E se, ao invés de instalar um app, nós permitíssemos que um serviço fale conosco via iMessage? Essa pergunta foi o trecho que o Leonardo Pabon, Product Manager da Concrete Solutions, ressaltou do post do Matt Galligan sobre o MessageKit, da Apple. Muito se tem falado sobre chats e bots e etc. (eu já citei o assunto no artigo que fiz sobre as novidades da F8, do Facebook) e eu acho que esse artigo do Ben Evans sintetiza muito bem a corrida na área.
Entretanto, existe uma questão importante nesse contexto que é o problema que você está tentando resolver. Se ele for pequeno o suficiente, um bot com machine learning e algumas técnicas de inteligência artificial conseguem resolver. Se não, é difícil mesmo, hoje em dia, e mais difícil ainda se você não for a Google ou a IBM. Também existem paradigmas diferentes entre a forma como Google Now (que é proativo) resolve o problema, e como a Siri (que é reativa) resolve o mesmo problema – além de como o Amazon Echo e a Alexa resolvem o problema.
Outro dia, eu estava refletindo sobre a interface de receber notícias do Quartz. Passando o hype, eu fiquei um pouco de saco cheio, com vontade mesmo de scrollar as notícias como no g1.globo.com ou que elas fossem narradas para mim, como uma rádio tocando enquanto eu estivesse dirigindo ou em um táxi. Por outro lado, recebi o número do boleto da minha conta de celular pelo *144# e o resultado via SMS foi bem satisfatório. Sem apps, sem Meu Tim, mais rápido e nada de OTT em relação às operadoras.
A partir dessas reflexões, pensei que interagir via mensagem de texto ou voz, em vez de instalar um aplicativo tem toda uma dinâmica de subir a inovação pilha acima, no limite de ser irrelevante se o sistema operacional é Android ou iOS ou se o aparelho é Apple ou Samsung. Desde que tenha o Google Now/Siri/Cortana/Alexa disponível, estaria tudo bem. O que temos que pensar é como vamos interagir e desenvolver para esses serviços.
A Alexa e o Slack estão puxando a frente. Por exemplo, eu faço um app para o Amazon Echo, cadastro a minha aplicação e quando eu digo na minha sala de estar: “Alexa, pergunte ao SporTV Times qual o próximo jogo do Flamengo”, ela sabe dizer que tem que startar o código do app do Times da Globosat, bater na API da GSAT, pegar o resultado e parsear o resultado em linguagem natural para ser falada por ela. Neste contexto, onde fica a GUI? Ou melhor, teríamos GUI?
Então, o contexto conversacional dentro do Whatsapp faria menos sentido. E com menos GUI, qual seria o motivo de tanta tela nos nossos aparelhos celulares? Tudo seria lido para nós? No melhor estilo “Her”?
Muita coisa ainda vai acontecer nesse mercado. Falamos na dias atrás com uma empresa que provê solução “conversacional” estilo Whatsapp para atendimento via SAC usando machine learning para dar as melhores respostas. Aqui na Concrete, poderíamos implementar com um mix de Tensorflow + implementação de alguns papers e muito training data para irmos melhorando as nossas respostas, e o problema de capacidade de processamento seria delegado à AWS ou private clouds.
Sobre o problema de descoberta de aplicativos, por enquanto quem está ganhando rios de dinheiro é o Facebook. Como a app store é o Yahoo dos anos 2000, ou seja, uma lista de entradas por categoria, vs o Google (digite o que você quer encontrar), o Facebook se torna a melhor forma de aquisição de usuários (downloads) no mundo mobile de hoje. Kudos para o Zuckerberg.
Aqui tem alguns exemplos de problemas, exemplos e questões relacionadas ao assunto:
Se você quiser saber mais, ouça este podcast, no qual o Gabriel Brettas, o Leonardo Pabon, o Thiago Catão e eu falamos sobre as interfaces conversacionais.
Ainda temos muito a dizer sobre bots, chats e etc., e se você quiser deixar sua contribuição é só aproveitar os campos abaixo.
Até a próxima!