DevSecOps

5 jan, 2009

Gestão do Conhecimento e os ativos intangíveis

Publicidade

Olá, amigos leitores. Estamos agora comentando sobre os ativos intangíveis, um tema muito encontrado quando estudamos a gestão do Conhecimento. Por que algumas empresas têm um valor muito maior que o seu valor contábil? Quanto vale o conhecimento adquirido com os anos de experiência e que está na cabeça dos funcionários? Agradeço comentários, e-mails e notas para o artigo. Então…

Uma nova fortuna?

Nestes tempos modernos é de suma importância que as empresas sejam capazes de tirar o máximo proveito de seus ativos de conhecimento. Quando ela consegue gerenciar, distribuir e com isso gerar mais conhecimento, ela consegue então se colocar em posição de vantagem competitiva em relação as suas concorrentes. Sabemos que o conhecimento é de difícil compreensão, intangível e tem uma característica interessante que é o fato de quanto mais ser divulgado e utilizado, maior é o seu valor.

Há algum tempo o valor de uma companhia era medido principalmente pelo seu patrimônio. Hoje os chamados ativos intangíveis influenciam e muito a sua avaliação, sendo um bom exemplo disto as marcas e patentes. Você sabe qual o valor das marcas Coca-Cola, Microsoft, IBM, Intel, Nokia? (1)

O contexto do estudo de desenvolvimento econômico e da gestão do Conhecimento tem sofrido alterações, pois ao observarmos alguns indicadores verificamos a diminuição da importância de setores tradicionais, como por exemplo a agricultura, considerado de baixa geração de conhecimento e o crescimento de setores que trabalham com serviços, inovação e criatividade.

Atualmente verificamos em muitas empresas que a importância dos seus ativos intangíveis supera o de seus ativos contábeis e em muitos casos esta relação de valor está se tornando cada vez maior. Existem estudos em que algumas organizações conseguiram excelentes retornos e superação na concorrência após fixarem foco na construção de seus ativos intangíveis.

Como podemos mensurar ou compreender o valor econômico do Conhecimento?

Encontramos varias definições de Ativo como: “o conjunto de bens e direitos à disposição de uma entidade” ou “recursos controlados pela entidade, capazes de gerar fluxos de caixa”.

Existem também várias definições de ativos intangíveis, o que pode ser facilmente constatado em leitura sobre o assunto. Vou citar alguns exemplos relevantes:

  • Capital intelectual, humano, relacional, estrutural, social.
  • Propriedades intelectuais e ativos do conhecimento.
  • Stakeholders, recursos humanos, infra-estrutura, cultura, práticas e rotinas e propriedade intelectual.

Existem também algumas classificações em categorias, como por exemplo:

  • Capital humano: talento, habilidades e conhecimento dos empregados.
  • Capital da informação: infra-estrutura tecnológica, redes, bancos de dados e sistemas de informação.
  • Capital organizacional: trabalho em equipe, liderança, alinhamento dos empregados e gestão do conhecimento.

Quando tratamos de ativos tangíveis, como computadores e automóveis, sabemos que, devido ao seu uso, eles sofrem depreciação, mas existe uma grande diferença quando tratamos de ativos intangíveis, pois o conhecimento perde o seu valor quando não é utilizado. Neste enfoque podemos observar outra característica interessante em relação ao conhecimento, por exemplo, se você transfere seu conhecimento à outra pessoa, ela ganhou e você não o perdeu.

O conhecimento de um individuo é um ativo intangível, que é de sua única propriedade e serve de base para as suas atividades do dia-a-dia. Ele servirá também para o crescimento da empresa, caso ela tenha implementado processos de gestão do conhecimento, fazendo com que este conhecimento seja registrado, divulgado e gere novos conhecimentos, criando com isso uma vantagem competitiva e fique mais preparada para enfrentar mudanças e incertezas.

Bastante citados no campo de gestão estratégica, os conceitos de ativos intangíveis não são de fácil compreensão e estruturação, e isso talvez contribua para não haver a sua plena adoção na gestão dos negócios.

Devido a sua importância, esses ativos precisam ser conhecidos e medidos. Mas se sabemos que “você não pode gerenciar o que não pode medir” então como medir o que você não sabe descrever? Dá pra notar que este tema não é de fácil trato.

Conclusão

Constatamos que a freqüência e a rapidez das mudanças fazem com que o conhecimento fique obsoleto também de forma rápida e isto então implica na necessidade de aprendizados acelerados, gerando cada vez mais conhecimento em menor tempo.

Hoje os funcionários estão trocando informações com mais freqüêencia, criando, inovando de forma muito mais rápida e em volumes muito maiores do que no passado, ou seja, existe uma troca muito grande de conhecimento tácito ou informal nas relações entre eles.

Novas ferramentas, novos processos, mudanças rápidas no mercado, novas concorrências, novas estratégicas e por aí vai, neste mundo de grandes e radicais mudanças. Isto tudo faz com que o conhecimento seja visto como um grande aliado, personagem de grande influência e mudanças nas organizações.

Não podemos esquecer que são as pessoas que representam a empresa, elas são os verdadeiros agentes organizacionais, pois todas as estruturas e ativos existentes resultam da relação das pessoas entre si e das suas ações. O desafio é como converter rapidamente os ativos intangíveis em valor para a organização.

Encerrando com uma definição de que a gestão do conhecimento é “a arte de criar valor a partir dos ativos intangíveis.” (3)

Bibliografia

(1) Fonte: Best Global Brands 2006, Interbrand Corp. (http://www.interbrand.com/)

(2) Bureau of Labour Statistcs, EUA (agência governamental dos E.U.A. que coleta dados sobre a economia e o mercado de trabalho americanos e publica análises estatísticas para o público em geral)

(3) Sveiby, Karl Erik. A nova riqueza das organizações. Rio de Janeiro: CAMPUS, 1998