarperCollins e podem ser publicadas. Todos saem ganhando. Os editores usufruem da própria capacidade de filtro da rede como auxiliar no processo de análise de originais e os autores, através de uma forma criativa e didática (pois seus trabalhos serão, no mínimo, analisados e comentados por outros escritores, editores, leitores etc), podem expor seus trabalhos e obter a atenção dos editores.

Outras redes são especializadas em leitores. No exterior, destacam-se LibraryThing, Shelfari e GoodRead. No Brasil, com diversos recursos encontrados em redes mais gerais como Twitter e Facebook, mas direcionados ao problema da leitura, o Skoob, a primeira e maior rede social brasileira on-line de leitores, pretende responder à seguinte pergunta “diga-me que livro você está lendo, que te direi quem és”. Esta foi, segundo seus administradores, a premissa usada para a criação desta rede. 

Atualmente, o Skoob conta com 160 mil sócios, reunindo pessoas do Brasil inteiro, que se reúnem on-line para conversar sobre livros e literatura, trocar experiências sobre hábitos de leitura,  elogiar e criticar livros, resenhá-los, enfim, discutir, de um jeito saudável e informal, suas preferências literárias. Através do Skoob os leitores podem se comunicar, trocar e recomendar livros, e transformar afinidades literárias em grandes amizades. O Skoob é uma rede colaborativa, ou seja, os próprios usuários podem cadastrar livros que ainda não existam nas bases de dados do site. 

As mídias sociais potencializam o papel do consumidor de livros, pois conseguem implementar com eficácia um dos mais eficientes meios de divulgação e venda de livros: o boca-a-boca. O leitor costuma comprar livros por indicação, seja de amigos, familiares, profissionais de renome, listas de mais vendidos, etc. Além disso, através das redes sociais, os leitores podem, em muitos casos, se comunicar diretamente com os autores. As editoras também podem divulgar os lançamentos a um público seleto e focado. 

Na Espanha, cerca de “oitenta por cento das pessoas que lêem o primeiro capítulo compram o livro”, afirmou Arantxa Mellado, em sua recente palestra apresentada no I Congresso Internacional do Livro Digital, ocorrido no final de março em São Paulo. Arantxa, que é  diretora executiva da Ediciona, rede social de profissionais do mercado editorial espanhol, é clara e objetiva: os editores e autores precisam se comunicar com o leitor, dialogar, conversar, interagir. Agora, como podemos perceber, o poder está definitivamente na mão dos leitores, que influenciarão e até determinarão a produção do conteúdo por parte das editoras.

“Twintrevista” com Arantxa Mellado, diretora da Ediciona, rede social do mercado editorial espanhol

Estes e outros assuntos, incluindo as propostas da Ediciona para o mercado editorial brasileiro, serão abordados na “twintrevista” (entrevista via Twitter) que realizarei com Arantxa Mellado, diretora da rede social Ediciona, nesta terça, 04 de maio, às 16h. Todos poderão acompanhar e participar, ao vivo, em http://www.pontolit.com.br/twitterati/ ou em http://twitter.com/pontolit. Para enviar perguntas, basta anexar aos seus “tweets” a hashtag #pontolit. Participem!