É muito fácil entender um computador. Ele tem ítens de hardware bem delimitados cuja funcionalidade começa e acaba neles mesmos e tudo se integra de maneira bastante lógica e intuitiva. Quando precisamos de mais memória, HD ou processamento, basta algum dinheiro e alguns clicks e podemos extender sua funcionalidade ao extremo dentro das capacidades disponíveis no mercado.
Já o cérebro humano é um tema que poucos se sentem à vontade para explorar. Mesmo sendo uma ferramenta inerente à nossa condição de seres-humanos, o cérebro não nos agrega muita familiaridade. Salvo profissionais da área e entusiastas, pouco sabemos sobre ele e o julgamos complexo demais para que possamos tirar proveito de qualquer estudo superficial que demande nosso tão precioso e escasso tempo. Ou seja, dedicamos mais tempo ao aprendizado de hardware, softwares e linguagens de programação do que ao órgão que controla todas as nossas ações vitais e que é a ferramenta central que coordena o modo como absorvemos, processamos, arquivamos e colocamos em prática todas os nossos conhecimentos, e que os transformam em habilidades e conteúdo para que possamos nos diferenciar e competir em um mercado repleto de…seres-humanos como nós.
Afinal, o que diferencia um bom de um péssimo designer, quando ambos masterizam com excelência uma ferramenta como o Photoshop? O que diferencia um programador que consegue finalizar um sistema em 1 semana do que um que passa um mês trabalhando no mesmo, se ambos conhecem com plenitude a API que documenta a linguagem? O que faz uma pessoa discursar com fluência e outra com extrema dificuldade, se ambas conhecem igualmente o tópico em questão?
A resposta é um tanto complexa e é objeto de estudos de dezenas ou centenas de milhares de livros e artigos publicados. Entre as centenas de variáveis que fazem com que uma pessoa se diferencie de outra sob circunstâncias similares, existe um fator que é essencial ao sucesso, e este fator é a vontade.
A vontade gera curiosidade para nos aprofundarmos e sermos mais hábeis em aspectos e disciplinas nass quais nos interessamos em aprender e dominar. Essa vontade pode ter diferentes fontes e estão geralmente interligadas à uma recompensa, seja ela reconhecimento, poder, fama, riqueza ou mesmo vingança. A vontade move o ser-humano e o leva a competir com os outros e com si mesmo, levando a espécie a evoluir de geração em geração.
Independente da fonte ou recomensa vinculada à esta vontade, ela gera determinação e empenho, uma força interior que possibilita irmos até o fim para conseguirmos o que almejamos.
No livro ” O Segredo”, a autora prega que o pensamento em si atrai aquilo que focamos ter, como um imã para que o universo todo conspire para que os objetos de desejo sejam entregues para àqueles que os desejam. Sem dúvida saber com exatidão o que se quer pode gerar mais resultados do que simplesmente não ter desejos palpáveis. Mas o desejo é apenas a primeira etapa do processo de conquista.
É baseado na fisiologia do Desejo que começa o livro “Os Segredos da Mente Milhonária”, de T. Harv Eker, apresentando um plano de 5 etapas para se conseguir o que quer baseado no conceito de que o Desejo (Programação) leva ao Pensamento, que leva ao Sentimento, que leva à Ação, que enfim leva ao Resultado. Este conceito é denominado PPSAR e cobrirei abaixo resumidamente cada um dos ítens:
PROGRAMAÇÃO
O primeiro passo é se programar mentalmente para atingir uma meta, seja ela adquirir uma habilidade, prosperidade, bens físicos ou quaisquer objetos de seu desejo. Você está dizendo à sua mente que deseja obter algo e que fará todo o possível para obtê-lo. Você deve fazer esse exercício com frequência de modo que seu cérebro realmente acredite no que você está dizendo à ele. Lembre-se que, de acordo com Eckhart Tolle, seu cérebro é apenas uma ferramenta, assim como suas mãos ou seu coração, e existe para realizar funções específicas. Você não é seu cérebro e você pode manipulá-lo a acreditar no que você quiser que ele acredite.
PENSAMENTO
Uma vez que o desejo esteja configurado em seu cérebro, você passará a pensar conscientemente sobre ele, ele fará parte de seu dia-a-dia e se tornará relevante de modo que faça diferença em suas decisões racionais cotidianas de modo a visar atingir um determinado resultado que o leve cada vez mais próximo a seu objetivo.
SENTIMENTO
Ao contrário do que muitos acreditam, o sentimento é gerado pelos pensamentos. Os sentimentos são diretamente ligados ao que você viu e sabe, ao que você experienciou e aprendeu em sua vida, aos seus sucessos, falhas e traumas. Deste modo, o que você pensa é tão importante e real para ceu cérebro quanto o que você vê. Quando alguém te fala que você está com uma doença incurável, você vai se sentir como se estivesse, estando doente ou não. A verdade é relativa ao que você sabe e não precisa ser exatamente realidade.
Deste modo, seus pensamentos irão gerar em você sentimentos novos, que serão convertidos em força de vontade e obstinação para atingir seu objetivo.
AÇÃO
Uma vez que seus sentimentos estejam devidamente instalados, farão com que suas ações priorizem seu desejo específico. Tanto o lado racional (pensamentos) quanto o emocional (sentimentos) estarão lutando lado a lado para que seus desejos sejam levados em consideração para atingir seu objetivo.
RESULTADO
Deste modo, o que você colherá são resultados. Não como “O Segredo”, que prega existirem apenas a primeira e última etapas do processo, mas resultados baseados no empenho direcionado a obtê-los, e proporcionais ao mesmo. Quanto mais suas decisões forem influenciadas a se obter uma determinada meta, mais rápido será o processo. Assim, quanto mais você acreditar e almejar, mais força de vontade terá para lutar e atingir seus objetivos.
Respondendo às perguntas do início deste artigo, o que diferencia um designer bom de um ruim não é apenas o conhecimento da ferramenta de trabalho, mas também a busca de referências, inspiração, estudo de cores, formatos, alinhamento, agrupamento, trabalhos experimentais, baterias de testes e variações, enfim, coisas que só podem ser realizadas com muito empenho e força de vontade uma vez que nada disto pode ser obtido em um cursinho ou cobrado de seu chefe, isto exige uma manutenção diária além das 8 horas atrás de uma estação de trabalho. A milha extra a ser percorrida e que diferencia o regular do excelente é uma linha tênue e borrada aos olhos dos médios, mas extremamente coerente, necessária e recomenpensante aos olhos de quem está do outro lado dela.