Imagine que você está procurando por plantas de uma construção, tal documento foi criado por uma pessoa arquiteta e o mesmo nos diz os planos para a construção em si. Mas, quais são esses planos ditos pelas plantas?
Se a planta que você está olhando é para uma residência de uma única família, então você irá provavelmente ver uma entrada, uma sala de estar, uma sala de jantar, uma cozinha, quartos e por ai vai… Repare a planta por si só está gritando: Casa.
Porém, se a planta que você está olhando é para uma biblioteca, então você irá ver uma grande entrada, uma área para pagamentos, uma área de leitura, pequenas salas de conferências, galeria com estantes de livros e por ai vai… Repare a planta por si só está gritando: Biblioteca.
Seguindo esses princípios, quando você olha para a arquitetura da sua aplicação (front-end/mobile) ou serviço (back-end), o que ela está gritando? Quando você olha em diretórios e arquivos de alto nível, o que eles gritam? Se sua arquitetura segue a ideia de screaming architecture (arquitetura gritante) então eles deveriam gritar coisas como: Sistema de saúde, Sistema de pagamento, Sistema de inventário, Sistema de passagem, etc…
Porém, muitas vezes sua arquitetura irá gritar coisas como: Spring, Rails, Nest, Django, Phoenix, React, Svelte, etc…
Orientada à casos de usos e negócio
Uma arquitetura não deveria ser sobre frameworks ou bibliotecas e sim sobre negócio e seus casos de uso (use case driven). Frameworks e bibliotecas são apenas ferramentas e meios de construção, se a arquitetura é baseada neles, então ela não pode ser baseada no negócio.
A razão para que ela seja centrada em negócio e seus casos de uso é para que você não se comprometa com tais tecnologias, se um dia você precisar migrá-las isso deveria ser uma missão possível. Além disso, você deveria poder postegar ou atrasar algumas tomadas de decisões, por exemplo: Rabbit ou Kafka? MySQL ou MongoDB? Hibernate ou JPA? etc… Quando você é conduzido por frameworks, eles irão tomar tais decisões por você e irão decidí-las bem mais cedo do que deveriam.
Qualidade
Além disso, quando sua arquitetura é orientada ao negócio, é mais fácil testá-las, você não precisa criar burocracias ou barreiras impostas por tecnologia X, Y ou Z. Você não deveria precisar conectar em um banco de dados para rodar seus testes unitários, seus casos de usos deveriam ser objetos de negócio e eles deveriam ser testados facilmente de forma isolada, sem conhecimentos do mundo externo.
Conclusão
Nesse post vimos um estilo de arquitetura chamada screaming architecture, nela vimos que a arquitetura deve ser centrada e conduzida pelo negócio e seus casos de usos e não por tecnologias. Ou seja, quando você olhar a estrutura do seu projeto, ela deveria gritar seu propósito.