Carreira Dev

11 abr, 2019

Dev além do código – Renato Groffe

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O desenvolvimento de software muda a todo instante. Novas ferramentas e tecnologias surgem sempre. Ao mesmo tempo em que ajudam a melhorar os processos, trazem mais trabalho e desafios para os profissionais do setor. Desafios que Renato Groffe, entrevistado de hoje do “Dev Além do Código”, aprendeu a superar.

Groffe atua como consultor, em atividades voltadas ao desenvolvimento de sistemas, há mais de 15 anos. Além disso, é Microsoft MVP (Most Valuable Professional) e participante do programa MTAC (Multi-Plataform Technical Audience Contributor).

Ele é bacharel em Sistemas de Informação, com Especialização em Engenharia de Software e MBA em Business Intelligence. Também é palestrante e autor técnico em portais e revistas especializadas, com foco em tecnologias Microsoft e boas práticas na área de software.

Mas para chegar até aqui e conseguir dar conta de todas essas tarefas, Renato Groffe percorreu um longo caminho. Neste bate-papo, o desenvolvedor falou sobre sua rotina, os estudos, a busca pela perfeição, além de críticas sobre como alguns gestores tratam os profissionais de TI.

O início

Quando Renato Groffe começou a se interessar por desenvolvimento de softwares, o ano era 1990. Ele fez alguns cursos básicos de informática, que serviram para que passasse a pensar na possibilidade de ser um profissional dessa área. Mas nada estava decidido.

No Ensino Médio, optou por uma escola técnica. Estava em dúvida se o curso seria de Processamento de Dados ou Química. “Finalmente, decidi por Processamento de Dados e creio que fiz a escolha certa, já que a área de TI oferece um ótimo leque de oportunidades e uma maior possibilidade de evoluir na carreira”, explicou Groffe.

Se você pensa que a busca por capacitação foi fácil, se enganou. Para se capacitar, Renato rodou por várias cidades. Fez Ensino Técnico em Indaiatuba (FIEC), Graduação em Sistemas de Informação em Sorocaba (UNISO), além de duas Pós-Graduações. Uma em Campinas (IBTA) e outra em São Paulo (FIAP).

Mercado

iMasters – Como você entrou no mercado?

Renato Groffe – “Logo após a Escola Técnica, iniciei minha carreira como Desenvolvedor em uma empresa do interior de São Paulo (em Salto, cidade onde nasci). Em seguida, depois da universidade (aproximadamente 7, 8 meses depois), comecei a trabalhar em consultorias na cidade de São Paulo”

iMasters – Quais desafios você enfrentou?

Renato Groffe – “O maior desafio talvez tenha sido ingressar no mercado de trabalho na cidade de São Paulo. Tanto por sentir medo em falhar (o que é natural), quanto por querer vencer a desconfiança de recrutadores e empresas. Eu trabalhava na capital e residia no interior”.

Insegurança

“Logo após a faculdade, quando comecei a minha atuação profissional na cidade de São Paulo, eu era bastante inseguro. A mudança para um trabalho numa cidade gigantesca gerou bastante apreensão em mim. Felizmente, consegui superar”, contou Groffe.

Ele se referia ao desafio de se adaptar à novos trabalhos, rotina e amigos. Além disso, tinha que se dedicar à função que tinha que desempenhar na empresa da capital paulista.

Renato conta que, durante sua vivência profissional, o que mais chamou atenção foi a necessidade de conseguir se adaptar rapidamente às novas tecnologias. Ele considera dinamismo e flexibilidade fundamentais para quem deseja ter sucesso na área de TI.

Rotina

Todo desenvolvedor de software gosta muito do que faz. Por isso mesmo, não mede esforços na hora de trabalhar. Se precisar invadir a madrugada em busca de alguma solução, lá estará o dev.

Com Renato Groffe, não é diferente. Não importa a hora, se precisar trabalhar, pode contar com ele.

“Muitas vezes viro madrugadas estudando e escrevendo artigos técnicos.”
– Renato Groffe.

Groffe diz que costuma ter uma maior produtividade durante o período da manhã. Mas quando o assunto é estudar e produzir conteúdo técnico, o período noturno tende a ser o momento mais produtivo para ele.

Projetos

Renato revela que sempre pensou em trabalhar na Microsoft, assim como muitos devs. Hoje, por ser Microsoft MVP, ele tem a oportunidade de estar em contato com a empresa. “Minha participação técnica na comunidade .NET abriu essas portas, possibilitando inclusive que eu conhecesse o campus/sede da Microsoft na região de Seattle (EUA)”, revelou Groffe.

“Projetos que empreguem novas tecnologias e possibilitem um maior aprendizado, costumam ser bem empolgantes”.
– Renato Groffe

Mas, nem tudo são flores. No dia-a-dia, os desenvolvedores enfrentam muita dor de cabeça e decepções. Ele diz que “Projetos envolvendo mudanças em sistemas legados costumam gerar bastante frustração. A falta de perspectiva quanto ao estudo e aplicação de novas tecnologias é algo torturante não só para mim, como para a grande maioria dos Desenvolvedores Web”, explicou.

Críticas

Renato Groffe critica os comentários de alguns gestores (muitas vezes fora da área de TI) sobre “jogar lá para que o Desenvolvedor se vire”. Ele explica:

“Assim como ninguém fecha negócios sem se planejar, executar tarefas para suportar uma organização (caso da área de TI) também requer organização e controle. Como muitos brincam: ‘não estamos fritando pastéis’ “, afirmou Groffe.

“As situações em que preciso explicar o que faço envolvem pessoas mais leigas no que se refere à área de tecnologia, muitas vezes idosos e parentes que não estão inseridos nesse tipo de realidade. Procuro ser paciente e mostrar que este tipo de trabalho envolve bastante esforço e é tão desgastante quanto ocupações que seriam mais convencionais para estas pessoas”, concluiu.

A vida do desenvolvedor

Muita gente diz que os desenvolvedores só trabalham. Boa parte dessa impressão se deve ao fato de que eles fazem o que gostam. E por isso não ligam de estar o tempo todo envolvidos com esse assunto.

“Embora diga sempre que participar de comunidades técnicas e produzir conteúdo sejam hobbies para mim, busco também momentos de fuga com passatempos mais convencionais. Procuro ler, ir ao cinema, restaurantes e me divertir dentro de minhas possibilidades de tempo”, afirma Groffe.

Sobre o futuro dos profissionais do setor de desenvolvimento web, Renato acredita que “tende a exigir maiores conhecimentos em disciplinas de Inteligência Artificial, Machine Learning e Big Data. Entendo que noções ou mesmo a possibilidade de se aprofundar nestas áreas será um diferencial de grande valia para profissionais Web perante o mercado.”

“O futuro tende a exigir maiores conhecimentos em disciplinas de Inteligência Artificial, Machine Learning e Big Data.”
– Renato Groffe

Para quem está começando na área, Renato orienta a ser perseverante e não se deixar abater por dificuldades (muitas vezes de aprendizado) durante este processo. “Manter a calma diante de situações adversas é algo que será exigido ao longo de toda a carreira”, afirmou.

“Incentivo a todos para que participem de comunidades técnicas, já que são um excelente meio para a evolução técnica e networking”, finalizou.