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2 jul, 2010

ERP ou Frankstein? Você decide…

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“Sem integraçãode fato, visões de estratégia e futuro, sistema pode tomar as feições de um verdadeiro
monstro” 

Quando uma empresa
nasce, seu maior desafio é sobreviver, ou seja, gerar algum dinheiro, pagar as
contas e ainda fazer com que sobre um pouco para o empreendedor manter um
mínimo do seu padrão de vida.

Superada a fase da mortalidade infantil,
o ideal do empreendedor passa a ser tornar o seu negócio perene. Para isso, a
receita é, quase sempre, crescer para fazer caixa e investir.

Neste momento da vida empresarial,
o proprietário e seus principais aliados se deparam com a síndrome de falta de
controle. Quando a empresa era menor, os controles eram intuitivos, visuais.
Era possível saber quem trabalhava mais, quem era mais dedicado e quais eram os
problemas com os clientes, produção
e atendimento. Só que tudo ficou
mais complexo: mais clientes, funcionários, produtos, serviços, concorrentes,
ameaças e oportunidades.

Até o aumento do volume financeiro
é um fator que complica e estressa o dia a dia do empresário. O que fazer com o
dinheiro? Em que investir? Como melhorar o desempenho? Como pagar menos
impostos?

Decisões intuitivas, nesta fase,
são acompanhadas de um enorme risco. E, acreditar na sorte, geralmente dá azar.

A solução para falta de controle,
na maioria dos casos, passa por automatizar processos operacionais da empresa,
via implantação de sistemas e utilização de planilhas para controlar emissão de
notas-fiscais, processar a folha de pagamentos, contas a pagar e a receber,
estoques, compras e operações. Assim, a empresa começa a operar com números.
Muitos números.

A princípio há um encantamento
geral: planilhas consolidando, simulando, fazendo projeções de um futuro
brilhante. Um grande céu de brigadeiro. Nas reuniões de acompanhamento de
resultados dificilmente algum gerente apresenta cenários pessimistas ou fala de
ameaças.

Os clientes estão reclamando, mas
os números mostram que isso é transitório, logo tudo ficará bem. A
produtividade está baixa, mas a planilha com as projeções apresenta uma
tendência de melhoria. As vendas caíram: sazonalidade, feriado, festas, visita
do Papa. Quem é capaz de questionar essas análises tão “bem elaboradas”, com
tantos números?

Essa é a fase do excesso de números.
São tantos que nenhum é confiável. Também nessa fase há uma característica
marcante: a guerra fria entre departamentos. Vendas, produção, serviços,
marketing, financeiro cada qual com o seu mundo, e claro, números em
particular.

A empresa escapou da mortalidade
infantil, mas não da crise de identidade da adolescência. Ela perde recursos em
projetos sem foco, planejamento, controle, tampouco visão de futuro.

Investe tempo e dinheiro na
tentativa de melhorar a operação em cada detalhe. Demite, contrata, treina e
troca sistemas, controles, processos, metodologias e consultorias
especializadas. Cria e destrói estruturas, muda organograma, marca, às vezes chega
a modificar o próprio nome.

Até atingir o amadurecimento, o
empresário e seus aliados sofrem muito. Aliás, muitos não resistem a esta fase.
Empresas são vendidas e profissionais que ajudaram a fundá-las se desencantam e
correm para o mercado ou simplesmente são demitidos.

Em um determinado dia, o
empresário percebe que o problema não está na operação, mas na estratégia. Não
nas partes, mas sim no todo. Descobre que a empresa está contextualizada em um
ecossistema complexo e dinâmico.

Por melhor que sejam os
componentes de um carro de Fórmula 1, por mais capacitado que seja o piloto, se
o conjunto não funcionar de forma integrada, sinergicamente, não há como vencer
o campeonato.

É a visão sistêmica ou holística
que produz resultados diferenciados.

Incrível, mas somente agora a humanidade está descobrindo que a decomposição
analítica não resolve os problemas do mundo. Não dá para tratar dor de estômago
sem pensar nos aspectos genéticos, alimentares, psicológicos, sociais,
profissionais e culturais de uma pessoa.

O ERP Enterprise Resource
Planning é mais que um conjunto de sistemas departamentais interligados. É uma
ferramenta para compreensão do ecossistema empresarial. Um sistema de gestão
que integra as operações da empresa, seus relacionamentos com o ambiente e
fornece as informações precisas, de forma rápida e intuitiva para que os
gestores possam analisar as relações de causa e efeito, fazer simulações e
construções de cenários, além de acompanhar o resultado das ações planejadas.
Assim, a empresa passa a ser encarada como um ser vivo que responde aos
estímulos internos e externos.

Entretanto, muitas empresas
investem fortunas em projetos de implantação de ERPs com a mentalidade
departamental, mecanicista. Perdem muito dinheiro com isto porque, em muitos
casos, ficam piores que antes: sem resolver seus problemas, mais engessadas
ainda e, portanto, vulneráveis.

Acreditam na automação de 100% de
sua operação e criam projetos infinitos em tempo e custo. Na realidade,
continuam tendo foco na operação e não em estratégia. Iludem-se pensando que o
problema do todo se resolverá apenas com a melhoria da eficiência das partes.
Permanecendo subordinadas às transformações do meio ambiente, não conseguem
transformar as ameaças em oportunidades, por falta de visão de futuro.

Enfim, projetos de ERP com foco em
tecnologia e em processos operacionais têm tudo para fracassar. O ERP deve ser
pensado como a ferramenta capaz de fornecer as informações sobre os resultados
das ações da empresa e seus impactos no ecossistema. Ou seja, capaz de criar
uma visão de futuro para orientar a operação do presente. No entanto, diagnosticar,
agir e analisar são tarefas humanas que exigem profissionais com conhecimento,
criatividade, vontade de agir e buscar soluções pensando de forma sistêmica.

A
empresa finalmente atinge a maturidade quando seus profissionais assumem riscos
com base no conhecimento, ética profissional, informações do ecossistema e
criação de cenários.

Mas
a principal prova de maturidade é o autoconhecimento. Dessa forma, a empresa,
ao invés de reagir às ameaças, constrói o futuro que desejar a partir das ações
do presente. Nesse ponto, a utilização dos recursos tecnológicos e
metodológicos fornecidos por um bom projeto de implantação de ERP é imprescindível.

Portanto, pense na sua empresa como uma aeronave em uma
missão de combate. Quanto mais complexa for a missão, mais instrumentos de voo você
precisa. Mas se não consegue compreender o que os instrumentos dizem a cada
ação sua ou do meio-ambiente, o risco aumenta muito. Agora responda: o que
acontece se você não consegue entender qual a sua missão?

Epílogo: Qualquer semelhança é mera coincidência

Victor Frankenstein, um jovem cientista que estuda
alquimia, dedica-se a criar um ser humano gigantesco, sacrificando o contato
com a família e a própria saúde, e após dois anos obtém sucesso. Porém, Victor
enoja-se com sua criação, e abandona-a, fugindo. Para quem não conhece o final da história, implante um ERP
com foco em automação.