Nós, profissionais criativos, desde cedo aprendemos o valor inestimável das idéias em nosso ramo de atuação. Somos antenas parabólicas de alta percepção, recebendo todas as idéias e agregando as referências em nosso subconsciente. Nosso objetivo é sempre encontrar a melhor idéia, a mais criativa, quebrando todos os paradigmas e servindo de referência futura com nossos trabalhos.
Porém, na medida em que nos relacionamos com o mercado, coisas estranhas começam a acontecer.
Inexplicavelmente, todos os caros conceitos estudados por anos a fio em cursos diversos passam a valer muito pouco, quase nada. Você começa a descobrir que é tratado como um maquiador (com todo o respeito que a classe merece), quando dizem que a estrutura está pronta, a AI também e que agora você tem que deixar “bonitinho” (sendo que o “bonitinho” é o feio bem arrumado, segundo um grande amigo). Como assim?
É duro, mas é verdade. Via de regra, nós, designers, somos vistos assim. Decoradores de interfaces, “enfeitadores” de estruras “prontas” e só.
Verdades absolutas são sempre questionáveis
Você está inserido num contexto racional, lógico. Os prazos são irreais, as condições são surreais e o salário ultrapassado (com essa merreca vivia-se bem há uns… 10 anos). Provavelmente lida com gerentes de projeto o tempo todo, com suas planilhas controladoras.
“Quanto tempo leva pra criar uma página?”
“Quanto tempo você leva pra fazer um banner?”
Tais perguntas perturbam seu atribulado sono: como tangenciar o intangível?
O corporativismo e o genocídio da criatividade
Corporativistas são chatos e pentelhos, por definição.
Quando são afrontados com argumentos com os quais não podem lidar, lembram, de forma nada sutil, que são eles que trazem dinheiro, clientes e negócios para a empresa e que, portanto, sem eles seu salário (nem mesmo seu emprego) existiria.
Tratam o criativo como os artesãos hippies das praias badaladas em época de temporada, com aquele ar de “ele é tão criativo e talentoso, mas não sabe ganhar dinheiro”. Então, como bom samaritanos, fazem a gentileza de comercializar, de maneira eficiente, seus devaneios criativos.
Certo? Errado.
Não demorará muito pra exibirem páginas amareladas de algum anuário de propaganda, dando ordens pra que você COPIE determinada solução gráfica. Ou, pior, passam urls do tipo template monster, dizendo que “é só pegar uma idéia dessas aqui, mudar o loguinho, dar um tapa e pronto”. Não é impossível ser criativo numa realidade assim. Talvez seja melhor vender artesanato na praia.
Nunca se esqueça:
- Você é criativo, portanto, deve estar em ambientes que possibilitem a livre expressão;
- Para um criativo, a empresa é uma continuação do home studio. Se você vai para o trabalho deprimido, algo está errado;
- Se o seu chefe não respeita o trabalho de outros, mandando fazer uma cópia, jamais respeitará o seu;
- Você é capaz, sabe o que quer e, sim, pode adquirir (se é que já não tem) tino comercial. Não precisa que ninguém comercialize seu trabalho. Você mesmo pode fazer isso;
- Seja feliz, sempre. Se algo lhe deixa triste, mude o paradigma e busque novos horizontes. Azar de quem não soube reconhecer o seu valor.
É isso. Grande abraço a todos e sigam-me no twitter!
Até a próxima!