Generative AI

4 mar, 2024

Inteligência artificial já é parte do dia a dia de 74% das MPMEs brasileiras

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Líderes de micro, pequenas e médias empresas de diversos setores da economia passaram a olhar com mais atenção para tecnologias de inteligência artificial (IA) no último ano. O dado faz parte de um estudo encomendado pela Microsoft para a Edelman Comunicação.

O levantamento traça um panorama de como as MPMEs estão vivendo as transformações digitais. Além diss, mostra qual papel a IA está desempenhando em seus negócios. 74% das entrevistadas afirmaram que estão usando a IA sempre ou muitas vezes. 90% delas busca adotar essa tecnologia atualmente.

Inteligência artificial

O levantamento anual está em sua 4ª edição e, este ano, lançou o olhar para IA buscando tendências, desafios e oportunidades desse universo em constante evolução. Os dados confirmaram a IA como a grande tendência em tecnologia do momento, independentemente do tamanho da empresa.

59% das MPMEs disseram que avançaram na adoção da tecnologia. Essa proporção é maior em empresas do ramo de tecnologia, como as de telecomunicações, que se destacaram neste indicador com 85% respondendo que progrediram “bastante” ou “muito” na adoção de IA.

Quando a comparação é entre as empresas que são “nativas digitais” e “não nativas digitais”, o progresso na adoção de IA é ainda maior, 84% das nativas digitais afirmaram que já estão usando a tecnologia. Nesta comparação, 78% dos líderes das empresas nativas digitais disseram que têm a inteligência artificial como prioridade na empresa, contra 53% das não nativas digitais.

Investimentos

Em relação aos investimentos, 47% das empresas disseram que estão investindo em IA, em 2022 essa porcentagem era de apenas 27%. Em 2023, a inteligência artificial perdeu apenas para as tecnologias de armazenamento de nuvem, que recebeu investimento de 56% das MPMEs, contra 45% do ano anterior.

“Para que as empresas possam aproveitar os benefícios da IA, é necessário que suas aplicações estejam na nuvem, como mostram os dados na priorização desses investimentos. Além disso, ainda que algumas empresas já usassem IA, a tecnologia estava aplicada para questões específicas, como atendimento ao cliente, por exemplo”, afirma a executiva da Microsoft Brasil.

Ela diz, ainda que “com a IA generativa, e o lançamento do Copilot solução de IA generativa focada em liberar a criatividade, desbloquear a produtividade e aprimorar as habilidades das pessoas, que está presente nos aplicativos do Microsoft 365 como Teams, Outlook, Word , existe um leque de novas oportunidades para otimização, apoio à produtividade e criatividade que podem ser exploradas pelas organizações”.

Copilot

O Copilot é o aplicativo da Microsoft que usa IA generativa e modelos de linguagem ampla (LLM) para ajudar os usuários no desempenho de tarefas complexas como: desenvolver um texto, criar apresentações e resumir caixa de entrada de e-mails e reuniões. A solução está disponível para as principais produtos e serviços Microsoft, desde o bate-papo com IA no Bing, que está mudando a forma como as pessoas pesquisam na Internet até o Microsoft 365 Copilot, GitHub Copilot X, Dynamics 365 Copilot, Copilot no Microsoft Viva e Microsoft Security Co-piloto.

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Além de IA e Nuvem, entre 2022 e 2023, algumas prioridades de investimento mudaram para as MPMEs, 47% das empresas disseram estar investindo em hardwares (notebooks e outros periféricos), contra 53% no ano anterior. Já em relação aos softwares de colaboração virtual, enquanto 34% declaravam estar dando atenção ao tema no ano anterior, em 2023, esta porcentagem subiu para 44%. As empresas também estão mais atentas à segurança cibernética, em 2022, 39% das empresas disseram investir em soluções nessa frente, em 2023, esse dado passou para 43%.

Em 2023 subiu para 74% o número de MPMEs que passaram a usar inteligência artificial, contra 61% no ano anterior.  Já entre os que, no momento, ainda não investem em IA, 19% disseram que pretendem começar investir em 2024. Segundo Andrea Cerqueira, esses dados mostram um o aumento da maturidade digital das MPMEs.

No geral, 89% dos líderes e 78% dos funcionários estão otimistas e veem um impacto positivo da IA nos negócios e no seu trabalho. Neste contexto, 84% das empresas estão incentivando os funcionários a usarem IA. Para quase metade das empresas (47%) a aquisição e adoção de tecnologias é uma prioridade quando se trata de inteligência artificial, já 40% também buscam desenvolvimento de soluções próprias e a otimização de dados para inteligência comercial.

Onde e Como as MPMEs aplicam IA?

As principais motivações das empresas em investir em IA foram:
melhorar a experiência do cliente (61%),
ganho de eficiência,
produtividade e agilidade (54%)
e garantir a continuidade do negócio (46%).

A maioria das empresas pesquisadas disseram usar IA como assistentes virtuais para atendimento ao cliente (69%).

A segunda forma de aplicação mais comum da IA para empresas desse segmento, segundo a pesquisa, é como uma ferramenta para agilizar o trabalho (64%) e 43% já estão usando para gerar conteúdo de textos ou imagens.

Futuro

Olhando para o futuro, além de atendimento ao cliente…

39% dos respondentes enxergam potencial da IA na área de TI;
30% nos times de Comunicação e Marketing;
e 27% nos departamentos de Finanças e Administração.

Outras áreas das empresas também foram citadas como:
Vendas (27%),
Recursos Humanos (25%),
Operações e Produção (20%)
e Jurídico (6%).

