Carreira Dev

6 ago, 2009

O colaborativismo e o ouro de tolo

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De uma hora pra outra, de forma efêmera (algo típico na nossa cultura digital pré-pós-neo-conectada, ou algo que o valha), surgiram novas palavras de ordem: colaborativismo, conteúdo gerado pelo usuário. Buzzwords (que de tão citadas e repetidas hoje são tão relevantes quanto qualquer jargão de programinhas humorísticos de quinta categoria) “berradas” aos quatro ventos: o usuário é quem manda, o conteúdo é o rei, cauda longa e afins.

Você, provavelmente animadíssimo com as possibilidades prometidas como um paraíso da livre expressão (“oba! Agora minha banda/site/projeto/empresa sai do papel!”, pensou), deu um jeito de entrar na história toda: começou com um blog, criou perfis em “n” redes sociais, passou a estudar, noites a fio, o modelo 2.0, revolucionário, com espaço garantido e prometido para todos que possuíssem algo bom, novo e relevante. Você realmente acreditou, ingenuamente, que bastava ser bom. Pobre rapaz!

O tempo passou e novas ondas surgiram – como um tal twitter que você, em princípio, adorou, pra depois se sentir solitário, com seus comentários e reflexões relevantes, só que com quase nenhum seguidor para “curtir” tamanha genialidade. Você sempre “dropou” todas, seguindo os conselhos renomados especialistas em mídias sociais, investindo alguns milhares de dólares em livros “hypados” de “social media” na amazon.com.

Apesar de tudo, algo deu errado. Os milhares de acessos não surgiram. Os comentários, muito menos. Seu blog não foi citado por ninguém “importante” (ué, mas todos os usuários e geradores de conteúdo não eram igualmente importantes dentro do processo como um todo?). Apesar de todos os esforços de contatos e pesquisas, nada aconteceu.

Tudo permaneceu como antes: você, seu pc, suas idéias inovadoras, suas ações primais, sua solidão.

O que deu errado? Os conselhos foram seguidos, os paradigmas (recorrendo a um dos jargões mais odiosos do mundo corporativo) foram quebrados. O que houve, então?

Dentro da sua empolgação lúdica, você não percebeu: muito do novo mundo anunciado funcionou, muito bem, para alguns poucos que deram a sorte de chegarem antes de você. Assim, suas chances tornaram-se resumidas dentro da enormidade de outros e mais outros que seguiram as mesmas estratégias vencedoras, nos mesmos livros. Isso entupiu o mercado e as vias de informação de gente igual, pensando, escrevendo, profetizando e professando a mesma maldita fé.

Tudo tão homogêneo, tão igual, que a novidade tornou-se a “carne-de-vaca” da vez, o arroz-de-festa.

O que fazer?

Pensar diferente. Agir diferente. Ver o que ninguém percebeu.

Ao encontrar essa nova visão de mundo, aí sim, você terá chances de escrever seu lindo “nominho” ao lado daqueles que sempre admirou. Ou não. Pois só enxergar, sem boas e efetivas ações, não basta.

Portanto, a receita é não ter receita. Isso, por si só, já é um ótimo começo.