Carreira Dev

17 ago, 2012

Vale a pena trabalhar como prestador de serviços de TI?

Publicidade

Caro leitor, desta vez trouxe um texto sobre a prestação de serviços na área de TI. É um assunto delicado, que pode gerar discussões acaloradas – uns defendendo, outros atacando. Mas, como a maioria das coisas em nossa vida, precisamos ter bom senso quando optamos por trabalhar desta forma. Vamos lá, então….

Prestador de serviços: ser ou não ser?

De alguns anos pra cá, em nosso mercado, proliferaram empresas prestadoras de serviços. Acho que depois do ano 2000 (com o famoso “bug do milênio”), muitas empresas contrataram serviços de terceiros para agilizar o desenvolvimento de novos projetos, dar suporte aos sistemas legados e apoiar novos negócios; e desde então temos visto muitas empresas surgirem nesta forma de trabalho.

O próprio governo constantemente abre muitas frentes e tem optado pela terceirização de empresas de TI; o que, aliás, parece ser um excelente negocio devido ao enorme numero de empresas que se candidatam às licitações. Basta acompanhar os jornais. 

Muitas empresas viram seus negócios crescerem, mas o mesmo não aconteceu com seus departamentos de TI, pois optaram por contratações de terceiros, tendo, assim, uma intensa participação dos profissionais destas empresas dentro de seus departamentos. 

Mas o que é bom e o que é ruim?

Trabalhar como prestador não é o pior dos mundos. Como em muitas profissões, temos o lado bom e o lado ruim e às vezes não enxergamos isto.

  • Sobre o lado negativo:
  1. Rotatividade – Alta rotatividade de profissionais, geralmente pelo fim de projetos. Muitas empresas esquecem de que não adianta comprar máquinas de última geração se as pessoas não forem valorizadas, se sentindo parte da empresa. Vive-se um estresse constante pela instabilidade no emprego e este cenário mexe com todo mundo.
  2. Carreira – Muitos profissionais prezam pela sua carreira. Individualmente, eles conseguem alguma evolução no seu currículo, mas nem todas as empresas têm consciência da formação de seus funcionários e não dão apoio neste sentido.
  3. Formação –  Muitas empresas ignoram o potencial do profissional que tem em seus quadros.  Por exemplo, um profissional altamente qualificado, com experiência, mestrado e conhecedor de uma língua estrangeira, às vezes é passado despercebido na empresa e em determinado projeto tem o mesmo valor de um profissional que possuiu apenas o segundo grau e pouca experiência. O CV não pesa mais tanto hoje em dia.
  4. Salários – O mercado mudou muito. Hoje qualquer um se diz “sênior”. Um profissional “sênior” deveria ter alguns anos de experiência comprovada, no mínimo, mas isto acabou. O mercado inchado de profissionais faz com que as empresas contratem a qualquer salário e elas acreditam que um cara super jovem que se intitula “sênior” corresponda na prática aquele nível.      
  5. Forma de pagamento – Hoje poucas empresas assinam a carteira de trabalho com o salário integral. A maioria ou paga a tal “Flex” ou paga como “PJ”. O “FLEX” consiste em pagar tipo 60% em carteira e 40% “por fora” através de reembolso com alimentação, gasolina, farmácia, faculdades, etc. O “PJ” recebe um valor único e se vira com os impostos, o problema, a principio, é só dele.
  6. Discriminação – Já ouvimos falar de alguns casos de discriminação com os profissionais “terceirizados”. São conhecidos alguns casos de um prestador não poder ter voz ativa em um projeto, de evitar a sua convocação para reuniões, diminuir a sua responsabilidade em atividades e até não participar de comemorações internas. Felizmente, me parecem que ocorrem poucos casos desta natureza.
  • Sobre o lado positivo:
  1. Adaptabilidade – Constante adaptação aos vários ambientes das empresas “cliente”. Cada empresa tem seu ambiente adaptado e nem sempre é do seu conhecimento, sendo necessário assim um rápido aprendizado. Com o tempo, você passa a conhecer um bom número de softwares, hardwares, redes, aplicativos, comunicação entre mainframe e baixa plataforma, etc.  Isto vai para o seu currículo. 
  2. Experiência – É comum você ser alocado em outra empresa de tempos em tempos, em alguns casos de ramo de atividade completamente diferente do que você estava. Trabalhar em empresas de ramos diferentes é uma oportunidade de ganhar conhecimento mais rápido e enriquecer o currículo. 
  3. Networking – Com a quantidade de empresas que você trabalhou até agora, provavelmente fez um número muito grande de amigos na área e isto poderá lhe ser útil em várias situações como: saber sobre cursos e certificações, descobrir qual o perfil profissional mais requisitado no momento, indicar vagas, receber propostas ou até divulgar o seu currículo entre os amigos, numa extensa rede.
  4. Rotina – O dia a dia de um prestador raramente é de marasmo. A rotina pode deixar você acomodado, deixando de pensar, criar, inovar e isto é muito importante na nossa área. Inúmeras atividades acontecem diariamente, fazendo você pensar, repensar, criar novos processos ou procedimentos.
  5. Formação – Algumas empresas fornecem cursos internos gratuitos e/ou tem convênio com faculdades e conhecidos cursos do mercado. Melhorar o currículo e ganhar descontos é uma boa, por que não aproveitar?
  6. Participação – Na maioria das empresas, o prestador tem a chance de participar ativamente dos projetos, então aproveite e dê a sua opinião, tenha postura e se mostre. Nada de se esconder, com posturas, como “a decisão é deles, que são funcionários da casa, sou terceiro, não tenho nada com isso”.    

Conclusão

Na minha opinião, acho que devemos pensar sempre em fazer o melhor, independente de contrapartida da empresa. Ter a consciência de trabalhar sério, aprender com erros, estar comprometido, conhecer as melhores praticas do mercado, ter espírito de equipe, ser um dos responsáveis pelo bom clima de trabalho. 

Creio que trabalhar assim poderá lhe trazer méritos, benefícios, reconhecimento e, quem sabe, lhe abrir portas. E o mais importante é ter bom senso no dia a dia, lembrar que a “média é uma virtude”.

Você se identificou com alguma coisa deste texto? O que você acha deste mercado? Conte-nos a sua experiência, faça comentários, criticas ou sugestões, são bem vindos. Até a próxima.