Carreira Dev

27 jun, 2008

Dicas importantes para o designer digital

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Para não correr o risco de ficar para trás na louca corrida da profissão de designer é preciso fazer mais e melhor sempre. Procurar saber algumas coisinhas a mais sobre suas ferramentas de trabalho e se manter sempre insaciável em termos de conhecimento e experiências, são as grandes dicas que podem te ajudar a ficar na crista da grande onda. Por isso é muito importante para o designer digital:

01. Aprender a encontrar o que procura com mais precisão e eficiência

A Internet é um meio caótico, com seus infinitos fóruns, blogs, sites pessoais e empresariais, cada um publicando uma parte da informação que você precisa aprender para continuar se aperfeiçoando. Pesquisar esta informação sem receber muito lixo de retorno no seu buscador favorito já é uma tarefa difícil, e ainda ler tudo que aparecer, compreender e assimilar o que interessa para sua prática profissional é outra atitude que demanda tempo e amadurecimento no uso da Internet. Por isso procure se aperfeiçoar no uso das ferramentas de busca: conheça e use algumas técnicas de pesquisa, como o uso de aspas, palavras chaves, operadores “-” e “+”. Para saber mais como fazer pesquisas inteligentes aprenda o básico sobre o Google, dentro do próprio Google.

02. Fazer cursos sempre que possível

É complicado para uma pessoa sem a menor orientação querer se tornar um webdesigner apenas navegando na Internet. Seu conhecimento se transforma em acumulo de informação sem nexo, não conseguindo ser solidificado a ponto de ser útil e aplicável no seu trabalho. Por isso ainda são muito importantes os cursos de webdesign oferecidos em centros técnicos, empresas privadas e/ou universidades, presencialmente ou on-line. Fazer algum desses cursos, mesmo que seja de áreas paralelas, porém relacionadas à atividade de webdesign, como: fotografia, desenho, pintura, redação… é muito importante para o enriquecimento profissional. Não se limite ao conhecimento restrito da sua área de atuação.

03. Aprender a usar a própria Internet para estudar

Atentando para as dificuldades de aprender sozinho, para os problemas de acesso físico do estudante e objetivando a democratização do conhecimento através da própria Internet, algumas empresas especializadas em educação, design, artes e tecnologia, com ênfase em EAD, criaram cursos on-line. E aí as coisas mudam de figura, fazendo um curso on-line, além de contar com as facilidades de não ter que se deslocar para assistir às aulas e poder flexibilizar seus horários de estudo de acordo com as suas ocupações e dinâmicas diárias; os conceitos são apresentados dentro de um projeto pedagógico e seu conhecimento vai sendo construído da maneira que deveria ser: do mais fácil para o nível avançado, com aplicabilidade prática e estudos de casos sempre atualizados. Finalizando uma formação consistente e confiável.

Existem vários cursos nessa modalidade de ensino, porém não reconhecidos pelo MEC como graduação de nível superior. A grande maioria dos cursos neste setor são livres e capacitantes em nível técnico. Se for do seu interesse ter um diploma, esqueça. Mas se quiser aprender muita coisa e sair fera nas ferramentas de trabalho sem ter que sair de casa, fique ligado nos sites a seguir.

Um dos projetos mais famosos para designers nos Estados Unidos é o: www.lynda.com, que oferece cursos on-line com vídeo-aulas, abordando o uso de diversos softwares, são mais de 200 cursos disponíveis pelo preço de uma assinatura.

Para os interessados em animação veja: www.animationmentor.com que funciona mais como uma academia de artes on-line, voltada para a indústria de animação profissional, o preço é um pouco salgado mas o ensino é de altíssima qualidade.

Outro projeto concorrente é ofertado pela Escola Gnomon, no site: www.gnomononline.com, uma extensão da escola para o mundo virtual. A Gnomon também vende DVDs de treinamentos em várias áreas confira os títulos disponíveis no: www.thegnomonworkshop.com.

Mais um site concorrente no setor de ensino de técnicas de animação é o Ditial Tutors: www.digitaltutors.com que oferece pacotes de treinamentos em DVDs de vários softwares especializados.

Os quatro sites citados acima são em inglês, e se isso for uma dificuldade para você, é possível também fazer curso de inglês on-line veja: www.englishtown.com. Lamento, mas o que há de melhor na nossa área ainda vem de fora, por isso saber inglês é fundamental!

