Criatividade Tecnológica tem tudo a ver com games. Mas você sabe como tudo começou? No artigo desta edição, quero falar um pouco sobre a criação de games que marcaram a história.
Em 1951, foi criado o “Univac”, primeiro computador comercial da história, que abriu caminho para diversos órgãos de pesquisa e instituições acadêmicas desenvolverem alguma coisa. Porém, devido ao alto custo, ao grande consumo de energia e à necessidade de se empregar uma equipe altamente treinada para manter e operar as máquinas, a tecnologia da computação ficou limitada a empresas e organizações maiores. Com isso, a criação dos primeiros jogos eletrônicos foi limitada a testes e demonstrações de estratégias militares. Muitos desses testes sequer possuem documentação, além de existirem diversas disputas judiciais de patente.
Mas o primeiro jogo criado foi o “Tennis for Two” (1958), do físico norte-americano William Higinbotham. Ele foi desenvolvido especialmente para entreter os convidados no dia da visita anual ao Laboratório Nacional de Brookhaven. “Tennisfor Two” era um simulador de tênis, exibido na tela de um osciloscópio. A bola era representada por um ponto piscante, e os jogadores controlavam seu movimento por cima de uma linha vertical, que representava a rede. Apenas a bola e a quadra eram representadas numa vista lateral.
Na década de 1960, o Instituto de Tecnologia de Massachussetts (MIT) era um dos principais centros de pesquisa na área de computação no mundo. Lá eles dispunham de um computador com transistores (em vez de válvulas), o TX-0, o menor dos mainframes na época. Estudantes de Engenharia desenvolviam ferramentas de programação e jogos simples, como “Mouse in the Maze” (simulava um rato em um labirinto) e “Tic-Tac-Toe” (um jogo da velha). Após algum tempo, esse computador foi substituído por um PDP-1, um minicomputador com monitor de resolução 512 x 512 e capacidade de plotar qualquer objeto na tela.
Ocupando 2KB de memória e finalizado em 1962, Spacewar foi um dos primeiros jogos de computador que teve distribuição nacional (nos EUA), graças à fabricante do PDP-1 (DEC), que o incluiu como um programa de teste em cada computador comercializado. Isso serviu de inspiração para outros programadores desenvolverem seus próprios jogos, aumentando a quantidade deles no mercado.
Jogos modernos: Telejogo
O Telejogo era a versão brasileira do Tele Game (console da Atari para o jogo Pong), porém com alguns aprimoramentos que o deixaram mais divertido – ou menos entediante.
Era um videogame simples, consistia basicamente de traços que subiam ou desciam para rebater um quadrado – o controle era feito através de um dial (como o sintonizador de rádio girando-o para a direita e para a esquerda para movimentar a barra). No Brasil, ele foi comercializado em 1977 pela Philco/Ford.
Odyssey 100 – o Magnavox Odyssey foi o primeiro console de jogos com sucesso no mundo. Foi apresentado pela primeira vez em abril de 1972 e lançado em agosto do mesmo ano. Era um console digital, embora muitas vezes seja erroneamente definido como analógico, devido à incompreensão de seu projeto de hardware.
Projetado por Jay Miner e lançado em 1977 nos Estados Unidos, o Atari 2600 é considerado um símbolo cultural dos anos 80. Foi do Atari o jogo Space Invaders, da Taito, um grande sucesso de vendas que aumentou consideravelmente sua popularidade, dobrando as vendas para mais de 2 milhões de unidades nos anos 1980, só nos Estados Unidos. Atari 2600 e seus cartuchos foram o maior fator por trás do gigantesco lucro da Atari, de mais de 2 bilhões de dólares em 1980.
As vendas dobraram novamente pelos dois anos seguintes, com venda de quase 8 milhões de unidades em 1982. Nesse período, a Atari expandiu a família 2600 com outros dois consoles compatíveis. O Atari 2700, uma versão sem fio do console, nunca foi lançado por causa de uma falha de design.
