Marketing Digital

2 set, 2010

Privacidade para quê?

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Se cada um soubesse o que o outro faz dentro de quatro paredes, ninguém se cumprimentava. (Nelson Rodrigues)

Há algum tempo venho acompanhando esse fenômeno das redes
sociais e um assunto que sempre vem à tona é a questão da privacidade. Diversos
especialistas comentam diariamente sobre mudanças em regras de privacidades e a
exposição que o usuário tem na Internet através de todas essas mídias de
divulgação.

O que o usuário ainda não entende, porém, é que a Internet é
pública, e falar sobre privacidade na Internet é tão inútil quanto falar sobre
o mesmo assunto enquanto você caminha na rua. O usuário tem que notar a
diferença do que se faz em público e o que se faz em um ambiente privado, ou
seja, assim como você não vai andar nu em praça pública e esperar que ninguém note,
você não deve esperar que suas fotos de nudez passem despercebidas na Internet.

Você deve entender também que o objetivo dessas redes
sociais, como o nome já diz, é realizar a socialização entre os usuários e,
embora a possibilidade de se restringir um perfil a ponto de tornar algumas
informações realmente privadas, esse tipo de atitude fere diretamente o
objetivo inicial das redes, afinal se você vai inserir informações que somente
você pode ver em uma página de Internet, qual o objetivo de se inserir essas
informações?

Porém, mesmo sabendo que a Internet é pública, isso também
não significa que você deve abster-se de qualquer critério para selecionar seus
amigos, muito pelo contrário, escolher bem os seus amigos na Internet é tão
importante quanto na vida real. Isso faz com que a máxima “quantidade não
necessariamente significa qualidade” se torne adequada bem a essa questão, afinal, ter
milhares de amigos no Orkut, dezenas de milhares de followers no Twitter e centenas de contatos no LinkedIn, não significa necessariamente que você está
escolhendo bem suas conexões; talvez, ao contrário, você não esteja escolhendo
nada, simplesmente aceitando qualquer pedido de amizade e se expondo
desnecessariamente a pessoas talvez desconhecidas.

Outro ponto importante é que você deve sempre se sentir
confortável com o que escreve na Internet. Pense sempre em quem pode estar
lendo essa informação, seu chefe, colegas de trabalho, família, amigos ou até
desconhecidos, e se você sentir em algum momento que o que você vai compartilhar
na rede é talvez impróprio para algum desses grupos, simplesmente não
compartilhe e evite arrependimentos posteriores. Lembre-se novamente de que a
Internet é pública e mesmo que algum desses grupos não tenha acesso direto ao
conteúdo que você vai compartilhar há sempre uma chance de que de alguma forma
essa informação chegue até eles de qualquer forma.

Também se lembre de ser sempre autêntico, aja como você
mesmo na Internet e não como você gostaria que as pessoas lhe enxergassem. Agir
assim traz uma naturalidade ao seu perfil e evita que você entre em algumas
situações constrangedoras simplesmente porque você estava descrevendo atitudes
de alguém que não era você mesmo. Além disso, se você está bem consigo mesmo,
não há nada que possa lhe causar vergonha em se expor, tanto na Internet quanto
na vida real.

Agindo assim, a privacidade acaba se tornando um interesse
secundário, e você irá se preocupar menos com a sua exposição e se tornará um
usuário mais feliz das redes sociais.