DevSecOps

29 out, 2009

Scrum em um ano – Parte 02

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No artigo anterior, visualizamos os
primeiros
passos na implantação do Scrum em uma fábrica de software e o momento
certo
para o envolvimento do cliente. Hoje veremos alguns detalhes na
utilização
do SCRUM juntamente com o cliente e algumas dicas para quem pretende
utilizá-lo
na sua empresa.

O cliente aceitou, e
agora?

Com a aceitação do cliente, era chegada a hora de formalizar
o processo como um todo. Para isso, nada mais importante do que o
envolvimento
do cliente e do time nesta importante definição. Com a anuência de
todos, chegamos
aos
processos a seguir:

  • Sprint Planning 1: reunião de
    priorização do
    backlog e definição dos itens que entrarão no sprint que se inicia.
    Envolvidos:
    todo o time e o cliente;
  • Sprint Planning 2: reunião de
    definição de quem
    irá desenvolver cada tarefa e explicação dos itens a todos do time.
    Envolvidos:
    apenas o time;
  • Daily Meetings: mantivemos as
    reuniões diárias
    de 15 minutos com todo o time. Passamos a utilizar o despertador do
    celular
    para não esquecer. Impreterivelmente que a reunião se inicia às 16h,
    independente
    se todo time está presente ou não;
  • Sprint Retrospective: retrospectiva
    do sprint
    com a abordagem dos pontos positivos e os pontos a serem melhorados.
    Apenas o
    time participa;
  • Sprint Review: revisão do sprint
    entre o time e
    o cliente.

Além disso, continuamos utilizando o Scrum Board
para o
controle visual das atividades.
Paralelamente, adotamos a utilização do Burndown, que nos dá uma visão
diária
do andamento das atividades, eliminando inúmeros controles e planilhas.

As estimativas passaram a ser feitas por todo o
time. Desta
forma, normalmente uma pessoa é responsável pelo detalhamento dos
requisitos e,
após seu término, juntamos todas as pessoas em uma sala e praticamos o
Planning
Poker. Ele nada mais é do que o entendimento dos projetos por todos os
membros
do time onde, em seguida, cada um sugere um prazo para cada
micro-atividade. No
final, juntamos os prazos de todos e discutimos em conjunto a razão de
cada
escolha.

Resultados

Com as ações acima, conseguimos melhorias
significativas nos últimos sprints entregues. Dentre as
inúmeras melhorias, podemos citar:

  • Maior acerto
    nas
    estimativas, uma vez que todo o time participa dessa discussão;
  • Maior comprometimento dos
    profissionais com
    as tarefas, pois cada um participa da elaboração do prazo e existe
    apenas uma
    data como meta, a
    data final do sprint;
  • Maior controle das alterações de
    escopo, pois
    como os sprints são quinzenais, normalmente o cliente aguarda o final
    de um
    sprint para solicitar uma outra atividade diferente da priorizada;
  • Maior integração entre os
    profissionais, pois as
    reuniões são descontraídas e com uma ótima possibilidade de integração;
  • Eliminação do cronograma formal e
    acordos de
    entregas a cada sprint. O cliente não sabe o que cada um está fazendo,
    mas sabe
    que no dia “X”
    ele irá receber os
    requisitos que foram priorizados;
  • Eliminação das horas extras, pois há
    apenas um
    prazo e as pessoas se ajudam para o cumprimento daquela meta;
  • Maior controle de versões, pois há
    apenas duas entregas no mês;
  • O cliente vê o trabalho andar, pois
    está sempre
    recebendo algo “pronto” (no Scrum não existe atividade 90% concluída:
    ou está
    100% ou não está);
  • Todos têm conhecimento das
    atividades dos
    colegas;
  • Formação de profissionais multi-skilled;
  • Disseminação de conhecimento, pois
    todas as
    reuniões do Scrum têm como objetivo maior a troca de experiências e
    conhecimentos entre os membros do time.

Não se anime!

Ao ler todas as melhorias acima, provavelmente você deve
estar super animado e louco para implementar o Scrum amanhã na sua
empresa,
certo? Vá com calma! O Scrum não faz milagre. Repare que ele apenas dá
condições para que as pessoas desenvolvam seu trabalho de forma
simples, sem
burocracias e focadas sempre no cliente.

O Scrum não cria documentos,
não cria
fluxos, não define processos. Ele apenas sugere uma série de atividades
muito
simples que, se usadas de forma correta, facilitam o decorrer do
projeto como
um todo. Não venda o Scrum como algo milagroso porque ele não é. Use-o
como uma
tentativa de melhorar algo que você já faz hoje. Scrum
é um framework para a sua metodologia.

Conclusões

Utilize o Scrum como facilitador; não o veja como solução
de todos os seus problemas e os da sua
empresa. Tenha paciência e seja, sobretudo, persistente!

A
metodologia deve ser usada como apoio ao seu
trabalho e não deve ser a responsável pelo fracasso ou sucesso dos seus
projetos. Se o sucesso do seu trabalho depende de uma metodologia,
acredito que
esteja na hora de você repensar algumas coisas.