Carreira Dev

4 mai, 2007

Estética comunicativa

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Olá Pessoal! Falando novamente sobre estética, desta vez iremos tratar da comunicação estética e seu uso.

O desejo inconsciente coletivo de encontrar culturas ou familiaridades em uma imagem faz com que possamos utilizar esse meio para manipular o espectador.

Todo o envolvimento entre receptor e imagem produz condição estético-comunicativa que permite o espectador analítico sentir emoções e buscar associações entre a obra e sua própria vida, sonhos ou desejos.

“A ilusão de imaginar que o mundo real não se encontra externo, porém interno à imagem. Por Koury”

Estética jornalística

No jornalismo, o editor da imagem, como profundo conhecedor de seu público alvo, escolhe a foto que melhor se enquadra ao fato jornalístico, dramatizando a cena com cores mórbidas ou rotulando com metáforas e afins.

Deste modo, a imagem pode sofrer os mais diversos tipos de interpretações e sensações pela indução do texto de chamada. Esses textos podem ser classificados como:

  1. Leitura de evasão: feita para não pensar;
  2. Leitura de aprendizagem: onde o prazer de leitura pode ser intelectual
  3. Leitura de cultivo de espírito: feita para reflexão.

Metáforas aplicadas à leitura de evasão são para prender, chamar, desprender ou transportar.

Detalhe de uma das capas do NP de 02/08/1990. Jornal conhecido pelo sensacionalismo jornalístico.

Tudo isso faz com que o espectador vivencie a cena como em um filme, entretanto sua posição é mais segura, sem os danos de violência ou constrangimentos.

A foto-jornalismo é consumo, é a forma de organizar um tema.

Representação estética

Quando apresentada fotos em preto e branco, temos a sensação de passado, de fato transcorrido, lembrança ou recordação. Vale-se de que o mundo real não é preto e branco, não possui apenas tons de cinza.

Nos jornais, as fotos das garotas bonitas não são apresentadas em tons de cinza. Não iriam surtir tanto efeito, vale gastar mais tinta.

Para ilustrar algo que desejamos adquirir ou sentir, usamos as fotos coloridas, principalmente vibrantes e nítidas. Quando se apela em notícia jornalística, com imagens coloridas, temos maior sensação do trágico.

Platão nos trouxe os princípios básicos sobre a estética frente às artes visuais. Segundo ele, existem dois tipos de imagem: uma objetiva – detectada por nossos sentidos da consciência, e outra subjetiva, advinda de uma idéia, de um pensamento.

Esses princípios se mantêm vivos até hoje e se mostra presente em diversos meios de comunicação.

A imagem ilustrativa para comunicação, sendo estática como uma pintura ou dinâmica como o cinema, pode mudar opiniões, costumes ou até mesmo ser utilizada como arma política.

Apreciação Estética

A apreciação estética possui a finalidade de facilitar a interpretação da obra a ser apreciada. O gosto pessoal de cada apreciador é evidente e devido a isso podemos considerar a apreciação estética um termo subjetivo aos gostos e costumes do espectador.

Consideramos, então, a classificação do espectador como de apreciação estética apurada ou menos apurada.

É importante focar seu tipo de apreciador para que sua obra não sofra críticas banais de quem somente discorda ou não gosta de algo.

Fato que o sujeito apreciador deve ser treinado para a apreciação, deve se adaptar rapidamente ao que não conhece, buscando similaridade ao seu cotidiano.

O nível referente às informações e à apreciação permite entender melhor sobre os pontos fortes e fracos da obra.

Em outras palavras, devemos saber muito bem a quem é direcionada a obra. Seu público deve estar bem definido e essa prática é facilmente visível em programas de TV ou outros tipos de mídia.

Pontos de análise para criação

A escolha do assunto, apresentação da criação ou reprodução de outra obra como ponto de partida à criação estética.

Elemento natural ou artificial, interesse de interpretação perante espectador e prévia analise do perfil receptor.

Imaginação estética, ter pronto na mente o resultado final da obra. Na maioria das vezes, quando em processo de composição, as imagens sofrem mudanças e todo cuidado é pouco quando o rumo da criação começa a fugir do foco inicial.

Composição, arranjo harmonioso dos elementos que envolvem a obra como perspectiva, linhas, equilíbrio, coloração, ângulo e enquadramento.

Criatividade, imaginação – Não podem faltar.

Fazendo uso destes pontos analíticos, nada impede de utilizar outras técnicas já apresentadas em artigos anteriores. Observamos, então, que a estética é muito mais do que a teoria do belo e do bom gosto, está em cumplicidade com tudo o que observamos.

Para melhor entendimento leia Estética e Sensação Estética.

Grande abraço a todos!