Em português, e desenvolvidos pela Pires & Jacó (aos meus cuidados), os designers podem contar com o estudo de artes on-line através do: www.desenhotudo.com, onde eu e uma equipe de profissionais oferecemos aulas em vídeo pela Internet, com acompanhamento constante dos alunos, ajudando-os em seus trabalhos de artes desde o desenho, a pintura, a criação de personagens e histórias em quadrinhos, até o ensino das técnicas de pintura digital, desenho vetorial e alguns aspectos do design e animação. Ou estudar linguagens de programação (PHP, ASP, JAVA, Action Script) voltadas para a Internet no www.espacotech.com, com o crivo de gente experiente responsável pela criação e manutenção tecnológica dos nossos projetos.

Outro site brasileiro e também interessante para cursos de design on-line, mantido por uma comunidade de vários professores e profissionais do ramo, é o: www.designtotal.com.br.

A agência e editora Arteccom (editora da revista Webdesign) oferece um curso rápido, on-line para os iniciantes em webdesign visite: www.arteccom.com.br .

Isso para não falar dos curso oferecidos em DVD pelos próprio imasters.com.br e outras tantas iniciativas particulares de designers experientes que entraram no meio da EAD.

O importante é que se têm opções. E cada um desses projetos de ensino a distância segue suas próprias diretrizes administrativas e curriculares. Vale a pena visitar cada site e ver o que mais te agrada.

04. Nunca pare de aprender

Acho que você já cansou de ouvir isso, não é? Mas é verdade, e se todo mundo fala a mesma coisa é bom ficar de olho. Mesmo que você opte por uma formação de nível superior seus estudos não param na sua graduação. É preciso continuar sempre. Seja dentro ou fora da universidade. Use a própria Internet para isso e nunca deixe de se manter atualizado tecnicamente. Na verdade ao cursar Ensino Médio, somos todos obrigados a cumprir obrigações de estudo em disciplinas que não nos agradam, e não nos faz o menor sentido, mas a escolha de uma graduação que te satisfaz significa passar a estudar aquilo que realmente te interessa. E ao cumprir essa etapa de formação, você é livre para continuar estudando o que gosta ou parar onde quiser. O webdesigner mais dedicado é aquele que nunca se dá por satisfeito em termos de conhecimento e aprendizado, e isso o torna um ser a frente dos demais profissionais que param no tempo e ficam comendo mosca.

05. Fique de olho! Todo mundo quer ser um webdesigner e todo mundo tem algo a oferecer

Freqüentemente percebemos a migração profissional para o setor de webdesign. São formandos em artes visuais, designers de interiores, arquitetos, publicitários, designers gráficos, jornalistas, graduados em marketing, administração e toda sorte de bacharéis. Vislumbrando o universo web esses portadores de diplomas passam a atuar como webdesigners. Isso é bom, isso é possível e aceito pelo mercado, mas é uma mudança cara para quem já tem um curso superior em outra área. É quase como o abandono de uma carreira em prol de outra. Eu fiz isso, não me arrependo, mas foi difícil assimilar o linguajar e as novas formas de trabalho para criar sobre as regras específicas da Internet. Formei-me em um bacharelado de artes visuais, com habilitação em design gráfico, atuei por um curto período de tempo no universo gráfico e percebi, na prática, que o mundo do papel é muito diferente da web. Enquanto no papel criava imagens em super resolução para impressão gráfica em grandes formatos, na web tive que aprender a converter esta criação para imagens de baixa resolução mantendo a qualidade, isso era quase um contra-senso, mas se não fosse feito meus sites nunca seriam descarregados com a velocidade desejada na tela do usuário final, prejudicando sensivelmente suas experiências de navegação.

Esta capacidade de adaptação e a real compreensão das limitações técnicas da Internet muitas vezes é negligenciada por profissionais vindos de outros ramos. É comum para um arquiteto ou publicitário (das antigas) sentir dificuldade para se adequar ao meio e assimilar novos processos de trabalho típicos do universo da Internet. Por isso os primeiros projetos podem não sair tão bons e o profissional ainda não consegue, sozinho, compreender onde está errando. Penalizando os visitantes e não atingindo objetivos comunicacionais e comerciais mais expressivos.

Por outro lado, os profissionais vindos de áreas visuais ou outros ramos do setor de comunicação, por exemplo, com maior estudo de técnicas de expressão artísticas ganham muito em termos de maturidade e experiência, saindo na frente daqueles que não conseguem aplicar conceitos estéticos, criar identidade para os sites ou não sabem como experimentar metáforas visuais para enriquecer o trabalho.

Em outro aspecto um site feito por um artista pode ser muito mais bonito, porém de difícil navegação, enquanto um site feito por um engenheiro, com domínio de programação, acaba deixando a funcionalidade falar mais alto do que os apelos estéticos, sem saber que a comunicação visual pode oferecer um valor emocional muito maior a suas criações. O que eu pude constatar é que todos os tipos de projetos têm o seu lugar ao sol. Cabe ao webdesigner saber o que o cliente deseja e lhe oferecer o que há de melhor para atender às necessidades do cliente em primeiro lugar.

