Uma das maiores facilidades promovidas pelo Windows desde sempre é o
famoso copiar e colar, que integra o sistema operacional a toda a gama
da camada de aplicativos que o permeia. Aliás, esta sempre foi uma das
estratégias características do sistema operacional mais utilizado no
mundo: ELE oferece o básico e outras companhias desenvolvem o avançado. Um
exemplo disso pode ser o MS Paint. A seu reboque, lá no início da década
de 1990, vieram Corel Draw, Ventura e Pagemaker, dentre outros. É o
milagre da multiplicação das APIs. Olha aí o Twitter que não me deixa
mentir.
Certo. Mas o que isto pode ter a ver com segurança da informação?
Tem a ver com prejuízo financeiro que a evasão de informações e
roubo de conteúdo acarreta. Cita-se, também, o crime de violação do
direito autoral. Pois qual é o produto principal dos veículos de
informação? Claro que a própria informação em formato de notícias,
artigos, imagens, vídeos, podcasts, etc e tal. Então como controlar
esse drag and drop desenfreado pelas nuvens virtuais da vida?
Já está mais do que provado que de nada adianta bloquear o recurso
de cópia online. Em questão de poucos minutos transforma-se a página em
imagem e através de uma antiga tecnologia, OCR, se obtém o texto. Sons,
vídeos e imagens são ‘ripados’ ao toque do mouse.
Foi pensando nisso que um ex-executivo do Yahoo! ajudou a fundar, na
Califórnia, a empresa Attributor. Hoje Rich Pearson é VP de marketing
desta empresa. E, conversando com ele, tive o prazer de ver os produtos
da Attributor em pleno funcionamento. Através da identificação do
conteúdo original do autor é que começa a busca por toda a internet, que
está praticamente toda indexada no datacenter deles, na Califórnia
mesmo. A base de dados do Attributor possui mais de 30 bilhões de
páginas listadas. E por dia são acrescentadas aproximadamente mais 50
milhões. Meta buscadores de algoritmos e tecnologias próprias varrem
websites, redes sociais, blogs e tudo o mais que está público na rede
mundial à procura de cópias indevidas de conteúdo que não foi
disponibilizado via agências.
O resultado é impressionante ao se perceber o quanto um conteúdo é
copiado sem ao menos ter a sua fonte de origem citada. A audiência de
determinados veículos é muito maior do que a oficialmente por eles e
experts em rating. Aí é que pode estar o ralo financeiro.
Por exemplo, a partir de um único texto foram encontradas mais de três mil cópias em
diversas instâncias de um pouco mais de 600 localidades. Poucas foram
as que, no mínimo, citaram a fonte das matérias.
A empresa autora foi lesada e nem sabe. Talvez desconfie, mas não
sabe como localizar a tungada. Poderia estar alavancando a sua receita
seja pela venda do conteúdo ou pelo menos aumentando a sua visibilidade
ao requisitar a sua citação. O relatório mostra, também, que, atrelado ao
conteúdo roubado estão anexos anúncios e banners que também não deixam
de representar uma perda indireta para o autor. Pois quem está
percebendo lucro com o conteúdo alheio através de propagandas online é
o gatuno oportuno.
Este é, então, um recurso e um investimento que se paga rapidamente, na
medida em que identifica por onde anda o trabalho e o suor dos
produtores, editores, redatores, jornalistas e repórteres. Ao mesmo
tempo em que ajuda a enfrentar os novos desafios propostos pelas
tecnologias emergentes, determina uma tendência a virar regra,
ferramenta usual e estratégica nas empresas de mídia e grandes veículos.