A economia do nosso país, e em especial o setor de TI, é dependente da atuação de pequenas empresas. As pequenas empresas inovam através de sua criatividade, competência, flexibilidade e capacidade de solucionar problemas, mas sobretudo inovam através de sua gestão, afinal a maioria começa sob o lema “vender almoço pra comprar o jantar”. É fácil observar que empresa pequena dificilmente demite seus empregados, simplesmente porque é difícil contratar, é caro treinar e muito complicado “inchar e desinchar”.
Hoje todos falam sobre tecnologia e sobre tendências. É fácil apontar o setor de tecnologia como grande baluarte do desenvolvimento do Brasil, entretanto isso contrasta com a falta de sensibilidade do governo. Criaram o pacotão de medidas para beneficiar os exportadores que, numa primeira análise, os menos atentos podem achar que o setor está sendo beneficiado, porém com um pouco mais de atenção é possível observar que é apenas uma pequena parcela. Para aproveitar a desoneração proposta por estas medidas, é necessário ter um percentual alto do faturamento dedicado às exportações (80%), condição que para as pequenas empresas se torna muito difícil. Novas empresas serão criadas exclusivamente para exportar, um mecanismo simples, porém caro e complexo de ser executado pelas menores. Resultado? As grandes empresas se aproveitarão de uma desoneração de mão de obra, acarretando um ganho de competitividade na contratação e conseqüentemente um desequilíbrio no mercado interno. Isso beira o surreal, pois vemos que as pequenas empresas servem apenas como trampolim para as grandes que canibalizam sua mão de obra. Quem merece ser beneficiado: as grandes ou as pequenas? A resposta correta é as duas!
Ainda na linha da falta de sensibilidade e falta de conhecimento do mercado, em dezembro passado o prefeito do Rio enviou um projeto para a Câmara de Vereadores propondo algumas medidas para redução do ISS de 5%para 2%. O que poderia ser uma boa notícia aparece como um aborto, pois o Projeto de Lei é obtuso e mostra não conhecer o setor e, pior ainda, mostra o total pouco caso com as reinvidicações feitas e sugestões enviadas. E olha que o SEPRORJ (Sindicato das Empresas de Informática do Rio de Janeiro) é incansável nesta matéria. Ficaram de fora por exemplo as consultorias e foram beneficiadas a venda de licenças. O conceito de software como serviço foi totalmente esquecido.
Eu sou da turma da antiga, eu joguei Tele-jogo Philco e Atari da 1ª geração, nesta época tinha o jogo tinha modo A e B, o B mais difícil. Sem dúvida as nossas empresas atuam no “modo B”, mas apesar disso tudo o setor cresce, prospera e inova, dando um show de soluções não só no mercado interno como no mundo inteiro.
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Carreira Dev
11 fev, 2010
Jogando em “Modo B”
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