Design & UX

29 ago, 2008

Segmentação e Continuidade por Sinestesia

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Olá Pessoal! Após um tempo afastado, eis que retorno as minhas atividades e agora com uma grande novidade, o lançamento de meu primeiro livro “Design para Webdesigners“, em parceria com o iMasters.

O livro aborda assuntos relacionados ao processo de criação para web. O mesmo segmento que já assino aqui com minhas colunas.

Mais sobre o livro pode ser encontrado no site www.designparawebdesigners.com.br

O livro está a venda em muitas lojas citadas no site e também pela TISHOP.

Segmentação e Continuidade por Sinestesia

A segmentação no Design pode ser vista como divisão ou separação de partes de uma composição. Na verdade, a separação ou agrupamento de elementos condizentes a mesma temática, ou seja, segmentação por contextualização. Esta teria por objetivo simplificar ou modificar a representação de uma imagem para facilitar sua análise e compreensão do espectador.

Podemos dividir esses segmentos em grupos para detecção de pontos, cores, linhas e descontinuidades.

Partindo deste princípio podemos iniciar uma análise em cima da composição dividida por segmentos. Com essa separação podemos encontrar elementos que são descontínuos à apresentação, que muitas vezes não querem dizer nada, somente fazem parte de um grupo de objetos sem importância e desigual ao foco principal da temática da criação… Mera estética.

Continuidade

Tendo em mãos os “segmentos”, analisamos a Continuidade, que nada mais é que a intenção de se ter algo regular e sem bloqueios. Tudo o que ocorre no mesmo universo faz parte da continuidade. Ao se trabalhar com história em quadrinho isso fica mais evidente por apresentar uma série de eventos contínuos. Assim, o mesmo também é presente em outras manifestações da arte como o teatro, a dança, a música e o cinema.

A continuidade na composição de uma imagem também está associada à harmonia (já citada no artigo Des Harmonia). Relacionamos a continuidade e a harmonia como um conceito e critério de relação entre o que se pode pensar sobre beleza, equilíbrio, proporção e ordem. Quando pensamos em todas essas palavras bonitas aderimos ao seu significado e passamos a nos comprometer com isso no processo de criação. Com isso cria-se justificativa, motivos pelos quais algo faz parte da composição.

A segmentação nos permite trabalhar com elementos isolados que, quando unidos, acabam por resultar em um todo destacado de todas as partes. Uma segmentação contínua e equilibrada é obtida quando todos os elementos que compõe a imagem estão organizados da forma na qual nada é enfatizado. O equilíbrio visual é obtido por essa sensação.

O equilíbrio entre o que foi citado acima pode ser obtido fazendo uso de cores neutras. Sabemos que as cores quentes chamam maior atenção. Transparências são bem vindas, principalmente em tons pasteis.

A considerar o equilíbrio um fenômeno relativo, podemos entender o mesmo como um complemento aos processos de criação.

Falando de segmentação de mercado, no caso de revistas segmentadas, o criador deve buscar o equilíbrio entre a informação visual e textual, existe um público específico a ser atingido. Lógico que a busca por similaridades na segmentação de mercado editorial pode ser utilizada, mas mesmo assim se torna obrigatório o conhecimento de meios de transmissão de comunicação gráfica.

Sinestesia

Para nos ajudar com um trabalho em desarmonia, onde suas segmentações se diferem e mesmo assim necessitam ser utilizadas, a Sinestesia, que aborda combinações de percepções humanas ou processos sensoriais, se torna grande aliada. Sinestesia é uma figura de estilo ou semântica que relaciona planos sensoriais diferentes. Tal como a metáfora ou a comparação entre elementos que não pertencem à mesma categoria, são relacionadas entidades de universos distintos.

A exemplo claro de seu uso como ferramenta no processo de criação, a sinestesia pode ser representada como:

  1. “O doce abraço paterno” – paladar e tato;
  2. “Vermelho doce” – visão e paladar;
  3. “Soco gritante” – tato e audição;
  4. “O brilho do som das cordas” – visão audição.

Vemos a relação de planos sensoriais diferentes como o gosto com o cheiro, ou a visão com o olfato. Indo mais adiante, voltamos a lembrar do uso do dicionário de símbolos como ferramenta de trabalho, onde esse tipo de combinação pode ser encontrada para outros elementos.

Para uma maior compreensão, eu indico a leitura de outros artigos que assino no iMasters para se manter “segmentado”.