Tecnologia

22 mar, 2012

Privacidade digital: e eu com isso?

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Privacidade digital é um assunto tratado desde que a internet é internet, e o tema não sai de cena devido, principalmente, ao crescimento exponencial da utilização dispositivos mobiles e de serviços de internet “sociais”.

As diversas notícias de falhas de privacidade nos levam a entender que não basta somente configurar quais informações ficarão disponíveis, pois você pode estar exposto ao estar cadastrado em diferentes redes sociais ou simplesmente utilizando um aplicativo no seu celular.

Foi descoberto, por exemplo, que o app Path do iOS estava enviando todos os contatos do celular no qual estava sendo usado para os servidores da empresa, sem que o usuário soubesse. Isso demonstra uma considerável falha de privacidade no sistema operacional da Apple em que qualquer app tem acesso completo a diversas informações do seu aparelho, incluindo contatos e calendário, e pode enviá-los para onde quiser – sem aviso ou questionamento.

Já nas redes sociais, o Facebook foi inúmeras vezes questionado sobre falhas de privacidade em informações, vídeos e fotos. Em um dos casos, foi possível ver fotos do próprio Mark Zuckerberg, pois, ao tentar denunciar uma foto, era aberto o álbum inteiro da pessoa para indicar se tinha também outras fotos a denunciar, mesmo se não fosse possível ver publicamente.

O Google+, quando foi lançado, buscava superar o Facebook no quesito privacidade, mas também foi vítima de falhas na visualização e no compartilhamento de fotos. Ainda sobre o Google, agências europeias de proteção à informação concluíram que a nova política de privacidade está violando a lei europeia. Mesmo assim, a empresa adotou as novas regras no último 1º de março.

Por outro lado, governos começam a participar da polêmica, como o caso dos EUA, que querem regras mais rígidas para a privacidade de usuários de aparelhos móveis. A boa notícia, pelo menos por enquanto, é que seis empresas, incluindo Apple, Google e Amazon, assinaram acordo para deixar mais claras suas regras de uso de dados pessoais.

Muitas informações e rastros de nossa vida digital estão sendo armazenados sem ainda sabermos para que serão usados. Permitimos isso, não por acreditar que o Google, a Apple e outras empresas são boazinhas, mas porque eles preservam a imagem deles ao evitar falhas de privacidade.

Como desenvolvedores de sistemas, temos a preocupação de projetar softwares que não exponham nossos usuários e clientes. Por outro lado, também somos usuários, e não custa nada dar uma verificada em como e onde estão nossos dados e informações sobre nossa vida. Tudo indica que o assunto privacidade digital será muito discutido durante este ano.