Desenvolvimento

18 abr, 2016

Web (mobile web) ou apps? – A discussão final

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Cross-platform, mobile websites ou websites responsivos? Apps nativos ou apps híbridos? Esses embates são frequentemente assuntos onde trabalho, na Concrete Solutions, em clientes e na comunidade também. Pensando nisso, resolvi iniciar uma série de artigos falando sobre e embasando um pouco da nossa percepção e opinião sobre esses temas.

Como tudo isso é polêmico, quero deixar claro que não estamos entrando em uma competição da qual apenas um sairá ganhador. Estamos tratando de trade-offs e prós e contras. Mas a resposta final para a sua decisão deve ser baseada no seu cenário específico.

Também é importante dizer que vamos abordar o problema sob um ponto de vista um pouco mais amplo do que a argumentação comum de que o próprio Mark Zuckerberg disse que apostar em HTML5 e apps híbridas foi um grande erro da estratégia mobile do Facebook, ou que o LinkedIn se afastou do HTML5 para a sua estratégia mobile ou ainda que o PhoneGap tem diversos aplicativos disponíveis para uso na loja, assim como a Xamarin também é amplamente usada no mercado.

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Dito isso, vamos começar com a nossa argumentação sobre usar web + mobile web ou apps. No próximo artigo entro na discussão sobre apps nativos x apps híbridos, ok?! Então vamos lá!

Web + mobile web x Apps

A primeira parada da nossa discussão é a boa e velha disputa entre web (e mobile web e/ou web responsivo) versus aplicativos. Superficialmente, parece uma necessidade mutuamente exclusiva: ou você está do lado do mundo web ou do lado dos aplicativos. E esse é o posicionamento errado na discussão: não se trata de uma escolha, em que a outra opção deve ser deixada de lado, mas sim de canais muitas vezes complementares, com casos de uso diferentes.

Atualmente, a web é um canal utilizado para descoberta e pesquisa de conteúdo e informação. Então, podemos dizer que a web é o topo do funil no qual entrarão novos usuários ou usuários únicos para o seu site, plataforma ou negócio. No entanto, uma vez que a sua proposta de valor convence determinado usuário, ele acaba preferindo baixar o aplicativo para a recorrência do consumo. Muitos analistas estão alinhando que a web é o topo do funil e os apps são o final dele, ou seja, os apps são o canal pelo qual o usuário irá engajar com o seu produto dali em diante. Nesse sentido, importante pensar no “customer lifetime value”.

Outra linha de pensamento diz que são casos de uso diferentes. Pense na forma como você engaja em conteúdos web nos dispositivos mobile e em conteúdos e tarefas específicas em aplicativos. É quase como se a web fosse mais focada em consumo de informação e os apps mobile na execução de tarefas. Do ponto de vista de UX, este artigo explica muito sobre o tema, apesar de não ser nada escrito em pedra, e iniciativas como 3D Touch corroboram esses argumentos.

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O mercado de mídia também tende a concordar com essa abordagem, uma vez que gigantes como a Globo.com e outras adotam a abordagem híbrida ou HTML5 para a estruturação dos seus conteúdos. Considerando que a estrutura de anúncios online para a web é infinitamente mais madura e sedimentada do que para o mundo mobile (no qual o poder passa para players como o Facebook, por exemplo) e que esses portais de conteúdo vivem da venda de anúncios, é provável que essas questões tenham impacto decisivo na escolha.

A impressão é que existe uma batalha intensa para determinar o futuro do consumo de informações no mundo mobile. Muitos são contra apps específicos para consumo de notícias, mas o New York Times e a BBC possuem laboratórios de pesquisa e desenvolvimento focados em garantir o lugar deles no futuro, e a Apple, AmazonFacebook e Twitter Moments são só alguns exemplos que mostram que estão todos lutando para desvendar essa nova dinâmica de engajamento.

Por fim, existe a visão multicanal: se você é um player médio ou grande no mercado é impossível ignorar ou evitar uma visão multicanal do seu produto ou plataforma. Para a maioria dos casos, é essencial que você ofereça uma interação completa e consistente para seus clientes. Pegue o exemplo de players grandes no Brasil, como Buscapé, Americanas.com, Dafiti, Netshoes e outros. Todos eles têm, além do site, apps nativos para iOS e Android. E obviamente que não estamos limitados às empresas de e-commerce, podemos dizer o mesmo de online banking, streaming de música e diversas outras categorias.

Concluindo, se você tem tamanho suficiente, não pode se dar ao luxo de não ter um posicionamento mobile nas apps stores. E esse posicionamento não pode ser tímido. Você tem que conseguir atender as necessidades do usuário final e os objetivos do seu negócio em diversos canais, sempre garantindo consistência entre eles.

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