A companhia também construiu uma versão menor e arredondada da máquina, apelidada de Atari 2800, para vender no mercado japonês no início de 1983, mas sofreu com a competição do recém-lançado Nintendo Famicom.
O Atari chegou ao Brasil em setembro de 1983, fabricado pela Polyvox e logo se tornou um fenômeno de vendas, principalmente entre os anos de 1984 a 1986. Seus jogos permanecem na memória de muitos que viveram a juventude nessa época. O primeiro lote enviado às lojas era composto de 30 mil unidades, com um preço
sugerido entre 180 e 200 mil cruzeiros.
Consoles da terceira geração (8 bits)
A terceira geração de vídeo games teve início em 15 de julho de 1983, com o lançamento, no Japão, do Family Computer ou Famicom, que mais tarde se tornaria o NES (Nintendo Etertainment System) e do SG-1000 da SEGA.
Essa geração foi um marco, principalmente no Japão e os Estados Unidos, com a transição dos gráficos em blocos para uma rolagem contínua de hardware (smooth scrolling) de pontos quadriculados e sprites. Um salto gigantesco na história dos jogos eletrônicos.
O console mais vendido foi o NES, seguido do Master System e do Atari 7800. Foi quando começaram a ser rotulados por seus “bits”. Isso se tornou uma moda nos próximos sistemas, como o Mega Drive/Genesis e o Super Nintendo, ambos em sistemas de 16-bits.
16-32-64-128 bits
Da quarta à sexta geração de vídeo games tivemos uma evolução surpreendente. Os jogos ganharam gráficos elaborados e os consoles receberam inúmeras melhorias.
Lançado em 1988 no Japão, o Sega Mega Drive foi o segundo videogame de 16-bits, sendo durante esse ano de lançamento o mais famoso, pois era sequência de seu predecessor, o Sega Master System. Ele foi posteriormente lançado na América do Norte, em 1989, com o nome de Sega Genesis.
Um dos maiores títulos para o console foi o “Sonic the Hedgehot” que, devido ao sucesso, rapidamente virou o novo mascote da Sega. Os investimentos em campanhas de marketing da Sega também cresceram muito nessa época, com slogans como “Genesis does what Ninten doesn’t” (O Genesis faz o que o Nintendo não faz) e o famoso grito de “SEGA”, sem falar nas campanhas em torno do Sonic. Tudo isso pois, quando o Genesis entrou nos EUA, o NES dominava as vendas na região. Com isso, o Genesis ficou com grande parte das vendas até 1991, quando o SNES foi lançado.
Com o lançamento do SNES, a Sega inventou um novo termo para o mercado, o “Blast Processing”, que sugeria que o Genesis era capaz de rodar jogos com melhor velocidade de exibição do que o SNES. Essa grande campanha da Sega foi muito favorável, o que tornou o console um dos mais vendidos nos EUA, atrás somente do console da Nintendo.
O Super Nintendo Entertainment System (SNES) foi o primeiro console da Nintendona era dos 16-bits. Ele foi lançado inicialmente no Japão em 1990 com o título de Super Famicon, e em 1991, na América do Norte, ele foi remodelado e lançado com o nome de SNES. Apesar da grande concorrência com o Genesis, o Super NES se tornou um dos consoles mais bem sucedidos e conhecidos da quarta geração, conhecido e adorado por muitos até nos dias de hoje.
O jogo de maior sucesso do console foi o Super Mario World, que atingiu mais de 20 milhões de vendas, o que bateu em muito o mais vendido da Sega, que foi o Sonic, the Hedgehot 2, que vendeu apenas 6 milhões de cartuchos.
Também conhecida como a era dos 32 bits, a quinta geração dos videogames teve início em 1993 e seguiu até o ano de 2002, quando o Nintendo 64 foi descontinuado. Se na geração passada vimos a guerra entre dois consoles específicos, na quinta geração se viu muito mais do que isso – não houve uma, mas várias guerras –, e elas não foram entre consoles, mas entre conceitos e tendências. A quinta geração foi dominada pelo Sega Saturn, Nintendo 64 e PlayStation.
