Desenvolvimento

14 jun, 2010

Tecnologia adiante do tempo: a nova revolução das máquinas

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A nova
revolução das máquinas já está (quase) pronta.

Você já
parou para pensar como a tecnologia nos é entregue?

Podemos
dizer que ela vem dentro de uma estratégia mercadológica
onde os departamentos Comerciais e Marketing cada vez mais se esmeram
o quanto podem para nos seduzir, seja em qualquer nicho de mercado,
lançando uma gama de produtos e subprodutos. Vamos nos ater à
indústria de computadores, softwares e hardwares, que a tudo permeia no
nosso dia a dia.

No meio
dos anos 90 eu trabalhava em uma grande empresa varejista, com
cobertura em todo o território nacional. Era, dentre outras coisas,
administrador de redes, e já possuía contato muito próximo com
todos os grandes players do mercado. À época, possuíamos a maior
base instalada de Lotus Notes na América Latina, com mais de 100
servidores espalhados pelo Brasil, interligados via modem e depois via
satélite, da mesma forma que o parque de máquinas possuía um vasto
leque de servidores e desktops Compaq, Unisys e IBM.

O mercado
estremeceu quando, em uma demonstração de cobiça e poder, a Compaq
comprou a DEC (Digital Equipment Corporation) por alguns bilhões de
dólares. O interesse estava tão somente na plataforma Alpha, que
possuía, então, máquinas com clock já rodando a 1 GHz, em
barramento de 64 bits, e, em laboratório, já estavam preparadas para
rodarem a 3 GHz.

Notem que estou falando lá dos idos de 1998 quando
se deu toda a transação comercial entre as duas mega empresas. As
máquinas Alpha já estavam em linha desde 1992 e eram a menina dos
olhos da Digital, assim como os mainframes VAX já o tinham sido, nas
décadas passadas. Entrar em uma concorrência competindo com os
Alpha era certeza de tempo perdido para vendedores de outras
empresas.

Pois bem, passaram-se mais quatro anos e, em 2002, foi a vez
de a HP comprar a Compaq e incorporar a marca como linha de produtos de
servidores. Os Alpha ficaram em venda até 2007, quando começaram a
dar vez aos Blades e aos virtual servers. Mais de 1 milhão de
processadores Alpha foram vendidos, e muitos ainda estão
rodando na ativa por aí, gerando receita para a HP através de contratos
de serviço e suporte.

Da mesma
forma, e também lá no meio dos anos 1990, foi a vez de a IBM comprar a
Lotus, principalmente para botar as mãos na plataforma de software
chamada Notes/Domino. O Lotus Notes é realidade até hoje, sendo
campeão de vendas em produtos de colaboração, e-mail e
desenvolvimento de aplicações.

Esses
dois movimentos que cito acima servem apenas para exemplificar que a
tecnologia que hoje usamos já está obsoleta. O problema é que não
dá tempo para os fabricantes lançarem todos os avanços que eles
mesmos desenvolvem. Comercialmente não seria interessante para eles.

Vejam o
caso dos chips de múltiplos núcleos. É uma febre que somente teve
a sua temperatura um pouco arrefecida pela crise mundial, que bateu a
porta desde setembro de 2008. Quem não quer ter um PC com chip de 2,
4 ou até mesmo 8 núcleos? Imaginem, então, um processador com 240
núcleos na sua mesa! Ou até mesmo na sua mochila!!!

Contrariando
todo o mercado, a Nvidia lançou o desktop “Tesla”, com todo esse
poder de fogo ao preço de 4 mil libras na Inglaterra. Decidiu
enfrentar a adversidade com ousadia e informa que esta plataforma é
capaz de realizar cálculos geológicos para perfuração de poços
de petróleo, gás, aplicações CAD/CAM, dinâmica de fluidos,
ciências biológicas etc. Aliás, seu nome comercial é “Tesla
Supercomputer”.

Quem já
viu uma máquina com chip Intel ou AMD quadcore rodando ficou com
vontade de comprar. O que dizer, então, desta de nome Tesla. Não é à
toa que faz lembrar o grande cientista Nikola Tesla.

Em 2007 a
Intel prometeu, para 2012, um chip com 80 núcleos, do tamanho de uma
unha. que fará mais de um bilhão de operações por segundo e que
consome 60 watts. tal qual uma lâmpada elétrica. Possui 100 milhões
de transistores em 275mm quadrados.

Também
em 2007 a IBM anunciou ter desenvolvido um chip que possui a
capacidade de transmitir 160 gigabits por segundo. É como se um
filme em HD fosse todo projetado em 1 segundo.

O que se percebe, e não é de hoje, é que existe tecnologia disponível
e guardada muito à frente do nosso tempo e que, por questões comerciais,
é liberada aos poucos no mercado. Foi também o caso da tecnologia
bluetooth, desenvolvida em 1994 e somente comercializada de uns
anos para cá, quando o mundo estava pronto para recebê-la.

Será que
estamos prontos para um desktop com 240 kernels?

As
máquinas Alpha estavam há mais ou menos uns 10 anos à frente do seu
tempo. O que se dizia à época é que a Digital não
era tão boa de marketing quanto era de desenvolvimento tecnológico.

É assim,
então, que estamos chegando ao fim da era do chip de silício e uma barreira física será transposta. A lei de Moore, que diz que a
capacidade de processamento dobra a cada 18 meses, será, literalmente,
revogada.

O salto
que a informática dará daqui a uns poucos anos será quântico, e
bem maior do que o representado pelo desenvolvimento da medicina nos
últimos 60 anos. Veremos isso claramente quando chegarem os chips de carbono, cuja tecnologia
fabricará circuitos orgânicos baseados em tamanhos moleculares.
Verdadeiros chips de carbono que poderão ser do tamanho de um
neurônio, com múltiplos núcleos.

Hoje já
existem memórias flash para telefones celulares que armazenam 2
terabytes de dados (500 mil músicas). O que um chip molecular poderá
processar e guardar?

Já está
produzido em escala molecular no Instituto Renssealer, nos EUA, um nano
chip de grafeno (carbono) que mede apenas um átomo de espessura e
que possui desempenho 10 vezes maior do que um feito com silício.
Outro fator a favor é que esses chips não aquecem como um feito de
silício e contam com a abundância do carbono na natureza.

Será que
estamos preparados para os neuro chips? Imagine o que pode ser
liberado amanhã. Imagine também o que ainda não pode.