06. Faça o possível para se transformar em um profissional maduro

A qualidade do site criado vai depender de quanto conhecimento você tem sobre: o cliente, o público, a mensagem e as técnicas de produção para Internet. Por isso é muito importante pesquisar sobre seus clientes, conhecer seu negócio e oferecer uma proposta que atenda ao público do seu cliente. Às vezes para saber todas essas informações e realmente conseguir compreender o que o negócio do cliente precisa é necessário saber mais do que criação em webdesign. Por isso, muitos webdesigners estudam ou procuram se informar sobre administração, finanças, métodos e processos de garantir retorno com o investimento em mídia. E esse conhecimento agregado é de fundamental importância para a eficiência do seu trabalho no mercado.

Procure também estar sempre experimentando outras formas de criar sites, não se aliando a modismos ou casando com uma ou outra tecnologia. Por exemplo, o webdesigner que se especializar somente em criação de sites com flash, sem explorar XML, Actionscript, CSS ou mesmo uma introdução em PHP, vai acabar atuando em um nicho restrito de mercado que só compra animações ou apresentações animadas. Seus preços não serão competitivos e logo estará repetindo receitas pré-fabricadas já vendidas a outros clientes, porque seu repertório, mais cedo ou mais tarde vai se esgotar.

Não sou contra sites em flash (na verdade eu adoro essa tecnologia), mas vejo neles sérias limitações começando pela restrição na exploração de técnicas de marketing (a gente tem sempre que aplicar paralelamente as técnicas de otimização para a indexação em buscadores), a interatividade da comunicação fica delegada (quase exclusivamente) ao desenho da interface, há fragilidade no carregamento e qualquer recurso acrescido ao seu flash pode representar segundos de espera a mais, além de não facilitar a versatilidade para adaptação do design porque é de difícil manutenção e atualização (dependendo da técnica de criação do seu FLA), o que o torna uma plataforma de elevado custo de desenvolvimento. Em fim sites em Flash são mais caros.

07. Seja rico de idéias

Procure se inspirar em novas fontes, por exemplo: se você não desenha com papel e lápis, passe a fazer isso, aprenda a desenhar. Se você tiver dificuldade em aplicar cores aos sites, experimente estudar pintura. Se tiver problemas com português leia romances, livros policiais, etc. Se estiver sem idéias para aplicar alguns efeitos de som no site, ouça o rádio e todo tipo de música. Se alimente do mundo que está a sua volta para se manter atento e criativo. E procure trazer o que existe fora da Internet para dentro dos seus projetos, assim estará evitando copiar o que já existe na rede.

08. É preciso saber vender

Já parou para pensar quantos artistas morrem pobres? São muitos, eu tenho certeza. Isso se deve ao fato deles não saberem vender suas obras sozinhos, e em muitos casos deixarem nas mãos de outros o contato com o cliente. Mesmo que você seja um excelente webdesigner, não deixe de se mostrar para o cliente achando que seu trabalho vai se vender sozinho ou confiando que um: colega, vendedor ou sócio vai fazer o bom comercial do seu trabalho. Há o risco do cliente não te enxergar (e achar que você é um mero boy, sendo que o pesado é você quem vai executar), há o risco de seu amigo ou sócio não saber vender o que você faz por pura incapacidade técnica e na pior das hipóteses há o risco dele ficar com o seu dinheiro. Você precisa saber convencer as pessoas que suas idéias são boas, que elas vão trazer resultados e que você é capaz de fazê-las a preços justos. Afinal, quem compra ou contrata um trabalho de webdesign está sempre visando maior penetração de mercado e ter lucro com o site criado. Tente provar isso a todo instante.

09. A questão das certificações

Na falta de outro argumento de convencimento esfregar na cara de um cliente um certificado internacional de competência em determinado software, ou linguagem, surte um grande impacto. No mínimo, se ele conhecer um pouco da área, vai te tratar com mais respeito, mas a dificuldade é que a profissão de webdesigner é tão especializada e tão nova que um “velhote” dono de empresa não vai nem se coçar se você falar que é um Webdeveloper da Adobe, ele não vai saber nem o que é Adobe.

