A palavra da moda de ontem, 28 de julho, teve muito mais piadinhas acerca da sua pronúncia do que propriamente efeitos práticos pelo seu uso. O Cuil, que se propõe a ser o grande rival da busca do Google (e, sim, quem sabe, derrotá-lo), promete, mas ainda não convence. Ao menos, no que diz respeito à experiência de uso de quem visita, de quem faz uma busca usando as suas engrenagens.
A começar pelo fato de seus criadores serem engenheiros ex-funcionários do Google, a história já teria grande repercussão. Muito provavelmente pela experiência técnica deles, o Cuil conseguiu captar US$ 33 milhões para iniciar suas operações, o que é um montante bem razoável para um projeto embrionário.
Até este exato momento, o assunto já tinha gerado mais de 1.600 blog reactions no Technorati. No Google Trends também deu o que falar e chegou a estar entre os termos mais procurados do dia. E, assim como tantos projetos atuais como o Orkut, Twitter e outros tantos que já andamos cometando por aqui, este também não aguentou a massa de visitantes e baleiou. Ou seja, andou ficando bem lento, quando não esteve indisponível. (Se eu fosse o investidor, ficaria um pouco desapontado com isso…).
No entanto, apesar de todo o alarde que já se tem em função do surgimento de um opositor ao gigante, o que se vê na web são críticas não muito boas ao Cuil. Por sinal, um bom indicador para isso é o fato do termo “Cuil Sucks” estar entre os mais buscados no Google como diz o Google Trends (ou seria uma informação manipulado pelo próprio Google?), já chegando perto da busca por “Cuil” apenas. (É grande a ocorrência de buscar por “Ciul” e outras formas erradas de se digitar o nome do site).
O Cuil tenta se diferenciar logo de cara com o seu fundo preto (somente visto em sua página inicial). Nas estatísticas, mais disparidades: o Cuil diz ter indexadas 120 milhões de páginas e afirma contemplar 3 vezes mais itens que o Google, que retruca alegando que possui 1 trilhão, mas que nem todos são usados/publicados. Ah, e como poderia esquecer… O Cuil gaba-se de ter custos 10 vezes menores do que o Google para indexar a mesma quantidade de informação. Nesse âmbito, de tantos dígitos, fica difícil dizer quem está com a razão.
Quem quiser procurar por algum termo que não seja em inglês, deve se desapontar. O próprio Cuil confirma não ter indexado todo o conteúdo que não esteja no idioma da rainha do chá, o que não permite fazer uma comparação quando o assunto é uma outra língua.
Vamos ao que interessa: a página de resultado de busca. No Cuil há uma considerável mudança frente ao que é praticado no mercado. O serviço exibe os resultados em 2 colunas, podendo, se o usuário quiser, mudar para 3 colunas (a opção padrão depende da resolução da tela do usuário). Ainda há uma série de filtros que o usuário pode usar, sugeridos sem muita explicação e lógica, diga-se de passagem.
Algumas buscas que experimentei até retornaram mais resultados no Cuil do que no Google US. Mas, em sua maioria, nada relevantes. E este é o problema que mais espanta no Cuil: a relevância dos resultados.
A verdade é que o visitante está pouco interessado qual o algoritmo que rege um serviço do gênero. Ele simplesmente quer um resultado que atenda ao que ele precisa, ao que ele pretente. E isso, infelizmente e ao menos até o momento, não satisfaz.
Torçamos para que o Cuil se desenvolva. Talvez até se alavanque com técnicas de SEO, caso indexe seus resultados na busca do Google, não é?