Marketing Digital

19 abr, 2012

Texto oral x texto escrito: dicas para produtores de conteúdo multimídia

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As faculdades de jornalismo têm se preocupado cada vez mais com a formação de jornalistas multimídia, aqueles profissionais que serão capazes de trabalhar nas rádios, TVs, jornais, revistas, assessorias e, sobretudo, nos múltiplos formatos do digital.

Na verdade, a faculdade apenas espelha a tendência da generalização – e não da especialização – que marcou as mudanças ocorridas no mercado de trabalho e que transformou também a rotina do jornalista. Ele, agora, faz de tudo um pouco: fotografa, filma, escreve, editora e apresenta.

A demanda pelo profissional multimídia, por sua vez, se espelha na hiper fragmentação das mídias. Se a informação deve circular em vários meios, os produtores de conteúdo devem conhecer essas linguagens.

Trabalhar com meios distintos significa trabalhar com linguagens distintas. Não dá pra pegar o folheto impresso e transformar num site. Nem dá pra pegar um texto escrito e gravar um vídeo. Cada meio possui uma gramática e uma linguagem própria, já dizia o velho McLuhan.

Um produtor de conteúdo multimídia deve saber lidar com todas as características do contexto para adaptar o discurso de acordo com os parâmetros determinados pelos meios.

Excluindo as linguagens codificadas, existem duas formas de comunicar pelos meios: usando o texto escrito, ou o texto oral. O primeiro utiliza-se da complexidade da língua e de todas as normas do idioma (muitas vezes incompreensível em sua totalidade). O segundo utiliza-se da fala e das suas relações variáveis que dependem de aspectos regionais, culturais e das circunstâncias em que ela se dá.

Ou seja, o primeiro é complexo e abrangente; o segundo é simples e recortado. E como nortear a produção de conteúdo escrito ou oral?

Se você tem que produzir um texto escrito – para blogs, sites, jornais e revistas impressos etc. – lembre-se de que:

  1.  A escrita é mais ponderada, exige reflexão, esforço para elaboração e cumprimento das regras formais da língua portuguesa;
  2. Embora em alguns casos o texto escrito se esforce bastante para se “oralizar” – usando contrações, gírias, neologismos e emoticons – por natureza, a escrita é mais conservadora e preocupada com as normas gramaticais;
  3. A escrita precisa de mais conteúdo para comunicar, precisa introduzir, desenvolver e concluir, pois o contato entre o emissor e o receptor se dá de forma indireta e as entrelinhas podem se tornar obscuras;
  4. O vocabulário e a sintaxe da escrita são variados, usam sinônimos para não repetir palavras e frases estruturadas;
  5. Os sinais de pontuação reproduzem algumas características da oralidade como entonação e velocidade de enunciação.

Se você tem que produzir um texto oral – para vídeos, podcasts, rádio ou TV – lembre-se de que:

  1. A língua falada é natural, fluida, variável e dependente de seu contexto cultural;
  2. Por ser mais livre, utiliza gírias, palavras menos formais e da moda, neologismos, contrações, clichês e onomatopeias faladas;
  3. O texto oral vai contar com recursos extralinguísticos – expressões corporais e faciais – que poderão complementar a comunicação no entendimento da mensagem;
  4. Como o contato entre emissor e receptor é direto, usa e abusa de entonação, altura e velocidade de pronúncia e faz pausas que enfatizam o conteúdo, garantindo o tom de discurso desejado pelo emissor;
  5. O vocabulário é mais pobre, as palavras podem se repetir, não existe preocupação com a elaboração estruturada de frases, uma vez que o diálogo é mais fluido.

Para exemplificar isso tudo, escute agora o podcast que preparei, seguindo as características do texto oral. Se ainda assim tiver dúvidas, me conte.