No dia 16/12/2008 a ACM (Association for Computing Machinery) solicitou ao presidente eleito dos Estados Unidos que colocasse como prioridade nacional a educação científica e a matemática. Além disso, solicitou que a ciência da computação fosse uma parte fundamental do sistema educacional norte-americano. Não seria o caso de o governo brasileiro fazer o mesmo?

A computação não beneficia somente os profissionais que irão atuar na criação de sistemas computacionais ou na infra-estrutura de computação. Todos ganham ao lidar com computadores desde cedo. Todos os profissionais, em maior ou menor grau, utilizam computadores para cumprir suas funções.

Por outro lado, no mundo todo há uma diminuição no número de estudantes interessados em ingressar em cursos de computação. Isso faz com que haja um grande volume de vagas em aberto atualmente para profissionais qualificados e, devido ao crescimento do setor de informática, o quadro que se desenha para o futuro é promissor para quem se especializar na área de TI: muitas vagas e poucos profissionais capacitados.

Importar profissionais de outras áreas, situação corriqueira em todas as empresas do setor de tecnologia, não resolve o problema. Profissionais de outras áreas podem entrar no setor de computação sem os fundamentos necessários para gerar o trabalho com maior produtividade. É necessário investir na formação de mão-de-obra especializada, ter cursos mais atrativos para a comunidade e focar mais no mercado de trabalho, pois é lá que estão os empregos.

Uma política de desenvolvimento que se diz sustentável não pode abrir mão da educação. E falar de desenvolvimento sem incluir a informática é, no mínimo, ingenuidade. O importante é agir rápido, pois em educação os resultados não aparecem rapidamente. Serão necessários alguns anos para formar bons profissionais. É necessário convencer os jovens que a área de tecnologia é uma das que mais garantirão emprego, mesmo com toda crise global.

Tanto no Brasil quanto no mundo a tecnologia representa uma grande oportunidade para gerar empregos que agregam valor ao que se produz. O Brasil pode optar por investir nesta área, como fizeram a China e a Índia, ou ver, mais uma vez, uma grande oportunidade passar sem ser aproveitada.