Leitores de diferentes localidades do país tem procurado informações sobre SCORM, desenvolvimento de cursos e de plataforma LMS. Para desenvolvimento de cursos temos uma grande variedade de possibilidades, para desenvolvimento de plataformas, vale começar pelos já desenvolvidos, gratuitos e de código aberto como o Moodle.
No cenário atual temos dois grandes caminhos que são percorridos paralelamente, o corporativo e o acadêmico. O LMS (gerenciador de cursos) no mercado corporativo tem evoluído de uma ferramenta de treinamento para um complexo sistema de gestão de desempenho, já temos no mercado LMS com gestão por competência e o RH pode comemorar! Na área acadêmica o Moodle continua seu reinado em grandes instituições como a Fundação Getúlio Vargas. Cada um desses caminhos oferece oportunidades tão distintas de trabalho como de soluções especificas. As margens desses grandes segmentos temos as empresas que oferecem uma grande quantidade de cursos com preços bastante reduzidos, por consequência abrangem um grande público, não usam muitos recursos de um verdadeiro LMS, mas geram lucro.
Quando falamos de LMS e SCORM devemos considerar que utilizamos uma parte de seu potencial, por exemplo, para a versão SCORM 1.2 comumente recuperamos o nome do aluno em algumas telas, gravamos o status de progresso (bookmark) e quando muito gravamos uma única nota de prova, que não reflete em nada o esforço ou a tentativa de acerto de um aluno. Já na versão SCORM 2004 3ed algumas coisas melhoraram, principalmente para avaliação com a interactions, mas o mercado ainda não utiliza.
A cada dia mais empresas buscam um serviço de LMS melhor, ou seja, que possa atender com mais eficácia as sua necessidades e graças ao SCORM isso é possível! Não é bem assim, esse seria o cenário ideal, mas essas migrações causam um trabalho além do esperado devido a prática de adaptações que descaracterizam o padrão SCORM, outro fator prejucial foram as empresas que desenvolveram plataformas em ASP/PHP que não são LMS’s, mas que gerenciam cursos de forma similar. Esse foi um erro que o cliente pagará para aprender.
Para as empresas que começam agora, existe a possibilidade de utilizar ferramentas de autoria que geram cursos no padrão SCORM de forma bastante automatizada, mas não muito customizável. Essas ferramentas possuem suas limitações, mas no curto prazo resolvem sem exigir qualquer conhecimento no padrão SCORM ou na prática de e-learning. Para quem busca uma solução dessas sugiro uma boa pesquisa antes de qualquer iniciativa, durante esses meus oito anos de e-learning, diversas ferramentas apareceram e desapareceram deixando um emaranhado de códigos complexos para manutenção e princiaplmente por não atender a expectativa prejudicando um bom negócio.
Entre os novos entrantes estão algumas escolas de idiomas e agências. Os ambientes de agências que tenho frequentado é extremamente envolvente do ponto de vista tecnológico e sem dúvida do Design. Aqueles que vivenciam e-learning sabem que grande parte dos cursos são parecidos demais em diferentes fornecedores e isso desvaloriza nosso trabalho. A prova desse descaso são os leilões reversos ou pregões eletrônicos em que o custo determina o fornecedor, por consequência temos um cenário mais agressivo do que competitivo. Certamente temos empresas que pensam e agem diferente, sem dúvida, mas em geral considero lenta a evolução e a valorização dos cursos comparada com sua potencialidade no aumento de desempenho profissional ou acadêmico.
Enfim, temos aqueles que utilizam ferramentas para gerar cursos, aqueles que desenvolvem literalmente não mão, aqueles que oferecem subsídios para que os outros desenvolvam, como ilustradores, programadores, consultores e esse esforço coletivo entre áreas tão distintas como agência de publicidade, desenvovedores de softawares e empresa de e-learning “nativo” estabelecerá uma revolução com novos conceitos, novos horizontes e excelentes negócios para todos.