A Iniciativa de Acessibilidade na Web do W3C (WAI) reformulou seu site e deixou muito mais fácil a forma de consultar materiais direcionados a designers, desenvolvedores e outras áreas relacionadas à Web.
O antigo site da WAI era uma tristeza. Remetia aos sites da década de 2000, com colunas laterais e nenhuma responsividade. Levou um bom tempo para que o site pudesse ter uma repaginada, o que aconteceu em maio de 2018. Finalmente, o site ficou com uma interface muito mais moderna e tirou aquele estigma de “site acessível é feio”.
Mas eu não vim aqui para falar do design do site da WAI. O que mais me surpreendeu nessa reestruturação de conteúdo foi a quantidade de material direcionado a designers, produtores de conteúdo, desenvolvedores, setores gerenciais de empresas e responsáveis por políticas públicas, educadores e principalmente usuários. Tudo isso foi possível marcando seu conteúdo com filtros para cada uma das áreas. Esse conteúdo não é novo, mas ficou muito mais fácil de localizar.
Eu gostaria de listar algumas das coisas mais bacanas que encontrei nesse novo site.
Para produtores de conteúdo
Muitas vezes, quem escreve ou produz conteúdo para a Web nunca se preocupou com o fato de que o seu texto poderia ter barreiras de acessibilidade. Sim, ele pode ter. As diretrizes de acessibilidade para essa categoria apontam para a necessidade de legendas em vídeo, audiodescrição e alternativas para o conteúdo não textual. Claro! Afinal, se eu publicar uma foto em um artigo ou em um canal de notícia, eu preciso me certificar de que o texto alternativo adequado estará disponível. E não existe pessoa melhor para tomar essa decisão do que o produtor do conteúdo (ou da foto).
Para designers
É comum ouvir que acessibilidade é uma questão técnica e que o designer não tem função nesse sentido. Grande engano. O designer precisa garantir que aquela arte que vai ser codificada não tenha barreiras (e que muitas vezes não são técnicas, e sim perceptíveis) para os usuários. Uma boa adequação dos rótulos e campos de formulários e uma paleta de cores que não confunda pessoas que não enxergam determinadas cores são ótimos exemplos. No caso das cores, o designer tem um papel mais importante ainda: garantir que a informação não seja transmitida ao usuário somente por cores.
Desenvolvedores
Para essa categoria, os filtros são um prato cheio de informação. Fica muito fácil compreender como solucionar um problema técnico de forma simples e como essas mudanças podem interferir na acessibilidade, como definir o idioma da página, garantir que o usuário consiga navegar por teclado, estrutura de cabeçalhos adequada, e por aí vai.
Tomadores de decisão
Esse link é para mandar para o seu superior, que muitas vezes não entende a importância da acessibilidade. Lá estão disponíveis materiais sobre como planejar e manter a acessibilidade de um sistema de forma muito simples e clara. E também sem aquele monte de jargões técnicos que talvez alguns deles não conheçam.
Não vou entrar em detalhes nas demais áreas, mas creio que essas quatro são muito importantes para o público que consome o conteúdo do iMasters, sejam eles designers, produtores de conteúdo, desenvolvedores ou gerentes.
Mas o que eu gostaria de destacar no final deste artigo é a quantidade de tutoriais e material educacional sobre acessibilidade. Existe uma página só para agrupar os vídeos educativos sobre acessibilidade na Web, tutoriais com exemplos e códigos que funcionam na prática e uma área só para testes e verificação de acessibilidade.
Eu poderia escrever muito mais sobre os recursos para quem está aprendendo ou quer esclarecer uma dúvida sobre acessibilidade, mas acho que uma boa navegada e tempo para estudar o material disponível no site é a melhor recomendação. Assim, você direciona suas pesquisas para sua área de atuação ou interesse.
Bons estudos!
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Artigo publicado na revista iMasters, edição #27: https://issuu.com/imasters/docs/imasters_27_issuu