SMS vem de short message system – sistema de mensagens curtas – que nos é familiar há muito tempo. Senão vejamos:

O homem está acostumado a enviar pequenas notas através dos tempos e o que muda é a forma de envio. O protocolo de transporte.

Vejam o exemplo dos pombos-correio que cuja história se confunde com a da humanidade. O império romano já os utilizava como sistema estratégico de comunicação chegando a ter pombais com aproximadamente seis mil aves desta espécie. Os césares e seus generais eram informados a tempo de suprimir conflitos em qualquer parte de seus domínios. Mais recentemente as pequenas mensagens enviadas através destes pássaros com particular senso de direção foram enviadas na primeira grande guerra e também na guerra do Vietnan. Infelizmente estas pequenas aves também são utilizadas por detentos de presídios de segurança máxima para não apenas portarem mensagens, mas também pequenas porções de drogas que são amarradas em suas pernas.

Não podemos nos esquecer também dos velhos torpedos – daí vem o nome – transportados por intrépidos garçons em missões sentimentais de mesa em mesa de bar em bar. A paquera utilizava (utiliza) o garçom como protocolo de envio e recebimento da cantada.

Evoluindo para a década de 90, vimos o surgimento dos pagers como Teletrim e Mobitel que tiveram seus 15 minutos de fama antes da chegada maciça da telefonia celular que os incorporou como parte de seu engenho e serviço rentável.

E coisa do ano passado vimos Barack Obama fazer parte de sua campanha eleitoral via Twitter – www.twitter.com – que nada mais é que o torpedo virtual via internet. Pode ser postado pelo próprio computador ou ainda através do próprio telefone celular.

Vamos ver três exemplos da utilidade do SMS atual que serão lembrados como exemplos clássicos daqui a alguns anos.

Além de possibilitar a postagem de SMSs virtuais, neste caso um “tweet”, o Twitter também permite a formação de redes sociais que se caracterizam por seguidores e seguidos como membros participantes. Você pode ser seguido virtualmente por pessoas que querem saber o que você está fazendo no momento.

Nestes dois primeiros exemplos abaixo, conforme já trazido pela excelente colunista Lou Martins do iMasters, podemos perceber como o SMS está enraizado no dia a dia.

No último dia 6 de janeiro o “twitteiro” David Armano – vice presidente de uma empresa de design nos EUA – “twittou” na sua rede social no Twitter um pedido de ajuda para uma amiga imigrante romena que não havia conseguido pagar a hipoteca da casa (olha a crise aí) acarretando na perda do imóvel. O designer pedia doações em qualquer valor de forma a alcançar 5 mil dólares para Daniela alugar um apartamento para si e seus três filhos. Em 48 horas as doações já estavam em US$ 14.800,00!!!

Outro caso foi o de quando Roberto Scoble estava indo de madrugada de ônibus para Las Vegas e o veiculo quebrou a 200 Km do destino. Como não dava para pegar um taxi na estrada ele “twittou” a seguinte frase: “problemas para chamar taxis para virem nos buscar aqui no meio da noite. Idéias?” Em questão de horas todos os passageiros do ônibus foram resgatados pelos “twitteiros” que viram o pedido de ajuda na internet.

Um caso em que o SMS foi vital para a sobrevivência de cidadãos foi visto no recente conflito de guerrilha entre Rússia e Geórgia na disputa do pequeno território da Ossétia do Sul. O governo polonês, preocupado com centenas de seus cidadãos que estavam na Geórgia, utilizou o velho torpedo para salvá-los do pior que pudesse acontecer. Através das operadoras de telefonia celular da Polônia pôde-se descobrir quais eram os seus clientes que estavam em roaming na Geórgia no momento do conflito armado. Descobriram aproximadamente 510 números poloneses e enviaram mensagens de texto informando que o governo estava a providenciar meios de transporte para resgatar e salvar os poloneses cercados de um lado pelos soldados russos e do outro pelos soldados georgianos. De todos que foram avisados 300 conseguiram voltar com a ajuda do resgate polonês.

O mais recente caso reportado pelo Twitter em tempo praticamente real foi o da queda do avião em 16/01/2009 da US Airways no rio Hudson em plena Nova York na altura da rua 48. A seguinte mensagem foi feita pelo internauta Janis Krums, junto de um link para a foto: “Há um avião no Hudson. Estou numa balsa que está indo resgatar as pessoas. Louco.”. Pelo Twitter postou uma foto na internet através seu iPhone.

Situação desesperadora deve ter sido a que fez Reina Hardesty, uma menina californiana de 13 anos, enviar 14.528 SMSs em um único mês. 484 envios por dia! Mais desesperado ainda ficou seu pai ao receber a conta de 440 páginas, mas felizmente para ele a conta da filha possui a característica de poder enviar mensagens sob a forma ilimitada por módicos US$ 30,00 mensais. Se assim não fosse a conta chegaria no valor de aproximadamente US$ 2.900,00. A média mensal de envio de torpedos pelos adolescentes americanos é de 1742 mensagens. O pai de Reina envia 900 por mês.

Na realidade brasileira, o SMS é utilizado em larga escala pelas classes C e D por ser um meio de comunicação mais barato a ser utilizado em seus celulares, na maioria, pré-pagos. Considerando que o Brasil possui 110 milhões de telefones celulares, vislumbrem o universo de mensagens de textos que estão voando por aí através dos protocolos de ultima geração nas redes TCP/IP, GSM, GPRS, WIFi, WIMAX…