Foi na sexta geração que o mercado recebeu o Sega Dreamcast1, o PlayStation 2, o Nintendo GameCube e o X-Box. Ela foi marcada pela entrada da gigante americana Microsoft no mercado dos videogames, bem como pelo fato de ser a última geração de aparelhos na qual a Sega ainda atuava na área de consoles. Atualmente, a empresa japonesa atua apenas na área de jogos eletrônicos.
Em novembro de 2005 a Microsoft lançou o XBox 360, marcando o início da sétima geração. Um ano depois, a Sony lançou o PlayStation 3, e a Nintendo, o Wii, que fez com que a empresa ampliasse consideravelmente sua participação no mercado.
O Wii foi lançado com a promessa de “revolucionar a forma de jogar”, com seus controles sensíveis ao movimento, mesmo tendo tecnologia gráfica considerada da geração passada. Já no lançamento do PlayStation 3, se prometia gráficos foto-realísticos e jogos cinematográficos com sua nova tecnologia de mídia, embora seja o console mais caro desta geração e também equiparável ao Xbox 360 em termos gráficos. O Xbox 360 também prometia ótimos gráficos e uma experiência “online” inigualável, contudo sendo o único nesta geração que cobra por este serviço.
Nesta época também foram lançados os consoles portáteis, como o Nintendo DSi, que trazia duas maravilhosas câmeras VGA de 0.3 megapixel e acesso à internet via wifi.
Oitava geração
Enfim, a oitava e mais atual geração de consoles, foi iniciada com o lançamento do Wii U da Nintendo. Além dele, há o Playstation 4 e o Xbox One, ambos lançados em novembro de 2013. Juntos, os consoles da nova geração já ultrapassaram a barreira das 25 milhões de unidades vendidas no mundo todo.
Desde o Xbox 360, a proposta da Microsoft é oferecer tanto jogos quanto uma farta biblioteca de filmes, músicas, programas de televisão, seriados, documentários, esportes e aplicativos de entretenimento em geral.
Kinect – O Xbox One foi pensado e criado juntamente com o desenvolvimento de uma nova versão do Kinect, acessório que dispensa controles para jogar, interagir com elementos na tela e executar comandos por voz. Para o novo console, a experiência de uso é totalmente integrada ao dispositivo: já nos primeiros minutos, o Kinect reconhece sua fisionomia e atributos físicos para agilizar o processo de log-in na Xbox Live e, a partir daí, você pode acessar jogos, configurações gerais, iniciar aplicativos e visitar os produtos à venda na loja online do console sem maiores dificuldades.
Oculos RIF – Foi desenvolvido pela Oculus VR, empresa comprada pelo Facebook em 2014. O potencial da tecnologia pode ser explorado por diversas áreas, mas são os games que mais chamam a atenção, e ele é um dos principais gadgets de realidade aumentada. Surgiu como um projeto no site colaborativo Kickstarter, e tem sido apontado como uma grande inovação.
O primeiro kit tinha tela de LCD de 7 polegadas com resolução de 640×800 por olho. A nova geração do Development Kit (DK2), lançada em 2014, trouxe algumas melhorias, como o uso de um display de OLED de baixa persistência com o dobro da qualidade (são 960×1080 pixels por olho) e um acessório extra para aprimorar o rastreamento de posição.
Os últimos detalhes do Oculus Rift foram anunciados por Mark Zuckerberg em seu perfil no Facebook. A grande novidade é uma espécie de joystick que virá na versão final do produto. O controle ficará preso ao pulso e vira com alavanca, botões e um gatilho. Além disso, os fones poderão se desencaixa dos para que o usuário utilize o que preferir. A versão final tem o lançamento previsto para os primeiros meses de 2016.