Carreira Dev

18 jul, 2011

Uma nova proposta: unificar os processos de trabalho

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Olá, amigos, tudo bem?

Depois de basicamente um ano distante do iMasters, estou voltando com mais um artigo sobre a evolução do mercado de trabalho.

Antes de começar o artigo, gostaria de ressaltar que grande parte do texto a seguir expressa uma opinião minha sobre formas de produção/atuação em meio a um processo de criação para internet e talvez não represente a opinião de demais profissionais do mercado de trabalho.

Quero abordar sobre uma troca de funções no processo de criação de qualquer projeto para internet, pois atualmente muita coisa se perde em um vai-e-vem de tarefas e às vezes acaba causando intrigas internas em grandes corporações.

Atualmente, o processo de criação de um site em grande parte das agências segue uma estrutura parecida com esta:

Claro que existem diferenças, este processo foi desenhado de forma linear, mas existem N variáveis no meio e ‘vai-e-volta’ de operações.

Em um processo deste tipo, qualquer setor pode se tornar o gargalo e atrasar o restante da produção, e acaba se tornando quase obrigatório um profissional sênior produzindo em cada setor, pois, caso contrário, acaba ocorrendo um retrabalho, atrasando projeto, estourando orçamento e etc.

Alguns possíveis problemas, que podem ser cumulativos

  • O atendimento não soube passar o briefing para o papel
  • O gerente de projetos não tem conhecimento técnico suficiente para fazer a documentação para produção
  • A arquitetura de informação não foi pensada em padrões de HTML, SEO e componentes para programação backEnd
  • A direção de arte não foi planejada para um funcionamento CrossBrowser e seguindo bons padrões de HTML, prejudicando o planejamento de SEO do projeto
  • A programação backEnd não foi feita do modo correto devido a não ter uma documentação específica

Mas, verdade seja dita, quem é do mercado conhece o perfil profissionais, e devido a isso ocorre um círculo vicioso em muitas agências, como por exemplo:

  1. Arquitetos de informação nem sempre têm conhecimento técnico, pensando muito em usabilidade e pouco em produção, e acabam esquecendo comportamentos importantes no projeto para produção do backEnd.
  2. Programadores em grande maioria são preguiçosos e, se tudo não estiver bem documentado, vão deixar buracos em aberto no sistema, tendo retrabalho.
  3. Designers querem o visual acima de tudo e acabam esquecendo coisas importantes no projeto, e se não tiverem limites para criação, acabam prejudicando o funcionamento e irritando os programadores, que voltam para o item 2 e também avançam para o item 3.
  4. Se o layout do site não prevê todos os comportamentos, os HTMLers não vão produzir corretamente e vão colocar a culpa no Arquiteto ou no Designer que não fez a previsão disso.
  5. O arquiteto vai reclamar que a documentação do Gerente de Projetos não veio completa e por isso ficou assim.
  6. Com prazo e orçamento estourado, o gerente de projetos é cobrado pela diretoria e assim acaba pondo a culpa no atendimento, que não fez um briefing correto.
  7. O atendimento chora pois não pode por a culpa no cliente.

Claro que eu fiz uma generalização GIGANTE, existem profissionais que não fazem isso. Mas infelizmente esta é a realidade em muitas agências.

O que emprego na minha empresa e proponho para alguns clientes, é um processo diferente, como mostro a seguir:


Pontos importantes deste processo

  1. Aumenta o trabalho em cima do Arquiteto de Informação, tendo este que ser multidisciplinar, saber HTML, SEO e ter conhecimentos em lógica de programação backEnd, assim como ter familiaridade com conversar e entender clientes.
  2. O gerente de projetos fica encarregado apenas de gerenciar o projeto (prazos, orçamento, processo interno e etc)
  3. Com o HTML produzido diretamente com a arquitetura, o Diretor de Arte fica obrigado a seguir o padrão visual do wireframe (grade, padrões de tipografia) ajudando a parte de SEO.
  4. Com o HTML feito antes, prevendo os comportamentos, a programação backEnd corre mais ‘fluida’, sem interrupções.
  5. O tempo de produção do wireframe se torna um pouco mais demorado, mas reduz em 80% o tempo de aplicação da Direção de Arte no site.

Já apliquei este processo em alguns projetos e consegui reduzir o tempo de produção em até 60%.

O grande problema disso é conseguir mão-de-obra, conseguir profissionais multidisciplinares que conseguem segurar toda esta carga.

Na minha empresa, busco dar treinamento gratuito, antes mesmo de qualquer contrato. O custo de um funcionário com estas qualidades é mais caro, mas o processo acaba sendo acelerado e evita transtornos internos.

No meu caso, tenho um framework próprio que auxilia a fazer a arquitetura diretamente no HTML e o fechamento da documentação, agilizando ainda mais o processo, e isso até agora tem funcionado muito bem.

Sinto que o mercado precisa de uma pessoa com conhecimentos em frontEnd, backEnd e direção de arte no meio disso tudo, organizando a orquestra, porém muitas agências grandes hoje pregam funcionários ‘ultra mega hiper’ focados em uma função só e acabam ficando engessadas para mudar o seu processo interno.

Então deixo uma pergunta: eu posso projetar um carro, se eu não sei dirigir, não sei regras de trânsito e nem sei como um carro funciona?

Para finalizar o artigo, gostaria de agradecer a um patrocinador, que sempre me apoia na produção de novas matérias, a HostDime, uma das líderes mundiais em hospedagem de sites.