Tem sido cada vez mais comum as companhias hospedarem seus dados e aplicações em ambientes híbridos e/ou multiclouds (múltiplas nuvens, em português). É o que aponta a pesquisa realizada pela The Harris Poll e patrocinada pela Microsoft, que mostra que 95% das empresas de tecnologia acreditam que a migração para esses ambientes são fundamentais para o sucesso do seu negócio. E a tendência é que isso ainda deva aumentar, uma vez que o estudo aponta que 80% dos entrevistados declararam que devem ampliar os investimentos nesses recursos nos próximos anos.   

Com este crescimento, os desenvolvedores de aplicativos e soluções podem se deparar com o desafio de não ter uma visão geral de todos os recursos que precisam gerenciar, devido ao fato de estarem em diferentes plataformas de nuvem. Mas quero dividir com vocês algumas formas de facilitar essa visualização utilizando os serviços do seu provedor de cloud.  

Uma destas soluções é o Microsoft Azure Arc, lançado pela Microsoft durante a Build 2022, realizada em maio,  e que tem o objetivo de contribuir para que esta tarefa seja mais simples, melhorando a produtividade destes profissionais. Com a disponibilização geral da ferramenta, é possível gerenciar múltiplos servidores, seja no Windows Server ou em algumas versões do Linux, em ambientes on-premises (data center físico local), híbrido ou multicloud, com uma visualização única de todo o conteúdo. Isso facilita o trabalho dos desenvolvedores, inclusive no gerenciamento de acesso, uma vez que o profissional terá a atribuição de permitir quem poderá acessar informações disponibilizadas na nuvem da empresa e o que poderá fazer com elas. 

Além disso, o profissional poderá implantar ferramentas SQL e o PostgreSQL Hyperscale habilitados nesta nuvem e em qualquer distribuição com o seu Kubernetes, ferramenta de código aberto que permite executar tarefas em várias máquinas virtuais, a partir de um único servidor físico utilizando Machine Learning.  

Com estas ferramentas, também será possível implantar, gerenciar e monitorar a Instância Gerenciada de SQL do Azure em qualquer ambiente da nuvem da Microsoft ou de outro provedor. Tudo isso, graças à compatibilidade das ferramentas do banco de dados SQL Server, facilitando as migrações de aplicativos entre as nuvens, mantendo a soberania dos dados e permitindo o dinamismo.  

Outro ponto positivo para o desenvolvedor é que, se o profissional estiver criando e executando aplicativos nativos da nuvem na Plataforma como Serviço (Platform as a Service, PaaS, na sigla em inglês), será possível que eles sejam executados fora deste ambiente. Há algumas ferramentas que também permitem que o usuário faça a migração de aplicativos e Máquinas Virtuais, dando a oportunidade de o profissional configurar, avaliar e migrar servidores virtuais e físicos, bancos de dados, aplicativos e áreas de trabalho virtuais. Tudo isso de uma forma totalmente integrada, incluindo a possibilidade de gerenciar aplicações baseadas em Vmware vSphere e Hyper-v, que, entre outras funções, faz recomendações de dimensionamento de máquina virtuais, migrando, quando necessário e de forma escalonada, as suas workloads. 

Soluções em nuvem também podem permitir que os desenvolvedores tenham acesso às informações, mesmo que não haja conexão com a internet. Ferramentas como provisionamento de autoatendimento e monitoramento, backups e restaurações, podem ser programadas para serem acessadas de forma automatizada, sendo possível executá-las localmente com a ajuda da infraestrutura do Kubernetes.     

Em um mundo onde as empresas estão usando, cada vez mais, diversos provedores de nuvem, ou mesclando com data centers físicos, ferramentas como essas facilitam o trabalho do desenvolvedor, independentemente de onde ele esteja trabalhando e se está usando um ou mais provedor de nuvem. Tudo isso para otimizar o tempo dos profissionais, evitando o retrabalho, seja adaptando uma aplicação ou, até mesmo, recriando-a do zero para que ela funcione fora da nuvem ou em ambientes de multicloud ou híbridos.