Logo após ler uma resenha
no Contraditorium, comprei a edição em português do livro “Start Up”,
na época ainda em pré-venda. Logo que chegou meu exemplar, devorei-o
rapidamente e com isso faz um tempinho que eu já queria comentar e
recomendar este livro aqui. De autoria de Jessica Livingston (sócia do
micro-fundo de investimento YCombinator),
o livro foi lançado originalmente em 2007, nos Estados Unidos, sob o
título de “Founders at work Stories of Startups Early Days”.
Nesta edição brasileira de “Start Up”,
conta-se a história dos dias iniciais de dezesseis grandes empresas ou
produtos de tecnologia surgidos principalmente no Vale do Silício. O
grande trunfo da publicação é o fato de que essas histórias não são
narradas por um observador externo, mas pelos fundadores dessas
startups, contando tudo em primeira pessoa. Sim, é um livro de
entrevistas, com histórias inusitadas, de superação ou simplesmente
recheadas de assuntos de nerds. Na contracapa, a autora explica por que
o escreveu:
A fama que vem com o sucesso faz os
fundadores de startups parecerem uma espécie diferente. Se as pessoas
puderem ver como essas empresas realmente começaram, talvez tenham mais
coragem de iniciar um negócio próprio. Espero que muitos que leiam
essas histórias pensem: ‘Esses caras já foram como eu. Talvez eu também
consiga.
Parece descrição de livro de
auto-ajuda? É, eu acho que dá pra dizer, no mínimo, que ler “Startup” é
uma boa fonte de motivação pra todo mundo que pensa em ou que já
empreende em áreas que envolvam tecnologia e inovação. Eu, que me
encaixo na descrição, obviamente me identifiquei totalmente com a
proposta e até mesmo com algumas das situações relatadas. Desnecessário
dizer, portanto, que adorei o livro.
Porém, mais do que motivação, as entrevistas trazem excelentes lições para empreendedores. Existe um provérbio que diz que o ”
homem sensato aprende pelo erro dos outros”. Ler os relatos de
fundadores que ralaram bastante, tropeçaram algumas vezes no caminho e
que, depois de bem sucedidos, resolvem contar suas histórias é uma
chance única de aprender com os erros que eles cometeram, e mais do que
isso, conhecer o que deu certo.
Meu único arrependimento em relação ao livro foi não ter marcado as lições mais valiosas, como fez o Guy Kawasaki (leia este post
dele para entender o que quero dizer), e por isso é bem provável que eu
o leia de novo em breve. Ainda assim, várias dessas histórias ficaram
guardadas na minha memória. Me identifiquei muito, principalmente, com
as de Evan Williams (fundador do Blogger, e mais recentemente do
Twitter), de Mark Fletcher (do Bloglines) e do David Hansson (37
Signals).
Poderia relatar por incontáveis
parágrafos o que mais gostei e os trechos mais bacanas, mas isso não
teria graça. Se o livro te interessar, sugiro dar uma conferida no hotsite em português, que traz inclusive um trecho do mesmo (a entrevista com Steve Wozniak), e no site da publicação original,
em inglês, no qual inclusive a autora mantém um blog que é atualizado
periodicamente.