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4 nov, 2010

Hands-on: V9, o tablet da ZTE com Android 2.1

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A corrida por tablets continua e aos poucos o Android
começa a dar as caras em aparelhos com altas polegadas. Depois dos
anúncios da Samsung e da Huawei, foi a vez de a ZTE anunciar seu modelo na Futurecom 2010, o V9.

O aparelho, que chega ao mercado em janeiro, tem 7″, processador
Qualcomm, câmera frontal e um Android pouco modificado – mas ainda na
versão 2.1. Confira algumas imagens e as primeiras impressões do
brinquedo.

Antes de tudo: nós gostamos muito do Android, adoramos sua plataforma
aberta, mas já existe no mercado uma sensação estranha pela demora por tablets mais completos com
o sistema.

Como nos outros aparelhos anunciados, o sistema dentro do V9
o transforma num “telefonão” e ainda faltam adaptações básicas na maioria
das aplicações para utilizar de forma decente as 7 polegadas.

A escolha
pelo Android 2.1 também é um tanto decepcionante já que, segundo a
empresa, não há previsão de atualização do aparelho e, como ele
chegará em janeiro de 2011, a versão usada será um tanto defasada. Mesmo
assim, a ZTE mandou bem em deixar todos os apps do Google, como o
Android Market, no aparelho. Sabemos também que as operadoras podem fazer
alguns pequenos remendos ainda.

No quesito tamanho, ele é bem menor mesmo do que o
iPad – o que diminui seu peso, mas não tanto assim (são cerca de 400g,
contra 670g do iPad e 380g do Galaxy Tab). O acabamento não é dos mais
impressionantes, mas não passa a sensação de que vai te abandonar tão
cedo assim. Porém, falta uma dose de capricho.

Há 4GB de espaço interno
e o slot microSD aguenta mais 32GB. O aparelho conta ainda com uma câmera frontal para
videoconferências de 3MP. Na parte de conectividade, 3G no padrão HSUPA
via microSIM (com direito a ligações), Wi-Fi no padrão b/g e Bluetooth. Sobre a bateria de 3.400 mAh, nada de números concretos, apenas que ela é de “longa duração”.

A tela é de TFT, e as cores não explodem na sua cara como no Super AMOLED do Samsung Galaxy Tab, e isso tem seu lado bom e ruim; há quem considere as cores do AMOLED
muito exageradas. Considerando alguns de nossos testes rápidos, a resposta não foi das
mais empolgantes.

Percebi que a culpa não era dela capacitiva, oras.
Olhei a memória RAM e ROM: 512MB para cada, números bons. E finalmente
descobri que o processador é um Qualcomm MSM7227, de 600MHz, da família
ARM11. Além de não ser o modelo mais moderno na família dos processadores,
o clock não parece o bastante para aguentar o uso intenso, sendo o
gargalo do aparelho. O acelerômetro, por exemplo, chegou a demorar
alguns segundos para mudar a posição da tela de paisagem para retrato.

Apesar dos detalhes, a aposta da ZTE para emplacar o V9 é clara:
posicioná-lo como uma das “opções mais baratas no nicho de tablets”.
Poderíamos comemorar a proposta, mas é preciso ir com calma.

Se o
Samsung Galaxy Tab chegará por R$2.699 reais, o que seria a opção mais barata ou melhor, menos cara? Segundo os camaradas do Zumo,
o valor irá girar na casa dos R$1.500 reais. Mas tudo depende das
negociações com as operadoras. Ou seja, é bom colocar os pés no chão.

Fábrica da ZTE vem aí

A disputa pelo mercado de smartphones e tablets mais baratos do país
não é mole. Há concorrentes consolidados, como Nokia, Samsung e LG, e
também há espaço para os novos competidores, como a Huawei e o seu plano de expansão com Androids
de baixo custo.

Para a ZTE, que vende mais modems 3G do que celulares
por aqui (serão vendidos 4 milhões de aparelhos até o fim do ano), ter
parceiros locais não parece o bastante. Para tentar resolver o problema,
Eliandro Ávila, presidente da empresa no Brasil, revelou alguns
detalhes sobre a futura fábrica da ZTE no país.

Segundo ele, o investimento ultrapassará a casa dos U$100
milhões. A fábrica, que será no estado de São Paulo, mas sem cidade
definida, será a principal sede da ZTE da América Latina, e a produção
será de infraestrutura e smartphones.

Ávila disse que os principais
motivos do investimento são o atual momento do Brasil, a logística que
envolve ter uma fábrica aqui, e os incentivos fiscais que envolvem o
Plano Nacional de Banda Larga. O anúncio da fábrica e os detalhes mais concretos devem surgir nos próximos dois meses.

[ZTE: fotos por Flávio Oota]