Design & UX

28 mai, 2012

A ascensão e a queda da experiência do usuário – Parte 1

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Vamos dar início a uma série de artigos sobre design e experiência do usuário, que corresponde à minha palestra de encerramento do IA Summit 2011, em Denver, Colorado.

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Minha carreira em experiência do usuário começou em 2002, quando meu empregador do governo me pediu para organizar suas informações de ações robustas, e procurar por maneiras de publicá-las em um web site pífio.

Eu comecei a buscar por inspiração e, como muitas outras pessoas, a encontrei no polar bear book. Era um momento de aleluia. Pelo menos, eu encontraria pessoas que pensavam da mesma maneira que eu e que compartilhavam ambições que iam além da minha limitada visão da web.

Como a única pessoa curiosa sobre IA na minha empresa, e talvez em toda a minha cidade, eu vivi uma vida profissional solitária. Tendo o contato de mentes parecidas negado, vivi vigorosamente através de livros, artigos do Boxes & Arrows e anotações de eventos como o IA Summit. Isso significava que eu conhecia muitos de vocês antes de vocês me conhecerem; e eu os agradeço por me ajudarem a sobreviver e a crescer como um praticante solitário. Seus conselhos valeram muito para mim, e as pessoas têm me pagado para eu fazer o trabalho que amo por quase uma década.

Portanto, eu sinto um carinho muito grande em relação à comunidade que me ajudou tanto nos meus anos de formação. Mas eu ainda penso em mim como um novato na comunidade global UX. Esse é apenas meu terceiro IA Summit. Eu tenho sido um observador de fora da historia do IA e do Summit. As políticas, a ascensão econômica, e os argumentos de definição eram apenas frutos de leituras para mim. Eu tinha muitas coisas nas mãos quando comecei a construir o meu caminho.

Hoje, trabalho como consultor, auxiliando empresas, startups e organizações sem fins lucrativos a prosperar ao alinhar o pensamento das pessoas com o que elas querem de verdade. Meus companheiros consultores reconhecem que uma das nossas principais vantagens é o ponto de vista ingênuo. Podemos fazer perguntas idiotas e dar nossa opinião honesta sobre como as coisas são vistas por olhos não treinados, antes de estarmos viciados na política, na linguagem e no ponto de vista do nosso cliente.

Esse é o ponto que eu sigo hoje. Ao trabalhar em um país diferente, e fazer parte de uma comunidade diferente, eu me deparei com desafios parecidos e ao mesmo tempo diferentes para muitos de vocês. Espero que eu possa oferecer uma nova perspectiva sobre as coisas: a visão da minha colina vizinha.

Gostaria de falar sobre a ascensão e a queda da experiência do usuário.

O objetivo final

O design da experiência do usuário atingiu seu objetivo final. Executivos sêniors que estão acostumados a ver o design de forma suspeita – algo praticado por todos os europeus com óculos de fundo grossos – agora ouvem sobre um design centrado no usuário em publicações como BusinessWeek e Harvard Business Review, e em eventos como TED e Davos. Agora parecem que as nuvens econômicas estão se estreitando, as empresas estão procurando um design que gere vantagem competitiva. Ao observar o sucesso de produtos devido a seu design, e o fracasso daqueles que negligenciam a importância do design, naturalmente os executivos querem participar da ação.

A Apple é a garota-propaganda, claro. Ela foi votada pelos leitores da Fortune como a Mais Admirada Empresa pelo quarto ano em que participou, e milhares de negócios querem que seus produtos sejam “o próximo iPhone”. Apesar de ainda existir uma lacuna substancial entre aspiração e execução, os lideres de negócios estão, agora, pelo menos falando sobre as coisas certas: experiência, protótipos, estratégia de design, inovação.

Conscientização pública

A compreensão pública sobre design também está aumentando. Os consumidores veem e usam os mesmos produtos que desejam, e podem agora utilizar o poder de suas redes para aprender mais sobre a real qualidade do produto antes de comprá-lo. Isso significa que as pessoas estão valorizando cada vez mais a usabilidade e a experiência, apesar de nunca usarem esses termos.

Dez anos atrás, o participante de um teste de usabilidade diria que ele não entendia o sistema; mas hoje ele se desesperaria e culparia os designers. Muitas pessoas hoje baseiam suas escolhas tecnológicas na experiência do usuário, e escolhem um serviço de longo prazo baseado no seu serviço ao consumidor.

Algumas empresas, tirando vantagem dessa nova instrução sobre design, agora provam o UX como um importante ponto de venda. Comerciais recentes da TV britânica de empresas tecnológicas, bancos e sites de comparação de preços promovem a experiência ao consumidor acima de tudo; uma mudança bem-vinda de sobrecarga de recursos ou de associações de marca glamorosas. 

Catalisadores da mudança

O mundo também vê a informação e a tecnologia como catalisadores dessas mudanças. Ambos estão gerando impacto nos negócios globais, nas leis, na privacidade e no governo. Os custos para ações em massa despencaram. A juventude conectada de hoje está adepta ao uso da tecnologia e à propagação instantânea da informação para atingir o que ela considera falho no mundo. Como vimos nos primeiros meses de 2011, as redes estão começando a demolir hierarquias.

Estes são tempos de explosão para aqueles de nós que trabalham na intersecção entre tecnologia, informação e experiência. O mercado de trabalho para pessoas bem entendidas em UX e IA está em alta; até as maiores empresas de tecnologia do mundo não conseguem encontrar profissionais altamente capacitados, e os recrutadores estão se desesperando com isso. É um mercado para candidatos, e se você não está no emprego dos seus sonhos, talvez seja hora de pensar em ir embora.

No próximo artigo da série, serão abordados os problemas do setor.

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Texto original disponível em http://www.cennydd.co.uk/2011/fall-and-rise-of-ux/