Outra grande problemática desta questão de certificação é a demora para conquistar este pseudo-diploma. Você vai passar por uma bateria de testes em determinados softwares e se o fabricante muda de versão, seu certificado já era. Um certificado em ferramentas especializadas de produção pode ser interessante para você trabalhar em multinacionais ou estreitar seus laços com a proprietária do software, caso deseje ser um consultor deles ou mesmo oferecer treinamentos em nome da certificadora. Fora isso, se seu desejo é criar sites comercialmente, você não vai poder se prender às tecnologias que oferecem certificação. Talvez enquanto você estiver estudando feito um louco para se submeter a tal prova de certificação em uma tecnologia, um colega seu, pega mais sites para fazer aumentando a visibilidade dele no mercado. É necessário saber o que você deseja: uma atividade comercial ou uma carreira aliada a uma marca. Tente aprender a trabalhar com um leque de opções maiores. Nem todas as boas tecnologias oferecem certificação.

10. Alguns problemas das Universidades no Brasil

As academias, as faculdades, as universidades e os institutos, principalmente os maiores (e públicos), estão (em grande parte, mas não podemos generalizar) anos luz da realidade. É muito difícil para instituições lentas em termos de adaptação e revisões curriculares estarem atualizadas quanto às práticas do mercado. Para que uma instituição se adéqüe a um novo regime, com matérias mais atualizadas, com grade curricular revisada e voltada para questões mais práticas, seria preciso fazer esta mudança junto ao MEC, e o MEC só avalia instituições de dois em dois anos, por falta de contingente e pela própria dinâmica do governo nos assuntos ligados à educação. Sendo assim, um currículo recém aprovado já nasce defasado, e para aqueles alunos que já estão em curso: a mudança não chega, uma vez tendo entrado em uma grade curricular de um ano específico, não é possível mudar a não ser que se preste novo vestibular e recomece sua história acadêmica aliada ao ano em que a tal mudança foi resolvida. Por isso, os alunos que já estão na universidade não sofrerão as benesses da mudança e sairão despreparados.

Para o universo de Internet, um intervalo de 2 anos significa a expansão de mais de 1.000.000 de novos usuários por ano, tamanha a velocidade da taxa de crescimento desta mídia mundialmente. Em dois anos só os softwares de uma Adobe, por exemplo, já pularam de versão duas vezes. A Adobe comprou a Macromedia e num sei quem já engoliu num sei quem. Em dois anos, novas tecnologias, são lançadas, novas práticas de marketing também. E o que estava em fase de pesquisa vai ao mundo e vira realidade. É até desumano forçar as instituições acadêmicas acompanharem este ritmo de renovação constante. Por isso sou insistente em dizer que você, aspirante a webdesigner, não deve limitar seu conhecimento, especialmente sobre as questões mais atuais (como uso de softwares, técnicas de produção, comércio, etc.) somente no que se vê nos bancos da escola. Procure aprender também fora da universidade e ai, mais uma vez, você tem os cursos on-line para isso. E um estágio prático também é uma boa pedida.

Mas nem tudo está perdido, não podemos ser pessimistas e culpar as universidades por todas as falhas. Há coisas boas e excelentes profissionais trabalhando na educação superior. E todos eles fazem a sua parte para driblar as falhas do currículo. A universidade tem suas vantagens, por exemplo, eu só soube das pesquisas e aplicações avançadas de “Objetos de aprendizagem” para EAD nos bancos da faculdade, e depois na prática fui aprender como usar isso.

Para o profissional que gosta de aprender sozinho, é preciso saber que às vezes é necessário permear sua prática profissional com um ou outro curso em universidades de respeito para se manter atualizado e aprender a dar os nomes corretos aos bois. Por exemplo, sem saber eu aplicava conceitos de usabilidade, tentando tornar meus sites mais acessíveis aos usuários de baixa largura de banda, com conexões lentas, e só depois fui saber que esta prática tinha um nome: usabilidade, e que existe um pesquisador Jakob Nielsen específico dessa área. E depois eu soube que para criar sites úteis para deficientes (visuais ou auditivos) é preciso empregar noções de acessibilidade, que também tem haver com usabilidade, mas é diferente. E quando criei um comércio eletrônico de produtos, pela primeira vez na vida, eu queria oferecer promoções quando o cliente estivesse fechando a compra, para tentar aumentar as vendas, e nos bancos da faculdade fui saber que isso também tinha um nome vindo do marketing: push salle e que a gente tem que tomar cuidado para não forçar a venda casada que é contra-lei (isso eu soube nas minhas aulas sobre direito tributário e práticas empresariais do MBA).

Por fim, meu caro futuro colega: dê tempo ao tempo para conseguir assimilar tudo isso e fazer grandes feitos. Ninguém começa por cima, todos temos uma estrada crescente de dificuldades a superar e ao final o amadurecimento nos aguarda. Com certeza você será outro daqui a dez anos e a Internet também. Apenas não descarte nada, evite os pre-conceitos e esteja sempre aberto a novos pensamentos, tudo vale a pena, como já dizia o poeta.