Vivemos um momento onde o GPS se consolidou como a tecnologia padrão de localização mas — como você já deve ter descoberto — não funciona dentro de casa, do mercado, do shopping, da academia e nem do banheiro.
Essa lacuna se chama indoor location, que nada mais é do que localização dentro de lugares que o GPS não funciona. Esse segmento ainda dá seus primeiros passos, principalmente no Brasil, e não possui uma tecnologia padrão. Existem várias frentes, cada uma com seus prós e contras, nenhuma ainda que tenha preenchido todos os requisitos de custo/beneficio.
Para que precisamos de indoor location?
Você usa o GPS para se achar dentro dos complexos mapas de cidades desconhecidas e, de quebra, ainda pode encontrar bares, restaurantes, farmácias, escolas, hotéis e muito outros serviços. Essa informação é obtida em tempo real, desde sua origem até seu destino, cruzando dados de apoio como transito, transporte, meteorologia e até interação entre usuários.
Tudo isso é fantástico! E nos ajuda a sobreviver durante alguns dias de folga naquela praia que você nunca esteve antes — desde que tenha sinal 3G. Aliás, como as pessoas visitavam locais desconhecidos antes?
Ok, ótimo… mas sabe qual é o problema dessa tecnologia toda? Essa interação termina quando você entra em algum lugar onde não pega GPS. Ou seja, qualquer lugar coberto. Putz!
Acabamos de responder a pergunta lá de cima: para que precisamos de indoor location? Para ter toda essa interação dentro de lugares cobertos. Agora, vamos à próxima pergunta…
Para que precisamos de toda essa interação dentro de lugares cobertos?
As possibilidades são muitas, mais possibilidades que nos locais externos, acredite. Vamos divagar em algumas:
- Imagine que, ao chegar no shopping, você pode pesquisar por um produto, ver os preços, escolher dentre as opções e, por fim, ser guiado até a loja e o local onde o produto se encontra;
- Ao entrar em uma loja você pode receber as principais promoções no seu celular;
- Em um hospital você pode ser guiado até o quarto do paciente que foi visitar;
- No estádio, ou no cinema, poderemos saber exatamente o local do nosso assento, onde encontrar pipoca, cachorro-quente, banheiros.
Assim como acontece com serviços externos, podemos nesses casos cruzar dados de outras fontes, como consultar suas preferencias para aprimorar sugestões:
- Imagine chegar no mercado, passar por um corredor e seu celular avisar que o M&Ms está em promoção, porque ele sabe que você curtiu a página desses deliciosos doces no Facebook;
- Ao chegar em casa e passar pela sua sala de estar, as luzes podem acender automaticamente, assim como o som ambiente com sua música favorita;
- Ou até ligar a TV no canal de fofocas porque você acabou de postar no twitter sobre a morte daquela sub-celebridade ex-bbb (não faça isso, por favor).
Podemos ficar aqui até amanhã falando sobre as possibilidades, são infinitas. A tecnologia está caminhando para esse fim e novas portas estão se abrindo, logo será uma realidade. Em outros artigos vou entrar em mais detalhes técnicos de como isso funciona.
Talvez você esteja se perguntando sobre o impacto disso tudo na sua privacidade. Em tempos de internet, redes sociais e espionagem sugiro que você pergunte sobre privacidade para um ex-BBB.