Marketing Digital

4 mar, 2011

O excesso de informação não é culpa da internet

Publicidade

Muita
coisa, de fato, foi revolucionada com a chegada da chamada web 2.0. Porém
muitos mitos, chavões baratos (como o próprio termo web 2.0) e mentiras
começaram a ser descaradamente difundidas na rede. Com as redes sociais, então,
o fato de qualquer um poder publicar o que quiser gerou uma avalanche de dados
e fatos pressupostos que nunca foram, realmente, confirmados.

Um
desses pontos produzidos artificialmente é que o homem não será capaz de
consumir tanta informação, pois há um excesso informacional nunca antes
presenciado pela sociedade humana e isso afetaria nosso modo de percepção e de
convivência em um futuro próximo. Mentira!

Se
há uma coisa que a história – e a ciência – ensinou foi que Charles Darwin
nunca mencionou que o mais forte sempre sobrevive; ele demonstrou que o que tem mais capacidade de adaptação sobrevive. E qual é o animal que mais tem essa capacidade em toda a história? O homem.

Com
isso em mãos, apenas afirmar que os jovens estão inundados em um mundo de
informações impossível de ser consumido é dar um tiro no escuro. Pelo menos por
enquanto, já que ao longo da evolução da civilização a humanidade demonstrou
uma capacidade ímpar de contornar os problemas que iam surgindo pelo caminho. E
sinceramente não vejo a abertura de opções informacionais como um problema.

Aliás,
nós já vivemos diversas eras de excesso de informação. Imaginem quando o homem
apenas imputava suas observações sobre o mundo e alguém, do nada, começou a
falar. Com certeza o primeiro homem que falou no mundo não deve ter parado de
falar tão rápido. Para quem estava acostumado a desenhar, a fala era uma
avalanche de informações nunca antes imaginada.

Outra
era de sobrecarga de informações que pode ser apontada foi quando todas as
histórias, até então orais, passaram a ser registradas e impressas devido à
invenção de Gutemberg. Imagine um personagem acostumado com os ditos populares
se deparar com dezenas e centenas de livros sendo impressos e amontoados na sua
frente. Aquilo foi uma sobrecarga informacional nunca antes imaginada pelo homem.
E ele parou no tempo? Pelo contrário, foi aí que houve a explosão do
conhecimento humano.

Isso
demonstra que a humanidade já está acostumada com novas invenções que criam
novas sobrecargas informacionais. Ninguém irá morrer porque a web surgiu e
possibilitou o acesso praticamente irrestrito aos registros humanos. É claro
que vale ressaltar que o volume de dados da era digital em comparação com
outros tempos é muito maior, mas a capacidade humana de se adaptar às suas
próprias invenções sempre se demonstrou mais eficiente.

Portanto,
não venham com dados e mapas coloridos apontando a internet como culpada pela
falta de atenção dos jovens. Se isso existe? Possivelmente sim, já que as novas
gerações nascem imersas no dinamismo. Porém, isso, em hipótese alguma, é
justificativa plausível para apoiar a falta de cultura de uma geração ou a adoção
de certos princípios não éticos.

A
internet é uma ferramenta importantíssima sonhada por poucos homens, mas ao
alcance de todos. O que você faz com ela é o que você fazia sem ela: estudo,
conversas, pesquisa, pornografia infantil, crimes de racismo, compras, entre
outras atividades. A internet maximizou suas ações. Culpá-la pela falta de
caráter de muitos é como culpar Gutemberg por ter inventado a prensa e, com
isso, ter disponibilizado o conhecimento.