DevSecOps

6 out, 2009

LAFlashapaloozastock IV – Los Angeles

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Em uma pequena rua em Venice Beach, Los Angeles, aconteceu hoje o evento LAFlashapaloozastock (LAFPS), antecedendo a grande conferência anual da Adobe, a MAX 2009, a ser realizada entre os dias 4 a 7 de Outubro também em Los Angeles.
Realizado em um pequeno galpão com infra-estrutura reduzida, o LAFPS, produzido pelos realizadores do Flash In The Can (evento que ocorre anualmente no Canadá, Europa e, este ano, também no Japão), apresenta-se como sendo o melhor evento grátis relacionado ao Flash e contou com a presença de importantes personalidades do mercado.

Cheguei no evento por volta das 11h e a primeira impressão foi péssima. O local era bastante afastado da civilização, muito longe de qualquer estação de metrô, obrigando muitos dos participantes a irem de taxi, sem contar com o congestionamento, que é intenso em LA.
O local do evento era claramente improvisado, não oferecia conexão Wifi para e mal dava para ouvir os palestrantes pela fraca instalação acústica. Qualquer conversa paralela impedia que os participantes ouvissem as palestras. Além disso, não existia um copo de água gelada até por volta das 13h.
Porém, logo que se iniciaram as palestras, todos os aspectos negativos foram anulados pela grande qualidade das apresentações. Grandes profissionais contidos na agenda da MAX deram uma prévia de suas palestras, apresentando-as em primeira mão para os ali presentes.

Entre os destaques, Matt Snow, do departamento de Experience Design da Adobe (XD), demonstrou o primeiro protótipo de conversor de TV digital contendo Flash Player, passando dicas importantes para os desenvolvedores sobre como conciliar performance e estética no que a Adobe vem chamando de Flash for the Digital Home. O protótipo, ainda em desenvolvimento, possibilita a navegação do usuário utilizando o controle remoto do conversor. Utilizando Flash Lite 3.1. e AS2, visa o streaming de vídeo HD, aplicações stand-alone e rich user interfaces. Matt entrou profundamente nas limitações do player, tais como a impossibilidade de reproduzir sound events simultâneos ou mesmo paralelamente a um som em streaming. Graficamente, sugeriu que não sejam usados vetores em curva, outlines ou gradientes, visando uma melhor performance. Pelo problema de latência, indicou que sejam utilizados múltiplos bitrates para que seu sistema possa apresentar ao usuário diferentes versões de qualidade de vídeo de acordo com a sua qualidade de banda.

Joshua Hirsh, diretor de tecnologia da agência BigSpaceship, mostrou como funciona o processo criativo dentro da agência e demonstrou uma série de experimentos internos que acabaram resultando em aplicações comerciais para seus clientes. Os experimentos vão desde trailers de filmes que não existem até um jogo onde uma mula espacial vestindo calças dirige um tanque de guerra e armas surgem do zíper de sua calça. Dentre os ítens mais importantes de sua apresentação, falou sobre como criar e manter um ambiente de trabalho propício ao desenvolvimento intelectual e criativo. Suas melhores dicas foram: “não contrate babacas (não importa o quão talentosos sejam)” e “não seja um babaca (não importa o quão talentoso você seja)”. Estes “assholes” podem acabar com o espírito de equipe, inibir a troca de idéias e desencorajar qualquer interação criativa que possa gerar resultados extraordinários. Ele defendeu que todas as pessoas são criativas e que devemos abortar o termo “criação”  dentro de uma agência, fazendo com que todos possam participar de um brainstorm sem precisar ocupar um cargo ou rótulo específico.

Fechando o dia, o professor e artista digital Joshua Davis mostrou como o Actionscript pode quebrar as barreiras humanas de tempo de produção, habilidade manual e criatividade na produção de artes gráficas baseadas em patterns gerados dinamicamente pelo Flash. A maior parte de seu trabalho é composta de peças estáticas ou animadas geradas via Actionscript através da criação e distribuição de objetos gráficos na tela utilizando fórmulas matemáticas, gerando variações randômicas dentro dos parâmetros por ele configurados e inviáveis de produzir manualmente.
Josh mostrou como obter inspiração nas mais variadas fontes (desde o design de aviões alemães da Segunda Guerra até arquitetura espanhola e mapas mundi dos anos 70), mostrando como elementos e cores criados a partir de fontes obscuras e diversas podem compor peças inusitadas e atraentes, saindo dos padrões e tendências estéticas comercialmente aplicadas na grande maioria dos sites hoje. Seu segredo é imaginar coisas que ele mesmo não consegue fazer, e então passar meses estudando e experimentando até chegar o mais próximo do resultado esperado.

Analisando o evento como um todo, o custo-benefício foi extraordinário (mesmo porque era um evento gratuito) e a equipe, formada por voluntários, foi de extrema receptividade. A informalidade do evento permitiu que o networking fosse muito mais aberto e sem criar barreiras entre a produção, os palestrantes e os participantes do evento.
Recomendo e espero ansiosamente pela FITC Amsterdam, a ser realizada em Fevereiro de 2010, definitivamente a melhor cidade do mundo para fugir para uma conferência a trabalho 😉
Comece a convencer seu chefe desde já!