Ultimamente tenho sido bastante perguntado sobre qual seria a diferença entre o profissional e o processo de planejamento online e offline. Algumas pessoas me questionam se essa diferença realmente existe. Bom, na minha opinião existe, sim, mas o processo é o mesmo.
Podemos dividir a questão em algumas partes. No quesito processo de planejamento, as diferenças começam na parte das estratégias. É nesse momento que o profissional de planejamento estratégico digital precisa pesquisar, não há diferenças entre online e offline. Mas veja bem, a diferença não existe no processo – na estratégia, sim. Mas isso vamos falar mais para frente.
Quando o planner precisa pesquisar e entender os pilares principais (mercado, concorrência, empresa e público-alvo), o processo para o mundo online e offline é o mesmo.
É preciso entender, fazer a imersão nesses quatro pilares, perceber o que se passa no mercado, o que a concorrência faz e não faz, o que é a empresa e o histórico da marca. E, claro, o principal objeto de estudo do planner é entender quem é o público-alvo, o que ele quer, seus desejos e pretensões com a marca, como compra, onde e quem influencia. Esse processo é o mesmo em ambos os mundos.
Passado esse processo de pesquisa, vem o processo de colocar na espinha dorsal do planejamento (objetivo, pesquisas, definição de público, estratégias, táticas, plano de ação?) a linha de raciocínio que o planner tem diante a marca. Aí já há uma diferença entre o on e o offline, pois é aí que o planner vai para o terceiro passo, de desenvolver estratégias, táticas, mensuração, entre outras.
Em um primeiro momento, já pode se perceber que o mundo digital tem os conceitos de relacionamento, interatividade, colaboração, compartilhamento, engajamento e métricas mais fortes do que no mundo offline – e por um fato que parece simples, mas nem sempre é: as ferramentas facilitadoras. Se um planner, por exemplo, identificou que um game online é uma excelente estratégia para a marca (identificou após a pesquisa), esse game pode:
- Gerar relacionamento da marca com o consumidor, atrás de experiência de marca ou de exposição de produtos.
- Interatividade está no DNA de um game – o usuário pode colaborar com o game, gerando conteúdo para a marca dentro do game ou em uma rede social do game, outro ponto de impacto da marca com seu consumidor através dessa ferramenta.
- O usuário pode compartilhar o link do game em suas redes, blog, Twitter, MSN, e-mail; o próprio game pode ter links para as redes facilitando o compartilhamento.
- Se o usuário comprar a ideia do game, o engajamento é quase que garantido. A partir do momento em que ele consegue compartilhar o game com amigos, um passo para o engajamento já foi dado.
- Métricas: é essencial medir cada passo, cada interação, cada compartilhamento, cada colaboração e como tudo isso gera resultados para a marca; aliás, gerar resultados para a marca é missão primordial para o planner on e offline.
Enfim, diferenças há. Na resposta, na estratégia de cada marca, o digital tem particularidades que o mundo offline não tem, assim como o contrário é verdadeiro. Se você é planner e está na dúvida de qual “mundo” seguir, sugiro estudar bem cases de planejamento on e offline e definir qual o seu talento, mas lembre-se de que há momentos em que os dois mundos se encontram, ao menos, no processo!