Tecnologia

1 abr, 2009

Web², a próxima versão?

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Como fazer a Web 2.0 virar Web²? Imitando a natureza!

É isso que os cientistas do projeto europeu Bionets – BIOlogically inspired NETwork and Service – vêm estudando há três anos e acreditam ter chegado a uma conclusão para começar a fazer essa “transformação” de uma Web 2.0 para uma Web ao quadrado.

Os pesquisadores definem a internet do futuro como uma rede difusa e universal, que possibilitará a conexão de computadores, dispositivos móveis de comunicação, automóveis, roupas inteligentes e outros diversos equipamentos de natureza bem diferentes. A internet também deverá acompanhar o usuário em qualquer situação, adaptando-se dinamicamente ao local e aos contextos em que estará inserido, como sua casa, local de trabalho ou lazer.

Mas unir uma diversidade enorme de dispositivos traz problemas de escalabilidade. “Uma rede capaz de ligar tudo e qualquer coisa será gigantesca e exigirá uma engenharia muito séria para criar uma plataforma capaz de alcançar esse nível de objetivos”, explica Daniele Miorandi, coordenador do Bionets.

Além disso, nenhuma organização mundial trabalha na padronização de tecnologias dos novos dispositivos, gerando assim um problema de heterogeneidade. Ou seja, implementar e projetar um sistema como esse traz uma série de complicações.

O problema é heterogêneo, dinâmico, complexo e, em larga escala, semelhante aos encontrados na natureza. Para resolver questões científicas e de engenharia fundamentais para a criação da Web²,  os cientistas planejam copiar soluções da natureza, que vão desde táticas de evolução dos organismos até se basear no funcionamento das moléculas de DNA.

O coração humano, por exemplo, bate continuamente de forma segura e confiável, mantendo-se vivo por décadas sem nenhum tipo de controle ou intervenção consciente. O projeto Bionets pretende criar redes que funcionem de maneira semelhante.

Utilizando uma abordagem bottom-up, os primeiros trabalhos são focados no nível de protocolos de redes. O Bionets já criou protocolos de filtragem de informações, de disseminação de dados e protocolos de computação em nuvem que se agregam ou se destacam uns dos outros para atender a necessidades específicas.

Durante o IEEE Infocom 2009 , que acontecerá de 19 a 25 de Abril, no Rio de Janeiro, o projeto Bionets, que está em sua fase final, será apresentado. Mas para a construção da Web² novos estudos deverão ser feitos sobre os trabalhos desenvolvidos até agora. “Porque a internet do futuro deverá levar em conta elementos e situações que sequer foram inventados”, conclui Miorandi.