Marketing Digital

8 fev, 2010

Conteúdo on demand

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No ecossistema da criação já há muito tempo é comum vermos
empresas e pessoas físicas trabalhando para suprir necessidades que podem
surgir por dois motivos: urgência – falta de tempo para criar -, ou por falta de
criatividade mesmo. São os conhecidos “layouts prontos”, uma série de desenhos
de sites que incluem dois ou três níveis semânticos e que podem ser comprados
diretamente da fonte. Eu conheço alguns bons designers que antes de iniciar
seus trabalhos dão uma passadinha de olhos por esses sites, buscando
inspirações. Isso torna esse conteúdo altamente suscetível à pirataria, pois
apertar o printscreen é mais fácil
que desembolsar U$ 39 para adquirir arte digital. Há muitos desses casos na
criação: ilustrações, fontes, fotografias.

De certa forma, esse conceito de fabricação on demand também é utilizado para a
produção de conteúdo. Invariavelmente googlamos o assunto da pauta para ver o
que está sendo falado e quais são as melhores fontes de consulta que nos
auxiliariam a conduzir e a elaborar o tema. No entanto, o que começa a se
solidificar é a criação de conteúdo sem demanda. Algumas agências de nossa
impiedosa economia da informação começaram a produzir conteúdo diversificado,
autêntico e criterioso. Esse conteúdo em texto, áudio e vídeo ficou estocado
por muito tempo em gavetas e agora eles começam a aparecer em lojas.

Um bom exemplo disso é a Demand Media, uma empresa
especializada em fabricação de mídia que inclui todo o pacote: produção,
estratégia e viabilização de um produto. É um pouco assustador pensar em
demandas que não existem e que são criadas para nenhum cliente, mas tem
funcionado tão bem que a Demand Media já vendeu um projeto para a – super
criativa e inovadora – Nike. Fazendo uma analogia tosca, é como se o conteúdo
digital enfrentasse a Revolução Industrial: antes as roupas eram encomendadas a
alfaiates, depois as modistas produziam modelos exclusivos e, com a
industrialização, milhares usam a mesma roupa.

Imagine (imagina… imagina…) uma enorme loja com
prateleiras que separam categorias de conteúdo: Turismo/ Brasil/ Sudeste/ Rio
de Janeiro/ Búzios/ Praia da Ferradura. Você escolhe o conteúdo que deseja,
consulta o valor e leva pra casa. Nesse momento você deve estar se perguntando:
não enfrentaremos o mesmo dilema do “layout pronto”, com profissionais e
amadores apertando printscreen?
Talvez. Mas se o produtor de conteúdo tiver em mente que ele deverá produzir
textos sobre a Praia da Ferradura para solteiros com 60 anos, casados com 60
anos, viúvos com 60 anos, recém-separados aos 60 anos, avós com muitos netos
aos 60 anos… e assim infinitamente, talvez ele também tenha um diferencial
que torne o seu conteúdo único, útil e relevante. Sutis variáveis que podem transformar
uma lojinha em uma megastore. Essa é a hora de investir.

Up the webwriters!