Não.

Se você ouviu um amigo, seu chefe ou outra pessoa falando essa legítima besteira que vem pregando-se por aí, acredite: são as mesmas pessoas que falaram e acreditaram que o Second Life seria o futuro da internet. A verdade é que eles tendem sim a esmagar as vendas de netbooks em função de estes não oferecerem tanto quanto o brinquedinho portátil do momento.

O fato é que iPad, Galaxy, Xoom e os outros são plataformas de consumo e não de produção. Isso quer dizer que, na prática, você jamais verá alguém em um escritório usando o tablet para produzir um texto, uma planilha ou uma apresentação.

Imagine-se digitando um texto mais longo do que uma mensagem no teclado virtual de um tablet, sem falar na total falta de ergonomia e conforto, você demoraria um bocado, não é? Não é necessário nem comentar outras atividades mais complexas que são feitas em PC e que são inviáveis em um dispositivo portátil como o iPad.

Antes que tentem argumentar que “basta plugar um teclado e fixar o gadget em algum suporte”, já adianto: dessa maneira, ele deixa de ser um tablet e torna-se um PC tradicional, tal qual um netbook ou notebook. Por sinal, já existe há muito tempo no mercado notebook que transforma em tablet.

A febre – sim é uma febre e vai passar como todas as outras – está mais ligada ao fato de ser um produto Apple do que pela tecnologia ou pelo formato em si. Basta analisar o market share para notar que a maioria esmagadora das vendas é do iPad, enquanto o Galaxy, segundo colocado, possui muito mais recursos e a mesma interatividade que seu concorrente.

Não tenho nada contra a empresa da maçã. Porém é inegável que exista uma legião de apaixonados e entusiastas que amam e idolatram a marca e seus produtos, independentemente do que o conteúdo da caixa ofereça.