Porém, já existem empresas com uma visão mais ampla da utilização da IA:

16% disseram que já aplicam IA em todos os departamentos.
Na contramão do mercado, há alguns líderes (4%) que disseram que não usam e não têm a intenção de usar a tecnologia.

Custo-benefício

Entre as empresas que já usam IA, os principais benefícios percebidos foram:

o ganho de eficiência e produtividade (72%),
melhoria no atendimento ao cliente (58%)
e redução de custos 46%.

Além disso, 41% das empresas disseram usar inteligência artificial para desenvolver novos produtos,
33% usam dados na tomada de decisão e 31% para reduzir erros humanos.

Nestas empresas que aderiram à IA, houve também a percepção de:

91% de melhora na qualidade do trabalho,
além de 90% na satisfação do cliente
e 88% na motivação e engajamento de funcionários.

“As tecnologias de inteligência artificial evoluíram para trazer mais qualidade de vida para os trabalhadores. Este estudo mostra que, para 77% da MPMEs, o uso de IA fez com que os funcionários se concentrassem em trabalhos mais criativos e relevantes. “Esse dado vai ao encontro da visão da Microsoft para a inteligência artificial, que vê a tecnologia como Copiloto do dia a dia de trabalho, reduzindo o tempo gasto com tarefas morosas e repetitivas”, explica Andrea.

Ainda que a percepção do uso de IA pelas empresas seja positiva:

46% delas relataram dificuldades relacionadas a custo e acesso à tecnologia,
além de desafios com a contratação de talentos com habilidades em IA (36%),
a capacitação de talentos atuais (36%),
privacidade de dados (34%)
e segurança cibernética (23%).

Capacitação de Pessoas

Em relação a qualificação da força de trabalho, ao serem questionadas sobre quais as prioridades de investimentos em IA relacionadas a recursos humanos:

49% disseram investir na atração de talentos externos com habilidades de inteligência artificial;
37% investem em treinamentos do quadro atual de funcionários
e apenas 7% estão fazendo os dois ao mesmo tempo.

Para Andrea Cerqueira o principal ponto que as MPMEs precisam estar atentas é no fator humano:

“A IA é um assistente do trabalho e que amplia a produtividade dos funcionários. Mas, como todas as novas ferramentas, é necessário aprender a utilizar essa tecnologia.”

Ela acrescenta também que “seja qual for a função, a curto e médio prazo, todas as pessoas de todos os setores vão precisar aprender a dominar essa tecnologia, por isso a capacitação e qualificação da força de trabalho devem ser incluídas nas estratégias de aquisição da solução.”

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Satisfação com a IA

Existe um alto índice de satisfação com o uso da IA dentro das companhias:

94% das empresas entrevistas afirmaram que veem um impacto positivo da inteligência artificial na produtividade do trabalho,
91% também disseram que houve uma melhora na qualidade.
A tecnologia também impactou positividade o nível de satisfação dos funcionários para 88% dos entrevistados.

“O Copilot e novas ferramentas de IA generativa baseadas no Azure, como o Azure OpenAI Service, vieram para democratizar o acesso à tecnologia, pois são simples de usar e podem ser operadas por qualquer pessoa, independente da qualificação técnica”, explica Andrea.

Ela diz ainda que “é importante que oferecer capacitação adequada para que os colaboradores possam tirar proveito dessa tecnologia. Temos diversos cursos sobre o tema que estão disponíveis gratuitamente na plataforma Microsoft Conecta+”.

Cibersegurança 

As ameaças de cibersegurança relacionadas à IA nas empresas ainda são incipientes, segundo o estudo, apenas 16% das MPMEs relataram incidentes ligados a este tipo de tecnologia.

Porém, quando se trata de políticas internas para o uso da tecnologia:

40% das empresas disseram possuir alguma diretriz,
45% alegaram confiar nos critérios dos próprios funcionários
e 10% afirmam não ter nenhum tipo de orientação interna aplicada às ferramentas de IA.
Já 5% proíbem o uso da tecnologia.

Entre as medidas mais comuns de adaptação a IA relacionadas à processos para evitar ameaças cibernéticas estão:

treinamentos (61%),
aquisição de tecnologias de segurança com IA embarcada (54%)
e a contratação de especialistas externos (33%).

“Quando uma tecnologia evoluí, também surgem novas formas de ameaças cibernéticas e atuar na mitigação desses riscos precisa fazer parte das estratégias e investimentos das empresas”, reforça Andrea Cerqueira.

Ela afirma que “é fundamental estabelecer políticas internas claras para garantir a proteção de dados e ter ferramentas de proteção eficientes e inteligentes que acompanhem a evolução da IA, bem como garantir o uso ético e responsável das soluções”.

Sobre a pesquisa

O estudo entrevistou 300 pessoas do Brasil, sendo a maioria gestores de empresas com até 250 funcionários e de diversos setores da economia.

A pesquisa de 2023, chamada “IA em micro, pequenas e médias empresas: tendências, desafios e oportunidades”, realizou 300 entrevistas online, por meio do site Offerwise, com autodeclarados líderes de MPMEs em dezembro de 2023, sendo:

38% com cargos de donos(as) ou sócios(as) da empresa,
34% gerentes,
16% diretores
e 12% vice-presidentes (12%).

A área de trabalho do respondente é variada, prevalecendo:

Administração (25%)
e Tecnologia e Comunicações (20%).

A maioria são mulheres (53%) e correspondem principalmente à faixa entre 25 e 44 anos de idade.

São Paulo é o Estado onde há a maior concentração de centros de operação com 99 respostas, seguido por:
Rio de Janeiro, com 40,
Minas Gerais (27),
Bahia (22) e
Paraná (18).